sexta-feira, 17 de novembro de 2017

CYNATURA em Elvas....

CYNATURA: O CARDO COMO MODELO PARA UMA ESTRATÉGIA DE VALORIZAÇÃO INTEGRADA
Paulo Barracosa1,2, Manuela Antunes1, Rui Coutinho1,2, António Pinto1,2
1Escola Superior Agrária de Viseu - Instituto Politécnico de Viseu;
 2CI&DETS – Centro de Estudos em Educação, Tecnologias e Saúde, 3504-510 Viseu,

Resumo
O desafio é desenvolver uma cultura de futuro, sustentável, de base agronómica, assente em diversos domínios do conhecimento e respeitando os valores e interesses de uma instituição politécnica como um todo, numa região de interior com potencial empreendedor e inovador.
O cardo (Cynara cardunculus L.), fruto de uma estratégia de evolução natural em paralelo com a domesticação e o melhoramento, revela uma natureza altamente heterozigótica, traduzida numa extensa diversidade fenotípica e genotípica.
Em Portugal, como na região do Queijo Serra da Estrela, o cultivo do cardo é praticamente inexistente sendo a principal e quase exclusiva vocação a utilização das suas flores como coalho vegetal em queijos com Denominação de Origem Protegida (DOP). Atualmente regista-se uma tendência mundial crescente para a produção e consumo de queijo, privilegiando-se a utilização de coalhos de proveniência vegetal em detrimento de outros de origem animal ou biotecnológica.
O projeto Cynatura, desenvolve e cria soluções inovadoras com assinatura no cardo, através do conhecimento técnico-científico multidisciplinar numa espécie com vocações e aplicações múltiplas que, ao promover a valorização nutricional e alimentar, a saúde e bem-estar, a sustentabilidade ambiental e a integração social pode afirmar-se como uma cultura de futuro para muitas das regiões do nosso território. Este projeto procura estimular o desenvolvimento de conhecimento científico aplicado entre departamentos e unidades orgânicas do IPV e entre politécnicos, para além de outras instituições referência a nível mundial.
Neste caso, como em muitos outros exemplos, é a produção agrícola que suporta toda a pirâmide de valorização da produção e transformação. Produzir com uma qualidade diferenciada de forma eficiente e sustentável perspetivando as alterações climáticas são requisitos obrigatórios para o sucesso na agricultura. Para concretizarmos este desígnio temos que produzir com menos recursos e meios, ter menos desperdícios e retirar mais dividendos económicos pela aplicação especializada dos mais diversos compostos bioativos existentes nos diversos componentes da biomassa vegetal designadamente na raiz, caule, folha, capitulo, flor e semente. A seleção, caracterização e melhoramento dos recursos genéticos permitem a criação das melhores características para a planta tendo como objetivo as suas vocações mais específicas.
A flor assume-se como a força motriz do projeto, com um potencial de rentabilidade produtivo e económico, pela padronização da qualidade e especialização, procurando uma maior valorização para todos produtos onde conste como matéria-prima nas indústrias agroalimentar, cosmética e farmacêutica. Outras, aplicações estão a ser desenvolvidas aproveitando a diversidade morfológica e fitoquímica, aliadas a uma elevada resistência e adaptação a diversos tipos de stresse, usando a multidisciplinaridade e a capacidade técnico-científica instalada nas várias instituições envolvidas. Para além da sua capacidade intrínseca, o cardo é uma espécie que pode valorizar outras culturas, seja na produção especializada de cogumelos com propriedades exclusivas, seja na ação biocida e proteção de outras culturas que permitem o desenvolvimento de novos produtos e conceitos agroalimentares saudáveis, exclusivos e inovadores, nutricionalmente mais evoluídos, num processo produtivo que respeita a preservação e valorização do ambiente.




































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