terça-feira, 31 de julho de 2018

A pensar… nas férias…e no futuro do cardo!





http://gazetarural.com/2018/07/31/gazeta-rural-n-o-321-31-julho-2018/

Não podia deixar de responder ao repto da `gazeta rural´ para colaborar na edição do seu décimo quarto aniversário, mesmo sendo a primeira coisa que faço chegado às férias. Existem dois momentos no ano, a passagem do ano e o início das férias de verão, nos quais, normalmente em ambiente mais descontraído, fazemos uma avaliação e uma análise retrospetiva e procuramos gizar uma estratégia de futuro para almejarmos atingir os objetivos a que nos havíamos proposto, muitas vezes obrigando-nos a mudar de rota ou de modus operandi. É certo que nas férias procuramos fazer aquilo que nos dá prazer, por isso escrevo esta crónica, buscando a inspiração no sapal da ria formosa que tenho como fundo, um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade e funcionalidade e que melhor conheço.
Uma tendência atual é existirem cada vez mais especialistas, em temáticas cada vez mais especializadas, parecendo querer desvalorizar aqueles que dominando distintas áreas ajudem a estabelecer pontes e unir pontas. Por isso, as equipas de projeto ou de negócio, são vastas, por vezes demasiado vastas, quer no número de instituições quer nas suas composições e aquilo que, numa primeira análise, poderia ser uma vantagem pode tornar-se num óbice se não existir uma coordenação competente e partilhada. Na `gazeta´ habituei-me a escrever sobre cardo, tornei-me um especialista no cardo, na opinião de alguns, mesmo sabendo pouco sobre o que o cardo ainda nos vai poder trazer. Por isso, apenas exponho aquilo que vamos fazendo na tentativa de contagiar mais alguns que vejam aqui alguns exemplos que possam ser transpostos para outras culturas ou mesmo outras áreas. Nunca existiram em Portugal tantos projetos científicos relacionados, direta ou indiretamente com o cardo, sendo que quase todos se procuram justificar com o queijo. Esta história começou com o objetivo de valorizar a cultura através do conhecimento da sua biodiversidade e dos seus recursos genéticos, através de um projeto PRODER, numa altura em que o conhecimento era limitado. Todos os projetos de sucesso na área agroalimentar começam por aqui. Depois segue-se um longo percurso de instalação e produção, aquisição de conhecimento, desenvolvimento e inovação que ajude a promover a criação de produtos que respondam, simultaneamente, aos propósitos dos seus criadores e às expectativas dos consumidores. Tudo isto só é possível atingir se à qualidade e excelência aliarmos um plano de comercialização e marketing arrojado numa estratégia que queremos conceptualmente integrada e multidisciplinar.
O projeto Cynatura, alvo de distinções e méritos reconhecidos, desenvolve e cria soluções inovadoras com assinatura no cardo, através do conhecimento técnico-científico multidisciplinar numa espécie com vocações e aplicações múltiplas que, ao promover a valorização nutricional e alimentar, a saúde e bem-estar, a sustentabilidade ambiental e a integração social pode afirmar-se como uma cultura de futuro para muitas das regiões do nosso território. Este projeto procura estimular o desenvolvimento de conhecimento científico aplicado entre departamentos e unidades orgânicas do IPV e entre politécnicos, para além de outras instituições referência como universidades e centros de investigação a nível mundial. São exemplos recentes o Centro de Investigação de Montanha (CIMO) do Instituto Politécnico de Bragança com quem estamos a caracterizar os pigmentos da flor que constituem uma forma de valorização e reconhecimento de identidade e autenticidade