sábado, 28 de setembro de 2019

Ontem tive a sensação....que aprendi....

...mais com os alunos ....do que ensinei! É um sentimento misto de sentir que tenho que ouvir mais e falar menos...Depois conto-vos uma história mas agora ainda estou a pensar no que os meus alunos do "Campo" me ensinaram. Muito Obrigado a Todos! Que grandes alunos que eu tenho a sorte de ter!

Escola de Pastores....ESAV...e as Ovelhas Serra da Estrela

E se temos recebido os novos alunos da Escola de Pastores e a RTP com as nossas ovelhas Serra da Estrela, no Olival ou melhor ainda...na rotunda da ESAV, como sugeriu o meu colega Jorge Oliveira. Estas seriam as "jardineiras" oficiais da rotunda da ESAV que cortavam a "relva", adubavam e que belo exemplo davam à promoção de toda a fileira do Queijo Serra da Estrela em nome da sustentabilidade dos recursos. Pode ser que um dia...passe pelas cabeças pensantes....



Bravo...Esmolfe Penalva do Castelo...

Enquanto acreditarem na mensagem estaremos dispostos a ajudar a reforçar a identidade e exclusividade destes territórios que são autênticos Hotspots de bodiversidade e capacidade. Parabéns pela iniciativa!


domingo, 22 de setembro de 2019

ALGO não vai bem...no DÃO...

...a corrida das vindimas do Dão é patrocionada por uma marca de vinhos do Douro,...Cistus. 
Deve ser para não causar melindres entre os produtores do Dão...

sábado, 21 de setembro de 2019

MOVECHORTO



A MOVECHO lançou um projeto de criação de um HORTO para a propagação e investigação de plantas com potencial paisagístico e naturalista, assentes numa vocação de proteção da erosão dos solos, prevenção das alterações climáticas, valorização dos recursos naturais e da paisagem e incremento da biodiversidade da flora e fauna. Iremos privilegiar as espécies autóctones arbóreas como o sobreiro, azinheira, carvalho, castanheiro, faia, bétula, amieiro, faia, ainda outras espécies como o medronheiro, loureiro, azereiro ou o cardo. A escolha criteriosa das espécies teve por base todo o potencial da biodiversidade natural que encontramos nos diversos habitats característicos da região CENTRO que urgem preservar. O facto da área circundante da MOVECHO ter sido alvo de um incêndio em 2017, fez recrudescer, desde a administração aos mais variados colaboradores, a preocupação na defesa e promoção ambiental e da importância da resiliência, uma característica determinante para projetos estruturantes. Assim, lançou mão na criação de um conjunto de infraestruturas para estar mais e melhor capacitada para os tempos que se avizinham. A implementação de um projeto de valorização paisagística no território MOVECHO será num futuro próximo, para além de um espaço de preservação da biodiversidade, um lugar de inspiração para a criatividade e inspiração cruciais para o sucesso da empresa.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O CYNATURA está a sair das cascas...

... já não era sem tempo! O projeto está maduro e sente-se capaz de fazer coisas diferentes em prol da região, do Pais e do Mundo tendo por base o conceito de "Agri-food consulting", criando soluções naturais com inovação e identidade na produção agrícola e alimentar, na qual se pretende valorizar os recursos genéticos,  o design natural e a paisagem, e a nutrição e promoção de saúde.



Tania e Javier, alunos de Erasmus vão trazer-nos e exemplo do Cardo de Tudela...



...mostrando uma outra abordagem ao cardo, neste caso exclusivamente usado para alimentação humana, particularmente apreciado no natal (navidad). Pode ser que este natal possamos todos comer cardo de Tudela (Navarra). Segunda-feira (Lunes) assistiremos todos a esta apresentação.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Hoje conheci a bisneta da antiga Queijeira da Quinta da Alagoa...em Viseu

...onde está hoje instalada a Escola Superior Agrária de Viseu, que por ora é minha aluna do CTeSP em Agricultura Biológica. È muito importante conhecermos a história das instituições para pensarmos e perspetivarmos o futuro, ainda para mais quando estamos prestes a comemorar os 25 anos de existência. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

E se a Escola Superior Agrária de Viseu....



...fizesse como outras Universidades e Politécnicos e criasse um blogue para dar a mostrar as publicações técnico-científicas e de opinião dos docentes destas escola e não só, relacionadas a agricultura, floresta, zootecnia, veterinária, alimentação e nutrição!
Curiosamente, este blogue iniciou-se com esse intuito, mas depressa verifiquei que não era possível. Nove anos mais tarde lanço o desafio para a Presidência ou qualquer outro que possa lançar mão do projeto, já que o problema pode estar em mim. Para nascer uma criança, são precisos nove meses! o período de gestação de um camelo são 360 a 420 dias, de um burro 365 dias (11 a 14 meses), de um elefante 617 dias, e de um blogue....Segue um para exemplo....https://pensarnutricao.pt/

Where is cardoon ...now?...London design fair...!





