Acredito que todos seremos poucos para levar o Queijo Serra da Estrela ao lugar de destaque que ele merece. Não há lugares marcados, nem instituições detentoras do exclusivo de investigação. Eu conhecendo o histórico deste ícone, tento sempre salvaguardar aqueles que me antecederem e sempre tive o cuidado de afirmar que era apenas mais um a ajudar. Eu bem sei que pouco tenho feito ao longo de quase 8 anos e por isso considero ser importante que entre sangue novo e que se coloque o contador a zeros, pois um novo ciclo parece que vai começar. Há uns dias na "zanga no namoro" foi a imagem que critiquei aqui é o título. Mas se o título não chama a mensagem não passa. Mas tenho que aceitar pois esta parece ser a nova dinâmica institucional do IPV. O primeiro a sentar tem lugar, os outros que aguardem. Desejo, obviamente, as maiores venturas e sucessos para o projeto que é bem vindo e que, acredito, SERVIRÁ os interesses e motivações do IPV.
Por diversas vezes tenho sugerido que o Conselho Técnico Científico da ESAV, discuta estratégia de investigação, para que a possamos fazer com ainda maior excelência, mas acima de tudo com coordenação entre pares e em sinergia. Continuamos a "assobiar para o lado" e apenas a aprovar as "orações de sapiência" que vamos proferir nos mais de "quatro cantos do mundo", sem contar com os arredores. Que assim seja, porque é sinal que todo este estado de coisas a alguns SERVE. Nós temos excelentes investigadores na ESAV a tempo inteiro ou a meio tempo, e como não temos meios condignos para a tal investigação dita de ponta, por isso "damo-nos ao luxo" ou obrigamo-nos a ir fazer esse trabalho de investigação em instituições, muitas vezes concorrentes: Contudo, e apesar de tudo, não podem ser os outros a decidirem aquilo que fazemos, a não ser que não tenhamos massa crítica e competente para decidirmos o que devemos fazer e em que momento. Este é o segundo toque que dou em tão pouco tempo sobre este assunto do poder decisório e competente. Pode querer dizer alguma coisa, relativo a alguns estádio de contágio. Também pode querer dizer que estou a ver mal as coisas e que talvez esteja a mais numa Instituição que merece tudo!
Produção de
queijo serra da estrela
tem no
POLITÉCNICO DE VISEU um novo aliado
A Escola Superior Agrária de Viseu do Instituto Politécnico de Viseu e o
“Scientific Veterinary Institute de Novi Sad”, na Sérvia, estão a trabalhar em
conjunto para supervisionar a propagação de um vírus no gado ovino. O projeto é
financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e reúne especialistas da
área da virologia veterinária, que irão monitorizar a circulação deste vírus em
ovelhas de Portugal e da Sérvia.
Os dois países encontram-se equidistantes do ponto onde o vírus foi originalmente
identificado, na Europa Central, e demarcam a sua propagação do ponto de vista
geográfico, especialmente na direção dos países a sul. Esta infeção viral, que
afeta exclusivamente os ruminantes, não sendo transmissível ao homem nem a
animais não ruminantes, tem comprometido a produção de leite e produz
malformações nos animais recém-nascidos. Através da combinação das suas
condições técnicas e de conhecimento, as duas instituições vão acompanhar os
valores de incidência do vírus ao longo do tempo.
O vírus está presente na região centro de Portugal, em ovelhas Serra da
Estrela, como atestam os resultados preliminares, obtidos através da
identificação de anticorpos, e poderá provocar um impacto negativo na economia
da região, sobretudo no que diz respeito à produção do queijo Serra da Estrela.
A partilha do conhecimento entre as duas escolas, e a comparação dos
valores registados com os dados encontrados nos locais onde o vírus foi
inicialmente detetado, será fundamental para prever novos picos da doença.
Deste modo, vai ser feito um estudo longitudinal, que visa analisar
amostras colhidas desde 2015. As duas instituições vão analisar 168 animais, de
42 explorações diferentes e 78 amostras de lotes de leite produzido a partir de
ovelhas raça Serra da Estrela.
Apesar do processo não estar totalmente compreendido, de acordo com os
especialistas para um vírus conseguir replicar o seu material genético e produzir
muitas cópias de si mesmo, ele precisa de um conjunto de processos que só
existem numa célula hospedeira – uma célula que ele tem de infetar. Este
processo pode prejudicar a célula invadida e, muitas vezes, destruí-la.
Atualmente regista-se uma diminuição da prevalência da infeção nas ovelhas
Serra da Estrela, tal como se verificou anteriormente nos países da Europa
Central. Esta correlação, devidamente validada, poderá ajudar a prever os
períodos de maior incidência, bem como a implementar estratégias de suavização
do aparecimento da doença, otimizando a produção de leite e, em consequência, a
produção do queijo de ovelha.
O projeto tem a duração de dois anos e todos os resultados serão do
conhecimento público, através de publicações da especialidade, bem como por
parte do Gabinete de Comunicação do Instituto Politécnico de Viseu.
Como te compreendo, meu caro Paulo Barracosa. Há coisas que não entendo, sinceramente. Mas sou um mero… jornalista, que não tem que meter o fedelho onde não é chamado. Contudo, e por tudo, peço que, de uma vez por todas, olhem para a região e especialmente para aquilo que de muito bom por cá se faz.
ResponderEliminarTambém eu ando farto de pregar no deserto. Depois admiram-se que procure outros lugares onde valorizam aquilo que fazemos. Mas isto sou, um mero... jornalista.
José Luís Araújo