de um produto, no caso os Queijos DOP. No Departamento de Mecânica da UP estudamos hoje o potencial do óleo da semente em aplicações que se querem inovadoras e promissoras e com o Departamento de Madeiras da ESTGV a excelência da biomassa que acreditamos poder ter aplicações interessantes fruto das suas características de leveza e resistência. Todas estas aplicações devem, em primeira instância, poder ser valorizadas por empresas da região vocacionadas para a criatividade e inovação aplicadas que se possam traduzir em mais e melhor emprego e dividendos económicos. Por isso temos vindo a estabelecer colaborações com empresas de reconhecido mérito nas mais diversas áreas da produção, desde o design de mobiliário customizado como a Movecho, queijarias como Germil, Casa da Insua e Vale da Estrela entre outras. Atualmente, no âmbito do projeto Cynatura produzimos plantas de cardo devidamente selecionadas em escala e a um custo competitivo. Para isso estabelecemos um protocolo de parceria com a Brasplanta, um viveirista nacional de referência que cumpre os requisitos e os padrões de qualidade a que nos obrigamos e que são cruciais para propagarmos a cultura e numa estratégia de afirmação na qual acreditamos.
Neste caso, como em muitos outros exemplos, é a produção agrícola que suporta toda a pirâmide de valorização da produção e transformação. Produzir com uma qualidade diferenciada de forma eficiente e sustentável perspetivando as alterações climáticas são requisitos obrigatórios para o sucesso na agricultura. Para concretizarmos este desígnio temos que produzir com menos recursos e meios, ter menos desperdícios e retirar mais dividendos económicos pela aplicação especializada dos mais diversos compostos bioativos existentes nos diversos componentes da biomassa vegetal designadamente na raiz, caule, folha, capitulo, flor e semente. A seleção, caracterização e melhoramento dos recursos genéticos permitem a criação das melhores características para a planta tendo como objetivo as suas vocações mais específicas. A flor assume-se como a força motriz do projeto, com um potencial de rentabilidade produtivo e económico, pela padronização da qualidade e especialização, procurando uma maior valorização para todos produtos onde conste como matéria-prima nas indústrias agroalimentar, cosmética e farmacêutica. Outras aplicações estão a ser desenvolvidas aproveitando a diversidade morfológica e fitoquímica, aliadas a uma elevada resistência e adaptação a diversos tipos de stresse, usando a multidisciplinariedade e a capacidade técnico-científica instalada nas várias instituições envolvidas. Para além da sua capacidade intrínseca, o cardo é uma espécie que pode valorizar outras culturas, seja na produção especializada de cogumelos com propriedades exclusivas, seja na ação biocida e proteção de outras culturas que permitem o desenvolvimento de novos produtos e conceitos agroalimentares saudáveis, exclusivos e inovadores, nutricionalmente mais evoluídos, num processo produtivo que respeita a preservação e valorização do ambiente. Todo este trabalho em torno do cardo está, neste preciso momento, a ser alvo de um estudo europeu com o intuito de poder ser validado sob ponto de vista produtivo e económico como um cultura a ser apoiada em territórios com vocações similares ao nosso. Em jeito de remate não posso de deixar de referir a criação mais recente, a cerveja de cardo, desenvolvida por um jovem empreendedor da região e à qual auguro um futuro promissor e cuja estreia mundial será agendada muito em breve para ser lançada na sua região de origem onde as identidades se revelam….e para brindarmos ao sucesso do Cardo!

