terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Os Estabelecimentos Prisionais como Centro de Referência do Saber Fazer...










Fotos de José Luis Araújo

Com a sua anuência, Excelentíssima Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Dr. Helena Mesquita Ribeiro, permita-me que dirija a primeira palavra aos reclusos deste estabelecimento, mesmo que, por vezes, tenham duvidado da minha palavra, hoje aqui estão presentes, numa cerimónia inteiramente dedicada ao vosso esforço, labor, capacidade, engenho e, acima de tudo, futuro.
À Exm.ª Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Justiça dizer o quanto é importante a sua presença, para fazer mobilizar pessoas e meios para esta realização e para que possa ser dado o devido eco em prol deste Estabelecimento Prisional, da sua direção, daqueles que aqui trabalham e, acima de tudo, dos seus reclusos. Que este exemplo se possa transpor para muitas outras instituições que terão tantos méritos como esta, não só na área da justiça como da solidariedade social.
Acredite V. Ex.ª que tudo faremos para respeitar a tradição Beirã de bem receber e, se alguma coisa for menos bem, a culpa é exclusivamente minha, exatamente por não ser Beirão, apesar de me sentir como sendo um entre Beirões.
Não tendo tido o prazer de conhecer V. Ex.ª antes, não obstante eu também privilegiar a justiça, procurei conhecer um pouco sobre o seu currículo (no sitio oficial do governo), não para tirar “quaisquer nabos da púcara”, mas para encontrar eventualmente alguns pontos de referência e procurar ser gentil na apresentação. Não vou cometer nenhuma inconfidência, apenas direi que não vou dizer nem a minha idade nem o meu signo e por aqui… paro!
Ao Subdiretor da Reinserção e dos Serviços Prisionais, Dr. Paulo Moimenta de Carvalho dizer que é um enorme prazer poder recebê-lo nesta casa, que é sua também, e em jeito de graça, dizer que eu por não ter o apelido “Carvalho” no meu nome, para além do meu Curriculum não ser adequado, nunca poderei ocupar qualquer lugar como Subdiretor geral de reinserção e serviços prisionais, pois parece que esse é um dos requisitos. Sei que a vossa presença está intimamente ligada à perspetiva de investimento nas obras deste estabelecimento. Também penso que um Estado que investe em estabelecimentos prisionais parece que não quer ter futuro, mas este é um caso de necessidade “gritante” e acredito que a verba que vier aqui a ser investida terá o seu devido retorno e é também por isso que estamos todos aqui hoje.
Ao Dr. António Almeida Henriques dizer que ambos somos aqui fregueses, no Campo, e pedir-lhe que olhe para esta instituição como um centro de referência do saber fazer e que canalize toda a sua diplomacia para ajudar também esta instituição e as pessoas que aqui estão, dando-lhe uma perspetiva de futuro. Esta mensagem é aliás para todos os que aqui estão presentes, com mais ou menos responsabilidades políticas, económicas e sociais. Aproveito para cumprimentar o presidente de Câmara de Penava do Castelo, Dr. Francisco Carvalho (que pelo apelido ainda pode aspirar a subdiretor geral).
Ao Presidente do meu Instituto (IPV), Eng. Fernando Sebastião, agradecer encarecidamente a sua presença numa ação promovida pelo projeto CARDOP para conhecer um Projeto, que na perspetiva do Prof. Carlos Faro do Biocant, é extraordinariamente atual combinando a vertente cientifica, cultural e social numa abordagem verdadeiramente holística.
Agradecer ainda, de forma muito sentida e amiga, a todos aqueles que quiseram estar aqui presentes e a todos aqueles que gostariam de estar e pelas mais diversas razões não puderam vir.