The Best of Portugal by Associative Design
Bringing Portuguese flair and creativity to the London Design Fair 2018, Associative Design will showcase ‘The Best of Portugal’. Featuring an expertly curated mix of contemporary and luxury Portuguese design and innovation, including furniture, lighting and objets d’art. Originated by the Portuguese Association of Wood and Furniture Industries (AIMMP), Associative Design promotes Portuguese brands and products globally.
Associative Design is a venture conceived by the Portuguese Association of Wood and Furniture Industries (AIMMP). Given the burgeoning interest in and demand for design made in Portugal, Associative Design is actively promoting Portuguese brands and products, placing them at the centre of the most discerning and distinguished international design markets. With a firm emphasis on integration, Associative Design aims to enhance the overall quality, innovation and design contributions made by Portuguese brands globally.


The United Kingdom is a renowned global leader in the creative industries and London makes an especially strong contribution to the country’s diverse and vibrant creative landscape. More and more, the UK market is embracing the novelty of Portuguese design—indeed, it is the fastest growing market for design made in Portugal. For this reason, Associative Design chose the London Design Fair, with its fresh, inventive and progressive approach, as the ideal stage from which to introduce its concept to design professionals, authorities and devotees.



At the London Design Fair, Associative Design will present a number of companies working with a young generation of designers and a few established designers aligned with the brand vision. Visitors can expect an expertly curated and diverse mix of Portuguese design, innovation and technology. Creative furniture, lighting and design objects will each share a harmonious blend of functional, sustainable, modern and aesthetic design attributes. 

Qual CAnnabis...estamos cada vez mais perto da Utopia e... não "fumamos" nada




Esta semana, com o início das aulas, tem sido entusiasmante a rever os meus alunos e a conhecer os novos alunos acabados de entrar. Estou a sentir "good vibes" com alunos que vêm desde Alcobaça, Tondela, Seia, Brasil, Espanha,....Navarra, de Tudela onde existe uma IGP de Cardo "Blanco de Tudela". Isto promete!
Na semana passada estive em Idanha a fazer consultadoria a projetos de agricultura e considero que é uma Terra plena de "I&D" mas com muita "mANHA", aliás como quase todas que conheço. Vi projetos de futuro e outros sem "pés nem cabeça" que implicam investimentos de meio milhão de euros/ha, porque não querem pensar de modo próprio e desenvolver o seu próprio projeto com uma identidade muito própria. Dá trabalho? Dá e...depois?
Nós, ao fim de 10 anos de estudos em cardo, temos hoje uma planta de cardo que produz algo como 350 g de flor de excelente qualidade. Esta planta pode render em flor qualquer coisa com 35 Eur se o preço de venda for 100 Eur o kg, como tem que ser, e que sairá qualquer coisa como 10 cêntimos por Queijo produzido. Se num hectare colocar 5000 plantas destas, num compasso 2 x 1 m, qual o valor que poderia render a flor? é só fazer contas! Quem vai propagar in vitro esta planta serão os meus alunos deste primeiro semestre de Biotecnologia e Melhoramento de plantas. Falaremos daqui a três meses! Este é um projeto nosso, não copiamos ninguém e cada vez temos mais a noção que estamos numa outra divisão, talvez equiparada à "Championes league", ...mas não à Benfica!

