segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Uma Revolução Pacífica



Estivemos envolvidos nas entrevistas aos maiores de 23 anos, durante todo o dia de hoje, num total de 27 candidatos. Recordo-me bem do candidato sobre quem escrevi no ano passado, faz agora sensivelmente um ano. As palavras que escrevi na altura, fruto daquilo que senti no momento, mantêm-se extraodinariamente actuais e aquela pessoa sobre a qual escrevi constitui um dos exemplos de êxito na ESAV, apesar de ter entrada no ensino superior por um processo que tem suscitado imensas dúvidas. No presente ano, um pouco à semelhança dos anteriores, tivemos candidatos para todos os gostos...desde os mais "líricos" carregados de boas intenções até áqueles que merecem claramente esta oportunidade. Não querendo entrar em pormenores destaco uma conversa mais animada com um dos candidatos. Diria que é um pessoa já "matura" que procura na vida uma oportunidade de satisfação pessoal, intitulando-se um ecologista por natureza, o que não sendo, parece um autêntico pleonasmo. Mas o epílogo da entrevista surgiu quando este candidato percebeu de imediato quando lancei a questão sobre o facto das revoluções não tumultuosas que têm surgido na sociedade, serem apelidadas com nomes da plantas, vejamos a dos cravos e mais recentemente a jasmim na Tunísia. A razão deste facto é passível de uma enorme controvérsia, mas fiquemos pela razão simples de que as plantas proporcionam através da contemplação e dos seus aromas uma enorme paz de espírito, fruto da sua linguagem...que é a da bioquímica. Acredito que a ESAV precise de alunos com este tipo de espírito, que possam dar e receber pela sua vontade de aprender e experiência de vida.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Contamos com a APPACDM...podem contar connosco


Tenho para comigo uma dívida com a AAPACDM de Viseu. Há uns anos atrás envidei alguns esforços para abraçar um projecto intitulado "Encontros e Desencontros da Genética" onde pretendia desenvolver um projecto de palco no Teatro Viriato, numa encenação com crianças e adultos portadores de trissomia 21, por forma, a percebermos que o facto de terem um cromosssoma a mais alguma vantagem terá que conferir-lhes, embora não estejamos alerta para esse facto. Quiçá seja a afectividade, ou uma qualquer outra característica muito esquecida nas sociedades de hoje. Este era um projecto complexo que estará em aberto mas que não pode ser realizado por um biólogo, mas tem que ser obrigatoriamente por uma equipa multidisciplinar. Veremos se haverá oportunidade. Há aliás um encenador Brasileiro, que fez um trabalho excepcional com pessoas portadoras de deficiência algures na Madeira, cujo nome não me recordo mas que irei procurar. Mas hoje quero falar-vos de um menos ambicioso, mas real. A APPACDM pela mão do Eng. António Figueiredo, está a colaborar com a ESAV num projecto científico de propagação e plantação de cardo, aliás dos melhores genótipos de Cynara cardunculus. Pretendo aliado a este projecto realizar um outro envolvendo para além destas estruturas a Ancose e colocar alunos da APPACDM a fazerem queijo "Serra da Estrela" o tal que uso a flor de cardo para a produção do coalho. Assim a breve trecho teremos a oportunidade de saborear um queijo amanteigado de massa mole a semi-mole "Serra da Estrela" oriundo das mãos desta associação. Um projecto simples mas pleno de significado. A vida tem que ser um momento de partilha e um dar e receber. Até agora só colhemos da APPACDM, ... estamos no momento de dar!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A cultura do rendimento mínimo



O facto de estamos em crise também tem as suas vantagens. Temos que "tentar" alterar um pouco a nossa mentalidade, o que não se faz de um dia para o outro mas obriga-nos a começa a fazer algo e já. Temos todos que o fazer desde as baixas patentes até às mais altas. Todos e cada um per si temos que provar todos os dias que podemos desempenhar um papel vital em cada uma das estruturas onde estamos inseridos. Contudo, ainda vigora, com honrosas excepções, uma cultura instalada de rendimento mínimo, ou seja, fazer o estritamente necessário, seja em questões de docência, integração de projectos, acções de divulgação junto da comunidade envolvente, ... sabendo de antemão que uns têm mais vocação para uma actividades em detrimento de outros. O papel dos docentes num Instituto de ensino superior não se esgota na docência, mas caberá aos mesmos docentes demonstrar aos superiores hierárquicos, os outros papéis que podem desempenhar e como podem fazer engrandecer um IPV no seu todo. Não podemos ficar à espera que sejam definidas as estratégias de futuro, porque infelizmente as únicas que vêm chegando são, redução do nº de Km para visitas e a divisão dos orçamentos da mesma forma que se fazia anteriormente apenas com a indicação que o valor é inferior, estrategicamente não se acrescentando nada. Vamos é todos trabalhar mais e melhor... mas atenção que vamos estando atentos aos abusos e à falta de solidariedade.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Projectar Candidaturas de Élite

