Um evento desta natureza para ter sucesso tem que interligar a componente produtiva, comercial, empreendedora, criativa, promoção da saúde e bem-estar, entretenimento e ao mesmo tempo ter o cariz social. Já falamos da abrangência geográfica em relação à mobilização e que deve privilegiar uma parte do território envolvente à ESAV, mas não se deve cingir a uma meia dúzia de concelhos e em função da iniciativa e das dinâmicas criadas com cada um dos municipios será desenhado o puzzle final do território envolvido. As áreas a abranger devem ser vistas em complementaridade e sinergia, envolvendo diferentes áreas da produção agrícola, zootécnica, alimentar, florestal, preservação ecológica e promoção e valorização paisagística, no fundo dos tais biossistemas integrados que devem funcionar na lógica de cúpula integradora e potenciadora. A produção biológica, a produção de cogumelos, a castanha, a maçã, ao nível da transformação, temos os fumeiros, os frutos secados, a transformação dos lacticinios, o vinho, e por ai adiante, dentro daquilo que já conhecemos. Mas há ainda muito por criar em termos de novos produtos na lógica da criatividade e inovação com base nalguns dos projectos já desenvolvidos na ESAV, na transformação da castanha, da secagem de frutas regionais e ainda de outros já pensados mas nunca aplicados na prática. Há ainda as questões ligadas à ecologia e à sustentabilidade ao nível da preservação do ambiente e na utilização de alguns dos recursos ligados à floresta e à paisagem e que nalguns casos se interligam directamente com a agricultura, potenciando-a como é o caso dos cogumelos e da apicultura. No fundo lá vem a questão dos tais biossistemas, que cada um verá à sua maneira e poucos verão na lógica integradora e funcional dos tais sistemas de vida, desde a célula ao ecossistema e ao bioma. Este evento tem que ser pensado com o objectivo de tornar os nossos visitantes melhores conhecedores dos aspectos gourmet da produção agrícola e assim torná-los melhores consumidores e apreciadores. Para isso deverá ser revelada toda uma diversidade imensa ao nível do vinho, do queijo, do azeite, do mel, do pão dos enchidos, dos cogumelos, da fruticultura, das infusões, enfim deste mundo rural que está na ordem do dia e no escaparate da comunicação social. Saber criar uma imagem criativa, usar os orgãos de comunicação social no bom sentido, e limar todos estes aspectos com uma valorização cultural das gentes e das actividades rurais. Estas linhas despretensiosas apenas pretendem servir de mote de inspiração para que os alunos lançem a discussão e que os docentes e os responsáveis políticos possam dar cobertura aos seus ímpetos devidamente alinhados com os objectivos e propósitos da ESAV e do IPV. Há que saber alimentar o querer e a vontade destes alunos que têm revelado uma capacidade empreendedora impar e que a própria AE tem feito escola dentro da ESAV e disso tem sido exemplo o papel das suas direcções desde a sua fundação, com algumas poucas excepções. Procurem associar a este evento empresas de referência da região, ligadas directa ou indirectamente ao mundo rural e a este nível a criatividade também pode ajudar na busca dessa associação que as vezes não é objectiva. As questões nutracêuticas devem ser também reveladas ao nível de muitas das produções agrícolas, como sejam os frutos do bosque, as infusões, as plantas medicinais. A prática desportiva poderá e deverá ser incentivada numa lógica de promoção da saúde e bem estar, a pé, a correr de bicicleta. O geocaching também poderia ser uma actividade lúdica com algum interesse cultural e científico a ser incluido num programa desta natureza. As associações, os grupos de cantares e músicas tradicionais poderão constituir uma das vertentes mais interessantes do projectos, como elemento de chamariz para atrair visitantes ao evento. Como vemos ideias não faltam vindas na sua maioria dos próprios estudantes e aqui neste espaço apenas pretendemos pôr mais gente a pensar. Agora é esperar para ver o resultado. Mas atenção este é um projecto que nunca ninguém havia pensado na ESAV. Tiveram que ser os alunos a dar o mote de inspiração e a procurarem soluções financeiras para a sua realização, através da abertura de portas que nunca haviamos pensado antes. O mérito por ora é deles mas se nos empenharmos no final poderá ser de nós todos enquanto ESAV que somos por ora.
domingo, 1 de abril de 2012
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