sexta-feira, 30 de abril de 2021

O Cardo num minuto....verde

INFO Politécnico de Viseu 27 de abril a 03 de maio

 Minuto Verde de 15 Abr 2021 - RTP Play - RTP

CARDOP é um projeto de valorização da flor do cardo desenvolvido pela Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV), que visa contribuir para a valorização do Queijo "Serra da Estrela" DOP, através do cumprimento das normas instituídas no caderno de especificações no que se refere à utilização da flor do cardo (Cynara cardunculus L.), como uma das matérias-primas que contribuem para a sua tipicidade e autenticidade. Neste projeto a ESAV tem procurado, em conjunto com outras escolas superiores do Politécnico de Viseu, explorar e valorizar todas as potencialidades desta planta pelas características dos seus diversos tipos de biomassa, designadamente folha, caule, flores e sementes.

Saiba mais sobre o projeto CARDOP.

CARDOP: PROJETO (cardop-queijoserradaestrela.blogspot.com)



domingo, 25 de abril de 2021

A Laranja e Nós…

…os Portugueses, temos uma relação umbilical porque fomos responsáveis por trazer a laranjeira-doce da China (Citrus sinensis) no século XVI e a difundimos para muitos Países da Europa e Américas. Por essa razão, em algumas línguas, o nome do fruto está etimologicamente ligado ao nome de Portugal, sendo em grego, Portukáli, em Albanês, Portokalli, em Romeno, Portocale, em Azeri Portağal para além de outros Países de língua Persa e Árabe. A flor da laranjeira está ligada à castidade e pureza, sendo característicos, muitas vezes, em bouquets de noivas, para além do perfume que emanam. A biodiversidade das plantas serve muitas vezes de inspiração na criação de moda, design e marketing, razão pela qual algumas empresas Portuguesas, como o BPI, quando se quiseram internacionalizar usaram elementos botânicos da laranja como marketing estratégico. Uma das laranjas mais famosas é a da Baía, ou laranja de umbigo, que surgiu de uma mutação em 1812 num mosteiro de Salvador da Bahia com a particularidade de não ter sementes, com uma sucosidade e doçura muito apreciadas. Em Portugal, a comercialização de laranja ocorre durante todo o ano, devido à utilização de variedades de meia estação e as chamadas variedades tardias. As “Dalmau” e as “Newhall” são colhidas entre novembro e março, as “Baía” e as “Jaffa” de fevereiro a abril e as “Valencia late“ e “Lane late” entre março a agosto.

Quando a Bota não Bate com a Perdigota,.....Faça chuva ou faça sol

Ontem assisti ao programa "Faça chuva ou faça sol" na RTP2 sobre a fileira dos Queijos do Centro ou melhor do Queijo da Beira Baixa e dos outros. Um dos méritos é dar foco aos queijos do Centro e isso é inegável. Depois, há muitas outras coisas que se podem dizer, mas sempre na lógica do melhorar. Vou-me focar no Queijo Serra da Estrela porque é aquele pela qual "visto a camisola". Foi a primeira aparição que vi do novo Presidente da Estrelacoop. A expectativa é grande, mas não é cega. Apenas vou referir três notas que me ressaltaram. Em primeiro lugar a flor de cardo. Uma pequena mostra de uma qualidade a roçar o açafrão. Quem a terá fornecido? É  a qualidade padrão comum nas queijarias? São poucas as queijarias que se preocupam verdadeiramente com a qualidade da flor e muitas menos com a origem da flor. É uma questão cultural e de falta de visão estratégica com a qual a nova direção da Estrelacoop se poderia preocupar...! Já ando há 10 anos a debater-me com esta questão e já disse o que tinha a dizer.


A segunda questão é mais de fundo. Como se caracteriza o queijo Serra da Estrela....um queijo semi-amanteigado com notas ligeiras de amargo e cor amarelo palha. Tudo isto é o resultado de um leite que deve ser de excelência das raças Serra da Estrela e Churra Mondegueira com características muito próprias no qual a flor de cardo faz um trabalho de coagulação que pode promover identidades muito próprias a este ícone. Tenho andando a procurar mostrar em diversas queijarias este facto. Diversos cardos ajudam a criar diferentes queijos sobre uma mesma base. Qual o resultado? É engraçado, mas deixemos estar como está. Nada mais certo, num ano de pandemia, onde devíamos estar a pensar no futuro. Por isso me calo! O conceito de semi-amanteigado, está hoje desvirtuado porque é um compromisso difícil de estabelecer onde os aromas se possam expressar na plenitude. É mais fácil amanteigar por isso fácil de copiar e daí a questão das ditas fraudes. Mas quem se pôs a jeito foi o Queijo Serra da Estrela a pedido das grandes superfícies que reduziram a dimensão do queijo e amoleceram a matriz e a identidade. Qual foi o objetivo? Óbvio meu caro...! Só se copia o que tem valor comercial e é fácil de copiar só pela aparência. Ora nem mais! A textura é fácil de copiar, o consumidor é pouco exigente e tem pouco poder de compra, a questão dos aromas, deixem-se disso...temos os hologramas que são caros mas são uma garantia...de quê? Textura! Estou tentado um dia destes ir a uma queijaria não DOP com os meus cardos e fazer um queijo que vá a uma prova cega no painel Serra da Estrela DOP. Mas atenção continuo a acreditar neste produto, agora mais do que nunca...!


A terceira nota tem a ver com a forma como se deve apresentar o queijo Serra da Estrela à mesa. A Cecília ainda há poucos dias fez uma mesa de QSE na praça da Alegria que me encheu de orgulho. Brilhante! O que vi ontem deixou muito a desejar.



O queijo velho DOP "Serra da Estrela" é outro produto que deve ser explorado para públicos muito específicos. Não pode ser o que "sai mal" que vá para velho. Este deve ser o excelso para públicos de eleição, exigentes e para o Mundo além fronteiras.


Os responsáveis que olhem de uma vez por todas com a atenção devida para a fileira. O importante não é como vamos buscar o leite. O importante ainda é a garantir a qualidade do leite. Não invertamos as prioridades.