
Mesmo sem festa, este é território familiar e amigo, ao qual se volta sempre que apetece e onde levamos os que acarinhamos, quantas vezes em forma de dádiva, partilha, que só os mais sensíveis podem compreender…
Tive também a fortuna de subir ao Torrão algumas vezes (esse marco imponente do relevo castrejo) e sentir-me no alto dum firme pedestal a observar sem medo, mas com respeito, a capelinha à escala da formiga, o
Que perene reino de granito nos envolve... lembra-me a fragilidade da minha matéria e o inevitável moldar da minha forma de ser.
Muitas vezes me sento à beira da fonte velha, olhando ainda o fraguedo que devolve o eco da festa ou o piar da águia e do "gabilan", colho nas mãos a redenção da minha sede e na memória os fragmentos daqueles com quem vivi este "meu" lugar.
Quanto tempo e quanto espaço posso ainda esconder nesta corga e nestas tocas, nas frinchas e nos côtos das fragas destas ricas Terras do Demo.
Em caminhos antigos e rudes, essas passagens centenárias de vidas transpiradas, peregrino em silêncio e converso sozinha... Em lugar nenhum como no meu chão me religo à essência dialogante, essa que habita em tudo o que me rodeia, dá lucidez e força para chegarmos talvez quase lá... É nos lugares mais esquecidos mas com símbolos tão profundos, que sinto mais próximo o pulsar da vida, do ser e da terra que acolhe gentes com vontade de acreditar.
Em silêncio agradeço e em silêncio apaziguo os medos que o viver traz.
Amanhã pode ser tarde demais…
Uma linda imagem destas "Terras do Demo", obrigada!!!!
ResponderEliminarOndina Pires