Paulo Barracosa

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Dar a Provar no Paraíso....

....Ontem foi mais um momento de prova especial da Winer mas no ambiente da ESAV. Os convites foram muitos e as "negas" também. Aqui fica um pequeno testemunho para ensaiarmos uma prova a sério para o mundo. A propósito o queijo do Vale da Estrela, estava muito bom com uma textura e um equilíbrio de aromas notáveis. Podemos sempre melhorar, mas para isso temos que demorar mais tempo no trabalhar das massas e nesta escala não é fácil. O queijo de urtiga da equipa do Manuel Paraíso, surpreende pela diferença, mas cima de tudo pela qualidade. Acerca da cerveja de cardo do Micael já não digo mais nada. O Pão de centeio da Manuela estava fabuloso. Até uma próxima.












terça-feira, 24 de julho de 2018

WINER....Um Conceito Modelo e Exclusivo...Saúde!

...Este é o novo projeto do Micael Batista que tenho o privilégio de ser dos primeiro a provar.
Gostei do conceito, aliás gostei muito! mas não me surpreendeu, porque o Micael já não me surpreende porque estou sempre à espera do melhor quando vem pela sua mão. E este projeto e esta cerveja é mais um exemplo disso.
Esta é a tal cerveja de Cardo que gostaria que vingasse e que tem tudo para vencer pela qualidade e pelo conceito. Agora vou dar a provar aos meus Amigos para que digam de sua justiça e a uns outros que possam abrir portas ao sucesso do Micael. Parabéns! Saúde!
Imaginem esta cerveja com queijo Serra da Estrela,....Fabuloso...!






segunda-feira, 23 de julho de 2018

Não fazemos as coisas por "capricho"....embora às vezes...pareça

A maior parte das vezes percebemos que não nos entendem, na nossa própria região. Parece que queremos satisfazer caprichos nossos e tirar dividendos indirectos. Essa sensação transparece talvez por sermos genuínos demais. Temos que começar a recusar colaborações e sermos mais esclarecidos quando começamos qualquer tipo de colaboração técnico-científica para não ficarmos com "amargos de boca" no final que não derivam seguramente do cardo. As coisas vão mudar, mas seguramente que só nós vamos perder. Neste caso quero agradecer a amabilidade do Vale da Estrela em nos ter propiciado a criação do "X-Duets" e desejar que tenhamos deixado alguma coisa de positiva no trabalho que por lá desenvolvemos, num dia apenas. Agradecer a todos quanto permitiram esta realização e desejar os maiores sucessos futuros.



domingo, 15 de julho de 2018

Pedir uma BICA...gin com cardo



http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-noticias/Paginas/Visita-%C3%A0s-empresas-Verde-Palma-e-Herdade-Monte-da-Bica-.aspx
Produzido na Destilaria do Monte da Bica em Lavre, numa pequena localidade perto de Montemor-o-Novo, este Gin é o resultado de mais de dois anos de trabalho numa receita criada por João Oliveira e Paulo Martins, que junta ao zimbro os coentros, a laranja, o limão, a canela, a raiz de lírio, camomila, flor de laranjeira, lúcia lima, cardo, barbas de milho e mel.
Assim, a garrafa Miami 70cl da Selective Line foi a escolhida pela Destilaria do Monte da Bica para este gin que em nariz é suave com toques herbais, onde o alecrim é detetado imediatamente. Na boca, tem toques picantes que vão pontuando o calor das especiarias e a natureza mais herbal. O final de boca é extremamente longo e vai-se desenvolvendo até um final onde o Zimbro e o doce da Laranja convivem em harmonia.
A Selective Line continua a oferecer aos seus clientes uma oferta global e opções de decoração com uma proposta de garrafas standards diferenciadoras, bem como o desenvolvimento de modelos especializados para cada cliente.
A razão de falar neste Gin prende-se com o facto deste incluir cardo na sua composição o que para acentuar o amargor e prolongar o final de boca parece ser uma receita eficaz. Uma outra hipótese é juntar sementes de cardo na preparação de um Gin.


terça-feira, 10 de julho de 2018

Eu "CEI" que consigo fazer melhor...

...Tenho que agradecer a confiança do Centro de Estudos Ibéricos, em particular do Rui Jacinto e dos responsáveis da Universidade de Coimbra e Salamanca em acreditarem numa organização coordenada por mim mas que contou com o Museu Nacional Grão Vasco, o Grupo de Amigos do Museu, o Município de Viseu, a Sociedade de Recuperação Urbana, o IPV, a Casa da Insua, a Chocolateria Delícia e a Ervital. Tenho que agradecer pessoalmente a todos aqueles que colaboraram nesta realização em Viseu como uma etapa que queremos que perdure para o futuro, à Eng. Conceição Azevedo e ao Eng. João Paulo Gouveia, vereadores do Município e Viseu e às suas equipas, à Dr.ª Paula Cardoso e à sua equipa, ao Eng. José Matias, ao Arquitecto Fernando Marques, às Manuelas Antunes e Soares. Cumprimos uma etapa sendo que numa próxima sabemos onde podemos melhorar para tornar ainda mais marcante a passagem por Viseu! Até para o ano e os maiores sucessos para o Curso de Verão do CEI.































domingo, 8 de julho de 2018

Um dia destes quero ter tempo para me dedicar ao Nabal....à séria

...para que se possa mostrar como uma Quinta Modelo para a Região, no que respeita à escolha das culturas adaptadas para à região Dão de modo integrado e sustentável. Tudo isto em parceria com aqueles que a têm cuidado...