Debati-me com uma dúvida sobre o blogue mais adequado para colocar esta mensagem. Inicialmente pensei ser mais um caso de BiodiverCidade, mas depois duma procura exaustiva na Lagoa das Garças, não encontrei qualquer exemplar desta espécie, pelo que decidi colocá-la aqui.
Há cerca de uma semana fui surpreendido por uma notícia que me deixou (até hoje) bastante incrédulo pelo bombástico do seu título e bizarro da sua essência: Cientistas norte-americanos (pois então!) tinham acabado de descobrir o primeiro animal IMORTAL!!!
Tratava-se de uma medusa (vulgo alforreca) com pouco mais de cinco milímetros de comprimento, de seu nome Turritopsis nutricula que seria, por enquanto, o único ser que descobriu a fonte da juventude. Segundo a fonte, o segredo deste animal marinho é a capacidade para controlar o seu ciclo de maturidade infinitamente através de um processo de transdiferenciação, permitindo que um tipo de células se transforme noutro. O processo de transdiferenciação e regeneração de órgãos não é, de todo, desconhecido pelos investigadores, uma vez que alguns animais, como as salamandras ou as estrelas-do-mar, conseguem reconstruir algumas partes do seu corpo, mas de forma limitada. No caso do Turritopsi nutricula, o caso é diferente, uma vez que, a ser verdade, consegue utilizar esta capacidade em todo o corpo, ou seja, cada vez que atingir a maturidade sexual, o ciclo de vida desta espécie volta ao início, à sua ‘infância’. Esta capacidade de enganar a morte parece estar a provocar um aumento vertiginoso do número de exemplares que, aos poucos, começam a dominar os mares.
Teoricamente, este mecanismo pode configurar a imortalidade mas, ou muito me engano, ou estamos perante mais um dos monstruosos equívocos que, por vezes, a ciência (com “c” minúsculo) nos brinda. Não será demasiado presunçoso da nossa parte pensar que neste suspiro de tempo geológico em que vivemos, iríamos presenciar o início da imortalidade animal? Quiçá obter desses genes da gelatinosa imortalidade, o Santo Graal da imortalidade humana? Cheira-me a negócio!
Já um dia longínquo alguém disse e escreveu (nem era americano e até era cego de um olho) que há aqueles que se vão da lei da morte libertando. Nessa imortalidade eu acredito. Na imortalidade de alguns grandes Homens e Mulheres, dos seus valores que, embora sofram mutações como os genes, tal como estes, também aqueles se tornam imortais.
Que título curioso e feliz com dupla interpretação. Numa primeira abordagem é o ser de seres vivos (que até dá a noção de ter uma gralha) e numa análise mais profunda é o ser, na qualidade de entidade suprema, ordenada, orgânica, multicelular e vital. Parabéns. Continuas a ser o único colaborador assíduo do blogues. Mas és dos pouco mas bons. O que nos entristece são os contínuos elogios rasgados... que sinceramente já não acredito!
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