terça-feira, 17 de setembro de 2019

CULTIVAR LAÇOS DE CONFIANÇA E AFECTIVIDADE NO SEIO DE UMA AGRICULTURA FAMILIAR QUE SE QUER DE CARIZ BIOLÓGICO


http://gazetarural.com/2019/09/17/gazeta-rural-n-o-347-15-setembro-2019/

A Agricultura Famíliar assume-se de vital importância pelo número de explorações que representa e pelo volume de produtos agrícolas que garantem alimento para uma parte significativa da população. A agricultura familiar pode responder aos desafios que se colocam a uma sociedade tendencialmente globalizante mas que se quer sustentável, criando laços de proximidade e de confiança entre produtores e consumidores, fruto da qualidade e afetividade que conferem uma identidade a esta forma inclusiva de agricultura. Num tempo em que se vaticina que o futuro assenta em megametrópoles contra todos os indicadores de racionabilidade e razoabilidade, temos a clara sensação que pela frente nos espera uma tarefa hercúlea ao jeito de “um David contra Golias”, na qual um sistema de produção desta natureza parecia estar condenado ao fracasso, se não existirem diretivas e incentivos que promovam esta atividade. Mas pode ser que o próprio evoluir das sociedades conduza naturalmente esta prática ao sucesso na devida proporção para cada uma das realidades quer em termos de dimensão demográfica quer pela localização geográfica. A recente publicação do estatuto de Agricultura Familiar e a tendência em incentivar a produção e o consumo apelidado de “quilómetro zero”, mesmo pelas cadeias retalhistas, são um sinal que apontam numa visão de estratégias de futuro que privilegiem a proximidade física e afetiva limitando o uso de recursos despendidos em transporte. Estamos hoje perante uma realidade invertida na qual parece dar-se mais importância ao transporte comparativamente com a produção e por isso surgem estas convulsões sociais na qual aqueles que fazem do transporte o seu modo de vida pensarem poder ditar as suas regras. São estes exemplos que nos fazem acreditar ainda mais nos serviços e práticas em proximidade como tendência de futuro. Existe atualmente a convicção que os consumidores podem condicionar a produção, não apenas na variedade de produtos mas também na qualidade dos mesmos e até nas forma como são embalados. Esta relação tem que ser levada a cabo com base numa relação exigente ditada pelo conhecimento sedimentado e não por um simples fluir de modas, na qual a ancestralidade dos recursos genéticos e dos métodos empíricos de práticas agrícolas se devem harmonizar com o conhecimento técnico-científico e a inovação assentes na racionalidade e sustentabilidade. Por falar em valorização de recursos genéticos, recordo-me do melão de Vila Soeiro que se cultiva(va) na freguesia com o mesmo nome da região de Fornos de Algodres e que não se pode deixar perder para memória futura na criação de identidades que nos distingam da massificação e ajudem os pequenos produtores a terem nichos de mercado baseados na ativação de neurónios relacionados  com o prazer dos sabores, das fragâncias, da convivialidade e dos saberes. Esta como outras variedades de iguarias agrícolas, nas quais estes territórios ditos de interior são extraordinariamente ricos, deveriam ser preservados, estudados e alvo de melhoramento em projetos regionais que deveriam envolver produtores, autarquias, centros de investigação, instituições de ensino superior e o ministério da agricultura.
O uso da designação familiar acarreta em si uma responsabilidade acrescida pela força da palavra e todo o simbolismo que representa nos laços de confiança que permite criar. Mas para esta concretização há que creditar tecnicamente os seus produtores, conferindo capacidade e responsabilidade ao ato de produzir e desta forma, as relações de confiança e afetividade que podem fazer a diferença surgirão naturalmente. Têm que ser criados instrumentos de rastreabilidade e monitorização das atividades e práticas agrícolas que se vão implementando ao longo dos ciclos de produção. A estratégia de adoção das práticas da agricultura biológica, assente em princípios de equilíbrio e sustentabilidade do solo, das culturas, adequadas às épocas do ano e tendo por base uma comercialização em proximidade com redução da pegada do carbono, parece ser o melhor caminho para guindar este tipo de cultura ao sucesso que merece. Obviamente que todo este investimento tem que se traduzir na qualidade dos seus produtos não por calibres ou padronizações mas por sabores únicos que nos façam recuar às memórias de infância. As práticas agrícolas são uma das áreas onde mais se tem que apostar aliando o conhecimento empírico no combate às pragas e doenças às estratégias mais inovadoras creditadas cientificamente. O uso de fungicidas e bactericidas, de base natural, para a utilização em culturas agrícolas deve assumir-se como uma das grandes mais-valias de futuro, não numa lógica de “mezinha” mas em combinar de uma forma sinérgica as virtudes das plantas para a preservação do ecossistema com claro benefício para a saúde dos consumidores e dos nossos vindouros.
Nós como consumidores também temos a responsabilidade de procurarmos incentivar as relações de confiança com aqueles produtores de agricultura familiar que consideramos cumprirem os requisitos de qualidade, sustentabilidade, afetividade e proximidade. Sabermos ser exigentes mas dando tempo para que as relações de confiança se desenvolvam e maturem naturalmente. Se por um lado somos animais de hábitos e gostamos de comodidade, também nos cansamos cada vez mais depressa das rotinas e isso por vezes não facilita o estabelecimento de relações duradoiras, especialmente de índole afetiva. Aqui entram os prazeres proporcionados pela diversidade das iguarias que de acordo com a sazonalidade nos vão chegando pela mão daqueles em quem depositamos a confiança de alimentarem a nossa família. No meu caso a exigência é redobrada porque as minhas duas filhas são ambas nutricionistas e os Pais partilham o menu. Temos o privilégio da nossa agricultora familiar nos ir surpreendendo logo desde princípio com a chegada do cabaz semanal com uma composição de cores, formas e texturas dignas de um(a) pintor(a) naturalista à qual se aliam as inebriantes fragrâncias das ervas aromáticas que compõem o buquê. Havendo uma base comum estamos sempre ansiosos, semana após semana, em saber qual a fruta ou o legume que surge de novo porque estamos na sua época de eleição e não precisamos pedir porque ela já nos conhece os hábitos, mas acima de tudo sabe os trunfos que tem para nos surpreender todas as semanas ao longo do ano agrícola. Isto para além da confiança e laços de amizade que já damos por adquiridos mas que foram os promotores de toda esta partilha e convivência. Curioso é ser agora que estamos de férias, período em que escrevo estas linhas despretensiosas, mais sentimos a falta dos primores provindos da nossa Agricultora Familiar. Faço votos que este artigo possa ser o mote para que cada um encontre a sua alma gémea no seio da Agricultura familiar.
Bem-haja!