Exm.º Sr. Presidente da República,
Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa
Viseu, 28 de fevereiro, 2018
Assunto: Convite para observar in loco o projeto Forestore
Passado cerca de um ano, venho por este meio reformular um convite que efetuei a V. Exc.ª a 30 de janeiro de 2017, para se deslocar à Prisão do Campo em Viseu para confirmar o excelente trabalho que tem sido feito por reclusos no que toca à produção e valorização do cardo, um dos ingredientes maiores do Queijo Serra da Estrela.
Nessa altura foi-me solicitado que eu enviasse para o seu assessor Económico para a Área da Empresas e Comunicação, Exm.º Sr. Doutor Luís Ferreira Lopes, um documento que pudesse servir de estímulo ao interesse de V. EXc.ª para que pudesse dar alguma atenção mais particular a este produto e ao setor. Pela forma como terei redigido o documento não surtiu efeito. Estive como confrade com V. Excª no Capitulo da confraria do Queijo Serra da Estrela em Oliveira do Hospital de 2017 no qual pude testemunhar o seu interesse pelo setor. Passado este ano muito trabalho foi realizado com produtores, instituições de ensino e de investigação de Viseu, Portugal e do Mundo, Associações, o Estabelecimento Prisional do Campo, a APPACDM de Viseu, entre muitas instituições. Contudo, falta fazer quase tudo, mas continuamos a trabalhar!
Mas hoje o meu convite vai direcionado para outro prisma. Também eu fui sensível ao flagelo dos incêndios deste ano e em particular de 15 de Outubro e por isso, abracei a causa de uma empresa de Nelas, a Movecho que numa área contigua à fábrica que também foi afetada pelo incêndio resolveu investir num plano que apelidamos FORESTORE para mostrar ao País e ao Mundo o que se deveria fazer para aproveitarmos a oportunidade. É nos momentos de dificuldade que aprendemos mais e aqui está exatamente essa oportunidade. Mas não temos muitas mais oportunidades e por isso não podemos falhar. Não temos nem queremos apoio do estado, mas sabemos exatamente o que queremos e como lá chegarmos. Estamos a limpar, vamos plantar de forma ordenada e coordenada, vamos usar pequenos ruminantes para limpar atos, vamos usar reclusos para plantar, voluntariado, associações de pessoas portadoras de deficiências, escolas e unidades de investigação. Não vamos dizer que vamos fazer, …estamos a fazer!
Esta fábrica não foi consumida pelo fogo porque tinham um ponto de água que satisfez as suas necessidades e a das outras indústrias situada no perímetro industrial de Nelas. Não foi uma sorte foi sentido de prevenção e agora a Movecho uma empresa de referência mundial no mobiliário customizado pretende ampliar todas estas questões relacionadas com a prevenção, sem esquecer a funcionalidade dos habitats, a estética do paisagismo e a valorização dos recursos endógenos.
Exm.º Sr Presidente, pensei muito em se devia enviar esta carta mas com tanta anormalidade que se vê por aí nesta fase no que toca a limpeza e reflorestação acho que vale a pena vermos alguns exemplos. Se por acaso esta conversa faz algum sentido e se tiver interesse, poderemos mostrar mais ao pormenor o que estamos a fazer. Uma eventual oportunidade de poder ver este projeto fica totalmente dependente da sua agenda. Esta ideia surgiu porque o Exm.º Sr. Presidente irá visitar algumas cadeias e foi por aí que eu comecei convidando-o há um ano para vir a uma prisão modelo pelos seus reclusos e obviamente pela direção. Agora seria vermos como os reclusos também podem ajudar na reflorestação, trazendo-os para a sociedade ativa ao lado dos meus alunos da Escola Superior Agrária de Viseu e dos formandos portadores de deficiência da APPACDM, para todos juntos fazermos um projeto no qual acredito piamente.
Despeço-me com os mais respeitosos cumprimentos e elevada estima e consideração
Paulo Barracosa C Silva
Em anexo vão alguns links que ilustram a minha relação com a prisão do campo https://biogere-esav.blogspot. pt/2017/01/os- estabelecimentos-prisionais- como.html
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