http://www.tsf.pt/programa/sinais/emissao/a-maior-flor-do-mundo-5617307.html
Hoje estava exaurido de inspiração para escrever, talvez o meu prazo tenha expirado. Mas para respirar todos os dias e para inspirar-me, quase que me basta ouvir as crónicas do Fernando Alves. Hoje surpreendeu-me com "a maior flor do mundo" do José Saramago e a arte das capacidades que todos encerramos em nós e que alguns especiais encerram em si. Mostrou o exemplo de uma orquestra de sinfónica da comunidade de Madrid num projeto "mosaico de sonidos" que acolhe pessoas com disfunções intelectuais. Se algumas vez nos tivéssemos lembrado de algo semelhante, já o poderíamos ter feito no âmbito do cardo, "a maior flor do mundo" com o Quinteto seis cordas da APPACDM de Viseu. A mensagem é a de que todos somos incapacitados e todos somos capazes, mas estes têm capacidades múltiplas para usarem o som da forma mais pura e rara como apela Saramago na arte de sermos capazes e de que é possível fazermos diferente. Ouvimos, recentemente, no programa Extraordinários da RTP1, uma brilhante menina com ouvido absoluto. O meu colega Jorge Oliveira, cuja sua Rita, brilhante violinista, frequenta o Conservatório de Viseu, diz que há muitos alunos destes em Viseu, incluindo ela, que ouvem um som natural e traduzem de imediato uma forma natural na rigorosa escala pautada. Então busquemos esses casos que representam 0,01% da população e criemos um projeto raro em que se componha música, ou melhor se decomponha a música na sua escala natural. Um tema sobre a olaia do conservatório, árvore do amor e da traição, no âmbito de um projeto inovador que se quer... Arboris e que vamos buscar autistas, portadores de síndromes, mesclados com os igualmente brilhantes alunos do conservatório de Viseu. Como são necessários mecenas, peçam apoio à Caixa de Crédito Agrícola, pode ser que entenda o projeto.
No final presenteamos os executantes do projeto com bombons de olaia, ou melhor com bombons de flores de olaia, criados pela Delícia. É a primeira vez que se faz no mundo. Então é melhor pensarmos bem primeiro, podemos não estar preparados para arriscar. Não dês ideias que outros o fazem primeiro. Isso é pensar pequenino, bombons com as flores da olaia do conservatório só podem ser feitos pela delicia para os alunos do conservatório e para a cidade de Viseu, em primeiro lugar. Agora vou-me calar e continuar a escrever, o que mais interessa!
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