Estamos numa fase activa de candidaturas a projectos no âmbito das nossas actividades de investigação na ESAV aos mais diversos programas comunitários. Para levarmos a cabo com sucesso as candidaturas devemos juntarmo-nos aos melhores e áqueles com quem gostamos de trabalhar. Devemos também na medida do possivel desenvolver investigação com aplicação internacional não esquecendo uma eventual predisposição para a valorização de produtos de índole regional. Este é o caminho que com aqueles com quem tenho colaborado temos trilhado, embora outros desenvolvam estratégias diversas com tanto ou mais sucesso. Temos privilegiado a colaboração com instituições de ensino superior de Viseu, neste caso a Universidade Católica Portuguesa (que tem feito uma divulgação de marketing em parceria com o expresso curiosa) e defendo que num futuro próximo possamos colaborar de forma efectiva com o Piaget, o que aliás já fiz no passado. Paralelamente, devemos escolher autarquias, estruturas associativas, empresas, direcções regionais, laboratórios que connosco queiram colaborar em prol da investigação na região. Pelos sinais recentes estou absolutamente convencido que existe um enorme potencial por explorar ao nível do desenvolvimento de novos projectos, saibamos apresentá-los aos interlocutores certos e no momento indicado.

Beber Vinho é fazer um brinde à saúde????




Assisti à génese de uma comunicação proferida pela Fenadegas em colaboração com a ESAV intitulada o "Vinho e saúde". Do resultado deste processo que foi mal dirigido e digerido resultaram um conjunto de noticias que colaram a ESAV à imagem de o "Vinho é saúde!". Nada mais errado...
Quando fui contactado pelo Presidente da Fenadegas para a eventualidade de poder haver colaboração da ESAV para esta acção, indiquei prontamente o Prof. doutor António Jordão como o mais habilitado para poder conduzir este processo, e falei na altura que a ESAV e a ESSaúde colaboram na área da nutrição e da nutracêutica e que poderia ser útil juntar as duas estruturas. O que me foi dito foi que este era um processo que teria de ser conduzido de forma célere porque havia chegado o dinheiro da CE para a realização de um conjunto de conferências... já estamos habituados a estas cenas, não importa o que fazer temos é que fazer rapidamente. O resultado foi uma intepretação enviesada da mensagem dirigida a jovens mas ao qual assistiram quase exclusivamente adultos. Foi marcada uma semana antes, porque as aulas só agora tiveram início. Mais um oportunidade desperdiçada por parte da fenadegas. Quase podemos dizer que "o feitiço virou-se contra o feiticeiro". A ESAV tem realizado um papel pedagógico no divulgar do vinho, neste caso do Dão levando os jovens a conhecer a vinha e o modo de fabrico do vinho nunca incentivando o consumo do vinho pelos adolescentes, mas explicando o exercicio da vinha ao vinho, mostrando a poda, a enxertia a fermentação alcoólica... . Deixemos os jovens amadurecerem os seus "palatos" e concluirem o seu processo de crescimento para apreciarem verdadeiramente o vinho que deve ser consumido por gente madura de forma moderada e por forma a apreciarem os aromas maduros, minerais, vegetais e estabelecerem conversas agradáveis à volta de uma garrafa de vinho. O querer forçar os jovens a consumirem mais cedo que o ideal pode ser claramente contraprodecente porque sabemos que todos nós enquanto fomos jovens os nossos limites eram diferentes. Devemos dar tempo ao tempo...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

(Re)plantear una Xardineria en OURO(ense)


Un ano mas....( já estava entusiasmado em hablar gallego!)

