quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Há dias felizes e ...há Anos....

....que eu não estava com os Pais do Júlio, que foi um dos meus primeiros alunos na ESAV, por quem nutro uma admiração imensa pelos valores que conseguiram transmitir ao seu filho único. Dir-se-ia que era mais fácil porque era único, talvez seja o contrário, seja mais difícil exatamente por isso. Esta relação, faz-me lembrar uma outra muito idêntica, com aquele que é um dos meus maiores Amigos, o Carlos Miranda e que também é filho único e absorveu por inteiro os valores dos Pais, não os económicos (apenas) mas os éticos e os morais. Em ambos estes casos os Pais estiveram em França como emigrantes e souberam o que era o rigor da vida e os filhos também!
Mas esta história vem a propósito de uma outra coisa, ....da Alfarrobeira! Quando cheguei a Viseu em 1997, a alfarrobeira era um exemplo prático para os meus alunos. E esses trabalhos deram frutos em 2007 e 2008 com artigos científicos de referência mundial. Nessa altura as sementes da alfarroba eram muito estudadas na ESAV, onde inclusivamente foi vista a maior semente de alfarroba alguma vez vista no Mundo com 0,360 g, um recorde, comparando com o seu peso normal, o tal carat (0,200 g) que é atribuído à semente da alfarroba (https://biogere-esav.blogspot.pt/2017/04/um-caratmuito-especial.html). Mas dizia eu que dessas sementes o Júlio fez vingar uma que está em Viseu. Germinada em 1998, esta árvore vai fazer 20 anos este ano e é fruto de uma relação forte que vamos criando com certos alunos. O Pai do Júlio já colheu frutos desta alfarrobeira nos últimos 4 anos e é um motivo de orgulho para vizinhos e amigos. Para dar fruto esta árvore tem flores hermafroditas, uma coisa rara nesta árvore, normalmente dióica, mas que resulta da necessidade de se reproduzir deixando semente. E desses frutos amaciam e escurecem aguardente, com compostos fenólicos que são eluídos da casca do fruto e alguma doçura que provém da polpa. Por falar de aguardente a Didi pode ficar descansada que estes frutos serão para si e estão tenrinhos como gosta. Por uma questão de ordenamento da Quinta, o Júlio fazia gosto que eu ficasse com a árvore, mas o meu espírito leva-me a que esta árvore seja um testemunho e um exemplo para a cidade de Viseu. Por isso será doada à cidade de Viseu, para ser plantada no Jardim do meu Sogro (Jardim Jorge Costa) em Marzovelos e que acredito que ele ficaria muito contente por isso. Para mim seria uma enorme Honra. A vida tem destas coisas! Não sei se o Município de Viseu achará "Graça" à ideia, se não achar a árvore irá para a Quinta do meu Sogro!  O que ninguém pode negar foi a admiração e o respeito que o Júlio nutriu por mim fazendo germinar e mantendo esta árvore até hoje e querendo dar-ma de bandeja. Essa admiração é recíproca por inteiro! Há dias que nos ficam na retina....e emoções que nunca mais esqueceremos. 
Hoje o pão de alfarroba é comum em todo o lado e não foi ideia minha, embora esteja a trabalhar com os meus alunos e as minhas filhas num novo tipo de pão de São João Batista (https://biogere-esav.blogspot.pt/2018/01/o-pao-de-alfarroba-esta-crescer-como-o.html). Já o creme de alfarroba da delícia é único e nasceu em Viseu e será daqui que irá para o Mundo, se nos deixarem contar esta história como gostaríamos (https://biogere-esav.blogspot.pt/2017/05/caratum-projeto-que-e-uma-delicia-com.html). Se o Município de Viseu não entender contaremos de outro modo, mas vamos contá-la de certeza.
Um enorme Bem-haja!






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