Agradecer aos produtores de Queijo Serra da Estrela e às organizações que os superintendem, Ancose e Estrelacoop. Àqueles que estão presentes, mas a todos em particular, porque hoje não estamos a privilegiar uns em detrimento de outros e isso é preciso que fique bem frisado, mas estes acreditaram em nós desde o início. Hoje estão aqui a Sabores e Ambientes (Bobadela - Oliveira do Hospital), a Casa da Ínsua (Insua - Penalva do Castelo), Queijaria de Germil (Germil-Penalva do Castelo), Queijaria Armindo (Cativelos Gouveia), Queijaria Lameiras (Oliveira do Hospital) e a Queijaria Quinta da Lapa (Vilar Seco-Nelas).
Eu imagino o embaraço, para uns, e o gozo, para outros, que tiveram no argumento que usaram para declinarem outros convites dizendo que “Não posso, porque a essa hora estou na prisão”. Afirmo-vos com toda a certeza que este é um dos locais onde me sinto melhor e onde eu e os cardos nos sentimos mais seguros, como se de um jardim se tratasse (e que todos puderam testemunhar na visita). Há muitos amigos deste projeto que se deslocaram centenas de quilómetros para aqui estarem presentes e outros mais que lhes foi de todo impossível aqui estarem, mas que me deram motes fantásticos para este discurso.
Há vários exemplos no País e no Mundo de, por via da cultura, reconhecerem-se os talentos e capacidade a reclusos e a Instituições prisionais, através da encenação de peças de teatro, operetas, concertos de música, entre outras. Nós usamos a cultura, mas privilegiamos a ciência e queremos mostrar a forma como os podemos ajudar, sabendo que recebemos muito mais em troca do que aquilo que efetivamente vos damos.
Passa-se com esta instituição, como se passa com outras, como a APPACDM-Viseu, com quem tanto prazer nos dá podermos colaborar em sinergia e complementaridade. Julgo que a sociedade tem que dar mais atenção às valências e competências que existem nestas instituições, às quais se podem juntar os lares de idosos, que podem ser universidades do saber adquirido e não depósitos de idosos, aos quais os ‘nuestros hermanos’, apelidam de “mayores”, por alguma razão!
Eu queria começar por falar daquilo que, na verdade, aqui nos traz, que é uma força e uma vontade humanas incríveis que a sociedade não pode desperdiçar. Este exemplo tem paralelo com o caso dos nossos alunos nas nossas escolas, institutos politécnicos e universidades. São eles na verdade quem pode fazer a diferença, sabendo nós professores motivá-los para os desafios do futuro, com base no mérito, na excelência do criar e do fazer mas acima de tudo na ética e respeito pelo outro.
Para que o exemplo possa resultar em pleno, no sentido de valorizarmos as pessoas, escolhemos a planta mais simples, aquela que é talvez a menos querida, menos exigente, e menos subsidiada por isso a colocamos aqui neste estabelecimento, no local menos fértil, e provarmos que é possível construir um cenário, não idílico, por causa dos espinhos, mas “poças” a Rosa também tem espinhos e não deixa por isso de ser a Flor de eleição que é, com direito a nome de filme e tudo. A rosa tem dignidade para ser dada como nome de pessoas e nesse aspeto o cardo tem igual dignidade, porque também tenho muitos aluno(a)s de apelido Cardoso.
Confesso que no início do projeto CARDOP, algures em 2010, quando tivemos o primeiro “assalto” por via de uma candidatura ao “PRODER”, no qual nos desviaram 80% do financiamento (temo que o mesmo se possa vir a passar com os próximos financiamentos PDR 2020), nunca me passou pela cabeça, que um dos seus capítulos mais importantes e singulares, seria realizado num estabelecimento prisional, depois de passarmos pelos mais diversos palcos e instituições, como Politécnicos, Universidades, Centros de Investigação, Escolas Secundárias, Institutos de Solidariedade Social como a APPACDM, Produtores de Queijo Serra da Estrela, Hotéis de luxo, como a Casa da Ínsua, Congressos Nacionais e Mundiais na Itália na Argentina, onde sempre, com orgulho, mencionamos todos os elementos e instituições de uma grande equipa, onde o EP do Campo se inclui, não apenas em número mas em qualidade técnico-científica e humana dos seus membros (eu aqui estou apenas a falar dos outros!).