Mais uma vez se realizaram as Xornadas de Xardineria de Galicia, neste caso as sétimas. Há três anos a esta parte não falto a uma e relembro-me vivamente algumas das apresentações que vi e ouvi, e que nos permitem recriar adaptando muitas das ideias que absorvo num autêntico papel de "esponja". Este ano não fugiu à regra e com base nos exemplos dos Jardins Botânicos de Kew ou Bordéus apresentados por José Carlos Magdalena e Cathérine Mosbach podemos recriar muitas ideias, que lanço aqui duas para já: O campo de cardo na Casa da Ínsua que permitirá fazer "smart food on" e sugerir à CMViseu que no plano de embelezamento das Termas de Alcafache, saiba usar as águas termais como fonte de embelezamento paisagistico.

Mas a surpresa científica maior viria pela mão de Niek Hazendonk, um consultor do governo Holandês que apresentou um jornalista australiano Michael Pollan (http://www.ted.com/) a falar da forma como as plantas condicionam a actuação do homem e como é que o Milho consegue manietar a actuação do homem muito por força da suposta importância do bioetanol. E pensa o homem que é ele que controla tudo, quando se sabe hoje que tem apenas 23.000 genes bastante menos que o arroz e muitas outras plantas. Em defesa de uma agriculutra inteligente e sustentável fez alusão a uma experiência no domínio da permacultura de uma quinta em que se colocavam as vacas limitadas a um prado com uma cerca eléctrica do qual se alimentavam e iam dispersando os dejectos. Passados uns dias era transportado para esse local uma "roulotte" de galinhas que iriam alimentar-se dos dejectos à procura de larvas que com 4 dias de idade estavam apetitosas. Esta actuação era fundamental para que não houvesse uma "praga" incomodativa de moscas. As galinhas iriam dispersar o "adubo" concentrado por todo o prado e fertilizar favorecendo o crescimento de novas plantas. Entretanto as outras cuja parte aérea morria iriam sofrer a decomposição das raízes por parte dos decompositores e forma novo solo. Este é um ciclo engenhoso que pode ser replicado em muitos outros casos e que demostra a importância das plantas.

Sobre as pessoas de Ourense haveria muito para dizer sobre a hospitalidade destas "Xentes". Desde o cozinheiro do Pallabarro até à sua mulher (Mari Cármen), as assistentes do hotel o guarda do auditório de ourense, ... de todos tenho uma história para contar que me faz voltar para o próximo ano. Até lá e Muchas Gracias a todos e em especial a Carlos Cárcamo o Mentor destas Xornadas!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

APPLE by ICORK and by Esmolfe


Assistimos este fim-de-semana a dois produtos Portugueses/campanhas de Marketing, que revelam o quão o espírito de inovação está longe de ter atingido os seus limites. A capa de Cortiça (Cork) para o IPAD constitui uma combinação perfeita para a valorização da tecnologia com a mão da natureza e a inspiração do homem. Em jeito de à parte também nós tinhamos na região empresas que permitiam inspiração para levar a cabo exemplos deste, como era o caso do Moinho da Carvalha Gorda e a possível associação com a inovação de Elvira Fortunato e os seus colaboradores. Não vou mais longe nesta associação por... respeito aos verdadeiros mentores do Moinho!
A outra campanha foi a Portugal Fresh, para promoção dos frutos, legumes e flores Portugueses em destaque numa feira na Alemanha (Berlim), o que denota a margem de progessão da agricultura nacional, com especial ênfase para a área da fruticultura, onde a maçã Bravo com denominação geográfica de Esmolfe foi vedeta. Ouvimos falar na valorização dos sabores antigos da fruta, o que não se falou foi no trabalho fantástico que tem sido desenvolvido pela Estação Agrária de Viseu na valorização desta variedade, coordenada pela Eng. Arminda em que alguns alunos da ESAV também colaboraram e na limitação imposta pelo Proder na beneficiação das câmaras frigoríficas que não permitirá armazenar a fruta em condições ideais para avaliar o evoluir da qualidade maçã com o armazenamento.
Em jeito de conclusão o vídeo de promoção do Kcork para o IPAD foi realizado em cima de uma maçã para mostrar as suas potencialidades o que denota alguma graça pela sinergia do elemento APPLE e gostaria de deixar também uma mensagem para o Da.vide, que pode pensar em fazer algo em cork...daquelas coisas que costuma fazer!