A colaboração intensa que, o Curso de Ecologia e Paisagismo da ESAV, tem vindo a estabelecer com a autarquia de Viseu, terá que dar os seus frutos num futuro próximo, assim ambas as partes o saibam explorar. Este é um processo que está a crescer, dia a dia, e que nesse sentido, estamos a introduzir docente e alunos de uma forma consistente à medida que as solicitações nos vão surgindo e o âmbito das investigações e dos domínios se vão estendendo. A última parceria com o SMAS, foi relativa ao crescimento “explosivo” da espécie
Euglena sanguínea, no rio Pavia, um protista unicelular flagelado da classe Euglenoidea (Filo Euglenozoa, Reino Protozoa). A causa deste
bloom resultou de um conjunto de factores, relativos às condições climáticas que decorreram durante os meses de verão, e que influíram nos factores fisico-químicos da água do rio Pavia, como a temperatura, pH, oxigénio dissolvido, dióxido de carbono, matéria orgânica oxidável, cálcio, sódio, nitratos e fosfatos. Este fenómeno poderá ter sido agudizado por acções antropogénicas que estamos a avalair. Mas sobre este assunto estamos a trabalhar e será à autarquia que daremos conta em primeiro lugar das nossas conclusões. O que queria hoje aqui falar é sobre este organismo, a Euglena sp., como que um “híbrido” entre os animais e as plantas, a “comungar” do melhor dos dois mundos. Deste modo, quando tem luz fotossintetiza como qualquer planta, através dos seus cloroplastos e é autosuficiente, e em ambientes desprovidos de luz, alimenta-se por fagocitose. O que há de curioso em tudo isto é que, quando se move à procura da luz para actuar como uma planta, utiliza o movimento rápido realizado por um flagelo, uma característica especificamente animal. Este é um exemplo de uma sinergia optimizada e que poderia ser aplicado em muitos casos na nossa sociedade, ainda para mais nos tempos de hoje. Aliás, este foi o tema da conversa de hoje com o Eng. Diogo Pires, antigo autarca de Vila Nova de Paiva, e que tinha esta visão holística e sinérgica. Por falar em sinergia, fiquei “chocado” com a sinergia, quiçá exacerbada, que pude constatar verificar-se entre o novo centro hospitalar de privado de Viseu e a igreja Madre Rita, junto ao Palácio do gelo. As igrejas ocupam normalmente um lugar altaneiro na urbe, para servirem de inspiração aos crentes e de sinal aos mais incautos, mas esta, não sei se pela arquitectura, no mínimo duvidosa, ficou sem espaço para se mostrar à urbe e os próprios sinos irão ecoar na sala de operações do novo hospital. Esperemos que sejam dar as boas novas dos nascimentos e não o ocaso da estremunções.
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