Pela capacidade e o know-how que existe nesta instituição, assumi que não me podia “furtar” a mais esta responsabilidade, e tudo tentar fazer em prol deste estabelecimento, dos seus responsáveis e, acima de tudo, dos seus reclusos, para que possam ter o augúrio de sonhar com um futuro promissor, depois de algum eventual lapso, que todos cometemos nas nossas vidas, mas que apenas alguns chegam a pagar por via da tal justiça, cega, surda e muda… que por vezes até devia mudar e não muda!
Mas hoje não é o momento de crítica, mas o momento do futuro, não de promessas mas do fazer cumprir o futuro. Cada um de nós, que tem o privilégio de poder estar aqui presente, independentemente de ter maiores ou menores responsabilidades na sociedade, deve pensar para si mesmo o que poderá fazer para o futuro destes homens (e mulheres!) e para toda esta região, por via do cardo e do Queijo Serra da Estrela, em termos sociais, políticos, económicos e culturais.
Que “portas” poderemos abrir, que lobbys poderão ser criados, para que tenhamos a noção que tudo tentamos fazer o que estava ao nosso alcance, sabendo que não vamos mudar o mundo, mas que também “não mudemos apenas uma palha”.
Sei que temos congregado, muita gente neste “bando”, muita gente boa, aliás muita dela já existia antes de aqui chegarmos a lutar pelos propósitos destes territórios e em particular pelos produtores do Queijo Serra da Estrela. Eu assumo a minha cota de responsabilidade de não ter obtido os resultados que ambicionava para esta altura, quer do ponto de vista científico quer do ponto de vista económico e social.
Uma das causas, são as minhas limitações, até na incapacidade de conseguir criar “pontes” com as altas instâncias do poder político, regional e nacional. Curiosamente, nunca estive ao lado de alguém com responsabilidade política na área da agricultura, nem um diretor geral, quanto mais um excelentíssimo secretário de estado, não falando de um excelso ministro. Hoje tenho o privilégio de, por via dos reclusos, ter ambos na mesma mesa de honra, que não sendo da agricultura são da justiça, da justiça entre os homens, o que ainda mais me agrada. Não pretendo que V:Ex.ªs levem recados, até porque não são “pombos correio”, mas que percecionem e interpretem bem as mensagens simples e simbólicas que hoje daqui podem levar.
Todos sabemos como devemos agir para termos palco, e muito em particular em estabelecimento prisionais. Seguramente que não vos preciso recordar os episódios recentes passados nos motins no Brasil. Olhem para estes homens e pensem que cultivam plantas de cardo para ofertar flores aos produtores do Queijo Serra da Estrela.
Temos a certeza que esta mensagem não colhe os interesses da vulgar comunicação dita social. Mas que interessa! Enche-nos a alma e agrada aos produtores e indiretamente aos apreciadores daquela que é uma das sete maravilhas da gastronomia, que é o Queijo Serra da Estrela.
O cardo é um dos mais belos exemplos que pode ser usado como elemento de estudo nas mais diversas áreas do conhecimento, e que ajuda a explicar muitos dos fenómenos de evolução e domesticação das plantas, desde o início da agricultura, e na forma como o homem os conduziu e com que objetivos.
O cardo silvestre deu origem à alcachofra e ao cardo cultivado que foram desenvolvidos com propósitos diversos. A alcachofra cuja principal vocação é a produção de capítulos em fresco é, hoje no mundo, uma das plantas mais usadas na gastronomia pela sua excecional qualidade nutricional e nutracêutica, fazendo apologia a Hipócrates “que o teu alimento seja o teu medicamento”.
O cardo cultivado tem aplicações diversas, sendo a biomassa e o óleo as suas principais aplicações industriais. Nunca ninguém se preocupou em domesticar o cardo com a vocação de produção de flor criando plantas com arquiteturas apropriadas para a produção e recolha de flores que tenham características bioquímicas exclusivas para a obtenção de coagulantes vegetais de exceção.
