Este ano o cenário das entradas no ensino superior sofreu uma alteração significativa, fruto de uma complexa conjugação de fatores que merece uma atenta análise e que não se esgota num mero texto de circunstância. A dicotomia Universidades vs politécnicos acentua-se com algumas honrosas áreas de excepção, na qual a Biotecnologia e o Turismo são apenas alguns exemplos. O cenário das Escolas Agrárias complicou-se, embora se destaque a Escola Agrária de Ponte Lima que soube adaptar-se atempadamente às novas exigências, ancorando o seu sucesso naquilo que por enquanto e já há alguns anos vem tendo sucesso, a biotecnologia e a Enfermagem veterinária, dentro de determinados limites geográficos. Aliás, foi esta escola que teve maior percentagem de vagas ocupadas (56%), inclusivamente acima de Escola Agrária de Coimbra (40%) embora em número de entradas a ESAC continua a ser aquela que mais alunos mete (105). A ESAV aparece em quarto lugar em termos de entradas globais (47) e de percentagem (28,5%), logo a seguir a ESAVC (54) e à ESACastelo Branco com 49 entradas e 32,6% mas só à custa de um curso, Enfermagem Veterinária. Curiosamente, na ESAV apenas mais um curso meteu alunos, o de Ecologia e Paisagismo (2). Neste curso houve intenção manifestada de concorrer de 18 alunos entre a 1 e 6 opções. De referir que a designação Ecologia saiu do panorama do ensino superior, sendo atualmente o único curso que o apresenta, entre universidades e politécnicos. O que pode não ser mau de todo, tem que ser é divulgado e explicado o que efetivamente se pretende com o curso. Teremos que fazer um esforço para esta segunda fase de candidaturas e é isso que como Diretor deste curso o irei fazer. Estranho é o comportamento dos cursos de Eng. Alimentar e de Eng. do Ambiente em todas as instituições do ensino politécnico ao contrário do ensino universitário, o que deve merecer uma profunda reflexão. Ainda em Coimbra temos dois casos sintomáticos, um pela positiva Agricultura Biológica, que já há muito devíamos ter apostado e o de Recursos Florestais pela negativa, que cada vez mais parece uma opção esgotada, pelo menos neste formato. O que se exige que façamos? Darmos o melhor de nós próprios para divulgarmos e promovermos a nossa Instituição de uma forma articulada e orientada e que não repitamos erros do passado´e procuremos soluções de futuro. Há ainda a questão dos concursos especiais que curiosamente teve uma forte adesão ao curso de Eng. Agronómica na nossa Escola e que devemos investir com todas as nossas energias e o nosso empenho. Existem ainda os CETs que prometem vir a uma nova via de acesso ao ensino superior no qual devemos apostar a sério. Há ainda uma série de propostas que devemos testar e explorar como os PALOPs, a sinergia entre escolas do IPV, antes do próprio consórcio entre IPs, bem como o fato de Viseu ser a melhor cidade para viver. Temos um corpo docente capaz e “bem formado”, aliado a uma relativamente boa localização geográfica, mas só isso parece que não chega, temos que nos empenharmos, todos…todos os dias da semana, desde a Presidência até aos funcionários da secretaria, que são os primeiros a darem a cara pela Instituição, mas não podem ser os únicos. Eu não tenho dúvidas que uma Escola Superior Agrária que tenha os cursos de Enfermagem Veterinária, Biotecnologia, Nutrição e Saúde, Agricultura Biológica e Ecoturismo seria uma Escola de sucesso e nós poderíamos ter feito este planeamento de uma forma integrada conatando com todos, porque temos know-how a capacidade instalada para isso. Agora veremos o que podemos fazer para limitar os danos e pensar numa estratégia de futuro.
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