E chegou a altura de lhe sugerirmos uma experiência, a preparação de uma cola de caseína (proteína que existe no leite). A cola de caseína preparada pelo método que lhe sugerimos não é muito diferente da descrita em antigos textos Gregos, Romanos ou Árabes. Agora é fácil... basta ir ao supermercado comprar um tubo de cola, mas nem sempre assim foi...
Vamos então ao trabalho:
1– Deite cerca de 250 ml de leite magro num recipiente em que o possa aquecer.
2– Aqueça, mas sem deixar entrar em ebulição.
3 – Junte 30 ml (ou seja, 2 colheres de sopa bem cheias) de vinagre e mexa. Repare que se formam flocos brancos, constituídos essencialmente por caseína.
4 – Separe a caseína, Passando a mistura por um passador fino. Seque a caseína entre folhas de papel de absorvente de cozinha (não deve ficar demasiado seca, deve continua pastosa).
5- Ponha a caseína num copo, junte cerca de 45 ml de água quente (ou seja, 3 colheres de sopa bem cheias) e mexa com uma colher até aos flocos se dispersarem bem na água (mas note que não ficam ligados). Junte 4 g de bicarbonato de sódio* (1 colher de chá cheia - deve fazer um leve montinho), para neutralizar o ácido acético do vinagre, e mexa de novo muito, muito bem até ficar uma pasta bem ligada. Se vir que ainda está um bocadinho granuloso, leve ao micro-ondas para aquecer cerca de 10 ou 15 segundos, O importante é que fique bem homogéneo.
6 - O que está no copo é uma cola de caseína. Pode tentar colar com ela papel, cartão... e deixar secar.
Sabia que a Primeira Guerra Mundial a cola de caseína (fabricada por processos industriais um pouco diferentes do que sugerimos) era muito utilizada na construção de aviões, cuja estrutura era quase exclusivamente constituída por peças de madeira? A utilização deste tipo de cola, bem como de outras obtidas a partir de produtos naturais foi abandonada pelos construtores de aviões, devido à possibilidade que estas tinham em absorver humidade e assim desenvolver fungos que dela se alimentavam.
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Esta é a receita que aparece em muitas publicações. Mas, para quem conhece o setor já deve estar a pensar que pequenas alterações se podem fazer para ser mais natural e ter uma aplicação mais inócua. As aplicações depois no setor do queijo podem ser inúmeras e criativas.