Começamos a fazer há 7 anos, um trabalho que normalmente leva décadas, e é com enorme regozijo que posso afirmar, hoje aqui, que em relação às flores de cardo produzidas e colhidas nesta instituição, são do melhor que existe no mundo e, com a experiência que tenho em biodiversidade vegetal, que as plantas que existem aqui neste estabelecimento, possuem arquiteturas, morfologias e valências bioquímicas que eu julgava não serem possíveis atingir no cardo. Aqui estão como exemplo de capacidade, tenacidade e não por obra do acaso.
Ainda estamos longe do final desta história (mas não deste discurso!) e, que provavelmente muito em breve, deverá passar a ter outros interlocutores, mas desde o início jurei que nunca poderia ficar satisfeito em olhar apenas para a valorização da flor do cardo. Esta é uma planta que se dá toda, desde a raiz, às flores e sementes.
Produz inulina na raiz, um polissacárido com grandes benefícios para a saúde humana, nas folhas apresenta compostos uns antimicrobianos, antifúngicos e anticancerígenos, outros, hepatoprotetores, estimuladores da bílis, que controlam o teor de colesterol, as sementes produzem um óleo com elevado teor oleico e linoleico e α-tocoferol, enfim um rol infindável de valências e atributos.
Tudo isto já foi e continua a ser transformado em produtos e conceitos que permitem que os meus alunos e colegas ganhem prémio de inovação como foi o caso do CYNatura. Estamos com vários projetos em curso com vários colegas de diversas instituições da região, de Portugal e do mundo. Mas nesta vertente começamos com os do IPV, nas áreas do ambiente e das madeiras, mas podemos e devemos ir à saúde, à educação, enfim a todas a todas as escolas do IPV. Eu acredito que o cardo poderá fazer parte dos carros do futuro e até da aeronáutica espacial, mas não poderá deixar de fazer parte dos elementos mais simples que se traduzirão em peças da mais requintada cultura e design relacionados com o QSE.
E ainda não falamos, em concreto, daquilo que aqui nos trouxe que foram as flores do cardo e que são estudadas em Portugal há mais de 30 anos por uma equipa liderada pelo Prof. Doutor Euclides Pires, muito bem secundado por outros brilhantes investigadores e que posso afirmar que o cardo foi um dos pilares estratégicos que permitiram a construção do maior Parque Biotecnológico Em Portugal, o Biocant. Também na região, muito antes de mim a ESAV e a DRPACentro no Tojal Mau, fizeram um trabalho notável já na altura em parceira com o grupo da Universidade e do Instituto Politécnico de Coimbra.
O trabalho que temos feito na região e que terá que ser continuado, muito se deve à nossa atual ligação com a Universidade Católica e em particular com a Prof. Doutora Marlene Barros, que fez parte desse grupo inicial da Universidade de Coimbra e que o seu know-how constitui hoje uma enorme mais-valia para a região e para o QSE, em particular no que às enzimas das flores de cardo, ditas cardosinas, se concerne.
Há estruturas como a Ancose e a Estrelacoop que são referência na região neste setor do QSE e que precisam cumprir todos os dias os propósitos para a qual foram criadas. Surgem novos produtores, e há os que já estão cá há décadas a produzir. Nem uns nem outros têm o futuro assegurado, porque este é um dos setores mais difíceis, é o da mais pura Biotecnologia, que mescla leite cru de ovelha Serra da Estrela, enzimas proteolíticas e processos de maturação com dinâmicas microbiana e bioquímicas excecionais.
Há dois atores com os quais tenho uma relação de grande proximidade, com quem tenho aprendido quase tudo o que vou sabendo neste setor, que são o João Madanelo e o José Matias e personifico neles toda a excelência dos produtores da região, dizendo que estamos disponíveis para os ajudar a todos sem exceção e que infelizmente não podemos dar nada por garantido e que temos que todos os dias procurar fazer mais e melhor. Estes senhores são dois únicos e aquilo que hoje é o QSE muito a eles se deve, com certeza a muitos outros também, dos quais alguns estão hoje aqui representados e muitos outros que por acaso aqui não estão e não é por isso que são menos importantes para o futuro do setor.
