terça-feira, 6 de junho de 2017

O conhecimento da Biodiversidade Urbana em Viseu traduzido pelo Prof. Jorge Paiva e pelos meus Amigos...

...Dr. Alberto Correia, Eng. Leontina e Doutor Pedro Ribeiro. No âmbito de uma inciativa do Departamento de Ambiente da ESTGV, realizou-se uma jornada apelidada Eco Urb que procurou explicar as novas e velhas tendências da biodiversidade, traduzida por um dos maiores conhecedores da biodiversidade mundial, muito em particular das florestas tropicais, que nos revelou a forma atual como a fauna das urbes se está a alterar com a chegada de novos "inquilinos" aos nossos espaços públicos, que em algum momento foi retirado aos seus habitats naturais. A vinda de aves de origens mais longínquas, para além de outras mais comuns, é uma prova que, apesar de tudo, estão a ser criadas condições nos nossos espaços urbanos que conferem a apetência para estas introduções, quase naturalizadas.Saibamos nós integrar e aproveitar estes momentos para estarmos mais próximos na natureza, embora sempre com os devidos cuidados e salvaguardas. Viseu, é um desses locais por excelência, particularmente no que às aves toca, porque temos corvos-marinhos, garça-reais, os melros nem se fala. Quem gostaria de ter estado presente era o meu colega José Manuel Costa, que poderia dizer onde há lontras em Viseu, e muito naturalmente também as raposas, os javalis e tudo o mais. A raposa via este verão no Algarve no aldeamento onde passo férias há mais de 30 anos, de noite, junto às habitações quase junto à praia.
A apresentação do Prof. Jorge Paiva decorreu no Carmo 81, uma antiga fábrica de motores que tem desenvolvido uma intensa atividade de divulgação cultural e científica. O passeio à volta das árvores, teve início na própria rua da árvore, o melhor local para começar uma visita às árvores de Viseu, cuja designação terá ficado a dever-se a um exemplar majestoso ou a uma árvore "exótica". Há teorias para ambos os gostos, sendo que a da árvore "exótica" haja quem diga que seria uma Alfarrobeira (Ceratonia siliqua L.). Se isso fosse verdade seria uma daquelas coincidências, porque é uma árvore que me é muito cara e que estamos hoje, em Viseu, em colaboração com a Chocolateria Delícia a desenvolver um bombom de excelência feito de alfarroba para pessoas potencialmente alérgicas ao cacau, mas que acreditamos fará o encanto de muitos. No jardim de Santa Cristina, sob a estátia do Bispo Alves Martins, o Pedro Ribeiro e a Eng. Leontina falaram da biodiversidade arbórea "construída", não com espécies autóctones, mas com exemplares vistosos que apresentam pormenores interessantes. A história  emblemática do espaço foi relatada pelo Dr. Alberto Correia, de um jeito que parece ter estado presente a assistir a todos aqueles momentos. Desde ser um local de enforcamento, até à construção propriamente do espaço criado com a terra trazida pela abertura da antiga rua do comércio e por último o surgimento do Mestre Arnaldo Malho como "salvador" construindo a solução para o levantamento e arranjo da estátua do bispo Alves Martins. Passamos pela Olaia (Cercis siliquatrum L.) do Conservatório de Viseu, que eu acredito ainda dará título a um trecho musical criado para aquele exemplar. No mercado 2 de Maio pudemos admirar as Magnólias (Magnolia grandiflora) cujo nome é uma homenagem a Pierre Magnol. No Rossio admiramos as diversas espécies de tilias, o liriodendro, tulipeiro ou árvore-do-ponto e o ulmeiro. Relembro que foi abatido o ulmeiro da Fundação Gulbenkian vítima da grafiose. O Fernando Alves deu eco deste ulmeiro na sua crónica na TSF no dia 9 de fevereiro. Falou também de um tulipeiro do Barroco no  jardim dos Biscaínhos em Braga. Não é por acaso que na praça da república ou do Rossio em Viseu, junto ao edifício do Município, para além das frondosas Tilias, existe precisamente um Ulmeiro e um Tulipeiro, ainda vivos e perenes, não são obra do Barroco, mas são fruto de um algum jardineiro que os plantou, não por acaso, e das gentes de Viseu que os souberam preservar para termos o privilégio de os podermos admirar, de hoje em diante. Já o Prof. Jorge Paiva havia relatado a presença de um Acer perto do parque Radial Santiago que é raro ver em jardins públicos. Também esse foi fruto de um aparente erro, mas erros destes são sempre bem-vindos e cada vez mais hoje aprendemos com os erros, e eu especialmente com os meus.
Por último paramos no "átrio" do parque Aquilino Ribeiro, onde divagamos sobre o autor da obra, o criador do espaço, a evolução das espécies, os pormenores botânicos a descoberta de novas espécies tal como a protagonizada  pelo Doutor Pedro Ribeiro e o Prof. Jorge Paiva com um Narciso na zona do Caramulo. Falamos ainda do sexo das plantas e da curiosidade das crianças acerca disso. Quero agradecer encarecidamente aos meus amigos Dr. Alberto Correia, Eng Leontina e Doutor Pedro Ribeiro, pelos excelentes momentos que nos proporcionaram ao longo deste final de tarde e ao Prof. Jorge Paiva pelo conhecimento que nos transmite em todos os momentos que protagoniza.

























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