Mas o momento que hoje criamos de uma forma simples mas simbólica, só foi possível pela disponibilidade inexcedível de pessoas, sensíveis, não ao meu apelo, mas a causas como esta, e que entraram nesta nossa “quadrilha” ou “bando” (porque somos tantos) por serem muito especiais e a quem nós pedimos muito e eles dão-nos tudo. Não posso deixar de fazer alguns agradecimentos muito particulares. Aos produtores de Queijo Serra da Estrela Sabores e Ambientes, Casa da Insua, Queijaria de Germil, Queijaria Armindo, Queijaria Quinta da Lapa, aos Chefs, Paulo Cardoso que não aparece apenas em estrelas Michelin mas que é uma estrela que a mim sempre me guiou e aos seus formando do Instituto de emprego e Formação Profissional, ao Chef Eurico da Quinta dos Compadres e a todo o seu staff que possibilitaram esta realização com uma logística muito complexa, à CVRDão, UDACA, Ervital e Fumeiros Terras do Demo a todos lhes ficarei eternamente grato em nome deste Estabelecimento e da minha Escola. Uma referência ao Dr. Victor Gomes, Administrador Executivo da Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga, que sempre acreditou no projeto a ponto de fazer incluir numa das edições da revista do Banco CA um reportagem sobre a participação de reclusos e formandos da APPACDM na plantação de um campo de cardos no Hotel de Luxo casa da Insua.
Ao Dr. Paulo Medeiros que, tem sido desde sempre, o responsável pela imagem do CARDOP, bem como aos serviços de comunicação, cultura e relações externas do IPV, dr. Jorge Alves, Joel, dr. Joaquim Amaral e à Presidência do IPV. Á Escola Superior Agrária de Viseu, designadamente ao Seu Presidente e a todo o restante elenco, À Presidente do Conselho científico e aos seus conselheiros, aos colegas, funcionários e muito em especial aos alunos da ESAV.
Aproximam-se o rol de feiras de Queijo Serra da Estrela, que se realizam um pouco por todo os 300 000 ha do território de Denominação de Origem Protegida (DOP), aliás uma marca que é uma garantia que o queijo vem de onde diz vir e que é laborado nos devidos moldes e para isso existe uma fiscalização. Vão novamente aparecer as afamadas “Festas” que entretêm o povo e pagam os vícios da comunicação, numa lógica que se replica anualmente, sem grande inspiração e vontade de mudança. Concluir dizendo que o setor do Queijo Serra da Estrela, não se esgota nos mais 15 milhões de euros que gera e nas 3200 famílias que emprega, distribuídas por uma vasto território da DOP que ajuda a manter as pessoas dispersas por estes territórios de baixa densidade. Pela complexidade técnica envolvida, não vou abordar a famigerada questão da aplicação do Regulamento (CE) Nº1332/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de dezembro de 2008, relativo à produção do Queijo Serra da Estrela DOP e outros Queijos Portugueses que utilizam flor de Cardo enquanto ingrediente.
Em resumo de tudo, Sendo este um produto de raiz tradicional que assenta na memória e saberes empíricos de uma região e das suas gentes, sem abdicar da sua identidade, deve lançar-se à conquista de mercados globais suportadas por serviços e tecnologias inovadoras, não apenas ao nível da produção mas também das suas ferramentas que hoje se alicerçam em know-how científico de base muito alargada mas inteiramente sinérgico e complementar. Lanço aqui o repto de candidatar o QSE a património cultural imaterial da humanidade e assumo-me como o seu primeiro subscritor como uma forma de pressionar a Comissão Europeia para se manter a utilização da flor de cardo a sua laboração e as raízes culturais que foram provadas e estão provadas por tanta humanidade tão diversa na escala do tempo sem paralelo na geografia.

Um enorme Bem-haja a todos por esta oportunidade de enaltecermos este Estabelecimento Prisional no seu todo, o cardo e o Queijo Serra da Estrela!

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