quinta-feira, 29 de julho de 2021

O Fontelo vai deixar de ser um Karma...

 ...sob o pretexto da preservação da biodiversidade da fauna e flora daquele espaço o que parece ser um absurdo mas que não me espanta. Impedir a realização de eventos culturais no Fontelo com número limitado de pessoas a assistir parece ser um erro crasso e espero que não corresponda a uma nova política cultural em Viseu. Se assim for vê-se "Soçobrada" uma estratégia cultural que vinha a ser implementada e perde-se uma boa parte da biodiversidade criada ao longo destes últimos anos, num postal de eleição da cidade de Viseu, como é a Mata do Fontelo. Eu não conheço as reais razões que levaram a esta opção que ouvi hoje no programa da manhã na Antena 3 e não tenho dúvida que se for verdade o que foi dito será motivo de "chacota" doravante e não apenas pelo Hugo Van der Ding.






domingo, 25 de julho de 2021

Comboios de Portugal,....TGV....Turismo, Glamour, Visão

 


Ontem vi na SIC noticias uma reportagem dos Barcos casa (quase Barra.cosa), uma ótima ideia com origem na Fuzeta que já conheço há algum tempo mas que nunca ousei optar, acima de tudo por ter a fortuna do meu compadre José Contreiras ser um marinheiro dos quatro costados e eu poder usufruir desse luxo. Mas este tema "veio à baila", pela conversa do almoço dominical no qual a minha filha Mariana, deu uma ideia excelente. Em linhas de comboio desativadas poderiam ser colocadas carruagens-hotel individuais em que as famílias, casais, amigos poderiam usufruir de paisagens magníficas com as mais variadas vistas. Tal como nos Barcos Casa que apesar de fundeados na Ria formosa existe um pequeno bote para pequenas deslocações a praias edílicas, também neste caso poderia existir um pequeno "veículo" para pequenas deslocações movidos a "pedal" ou "braçal". Agora que o comboio parece voltar a estar na moda, esta seria uma ideia a explorar para explorar o Turismo com Glamour e Visão estratégica. Depois vem a valorização dos recursos endógenos, dos seus territórios, das infraestruturas abandonadas e das suas gentes...



Condomínios de Luxo...pela autenticidade

 


O jornalista Amadeu Araújo faz o favor de, pontualmente, no âmbito dos artigos que escreve no caderno de Economia do Expresso solicitar opinião sobre temas que estejam relacionados com o desenvolvimento do território rural. O desta semana tem a ver com os condomínios de aldeia. Estes projetos podem vir a ser de extraordinária importância mas para isso têm que ser muito bem concebidos e implementados. O desafio é implementar, porque "falar bem e bonito" é fácil, o difícil é levar a cabo na realidade. Mas haja a oportunidade! Eu dei o exemplo de Querença, ao qual estive, indiretamente, ligado e fui visitar na vertente de consultor e gerador de ideias para os candidatos e na vertente da dinamização política através de contactos com o Vice-Presidente da Câmara de Loulé, o meu Amigo José Graça, onde pude perceber algumas limitações para ter sucesso na implementação. Procurei durante anos dinamizar nas Terras do Demo um projeto similar. Não tive arte nem engenho político para o fazer. Apenas o Presidente de Moimenta da Beira mostrou sensibilidade e apetência para avançar. Mas na minha opinião era preciso convencer, Vila Nova de Paiva, Sernancelhe, Sátão e Viseu para fazer um contínuo e ganhar escala. A seleção dos candidatos é uma das tarefas fundamentais, assim como a atribuição de bolsas ou estágios profissionais para a autonomização dos candidatos aliada a uma responsabilização. A escolha das Aldeias modelo é outro dos elementos cruciais. A escolha da Aldeia pode determinar em larga medida a escolha dos candidatos. Mas diria que as áreas genéricas são Agronomia, Alimentar e Nutrição, Florestal, Arquitetura Paisagista, Biotecnologia, Filosofia e Sociologia, Novas Tecnologias da Informação, Geografia, Linguística, artes ... de diferentes proveniências geográficas nacionais e internacionais. Acrescentar que os cursos técnicos profissionais, vulgos CETs são de vital importância. Encontrar tutores científicos e técnicos, privilegiando aqueles com relação sentimental e afinidade ao território. Caracterizar muito bem esse território sob as mais diversas vertentes, mas esta base, na maioria dos casos está já estabelecida de grosso modo. Depois existem a particularidades e especificidades que podem fazer toda a diferença para a definição de uma identidade. Tenho ditado algumas ideias para a região raiana de Almeida e uma das mais simples mas acredito das mais bem sucedidas será fazer um encontro dos "Almeidas" por apelido ou afinidade sentimental e isso ajudaria e ajudará, porque a dinâmica foi instituída, a criar muitas sinergias e projetos com raízes fortes se devidamente coordenadas. Por exemplo alguns dos maiores astrónomos amadores Portugueses têm o apelido de Almeida e isso acredito que criará a oportunidade de esse ser um dos polos de desenvolvimento em Almeida. Cada região terá que encontrar os seus "Almeidas" e as suas apostas estratégicas. Se a área envolvente for rica em medronheiros terá que ser adaptada uma destilaria para a produção de um medronho de excelência. Uma queijaria de cabra ou ovelha tem, obrigatoriamente, que marcar presença. "O queijo quer-se sem olhos e o pão com olhos" e esta máxima deve ser usada para nos abrir os olhos tornando estes locais privilegiados para uma degustação autêntica, inesquecíveis na arte de receber e no ambiente. Estas aldeias poderão ser uns verdadeiros condomínio de luxo, onde apeteça viver, pela ambiência e autenticidade que podem vir a criar, muito em especial nestes tempos conturbados em que algumas lógicas instituídas foram alteradas. A qualidade das comunicações, mais do que a qualidade das ligações  viárias,  serão fundamentais para o sucesso, divulgação e captação de públicos para estes projetos. Estes serão locais privilegiados para a implementação de fóruns investigação e discussão, em circulo restrito, que envolvam ciência, arte e cultura. Nesta época de eleições autárquicas temos sido chamados a opinar sobre o que fazer para o desenvolvimento do Mundo Rural. Os diagnósticos estão mais que feitos desde há muitos anos. A mim o que me move é realizar. Como recado diria que os autarcas destes territórios têm que acreditar nas suas gentes, no potencial da identidade dos seus territórios e não importar urbanidades formatadas para um todo.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Separar o Trigo do Joio...

 


A goma de alfarroba (E410) é uma das melhores gomas existentes pelas suas características e por ser uma das mais seguras. A recente notícia da contaminação com óxido de etileno, um pesticida cancerígeno foi uma surpresa de todo o tamanho. A alfarrobeira é uma das árvores mais notáveis pela sua adaptação ao ambiente mediterrânico e os seus frutos possuem um conjunto de aplicações notáveis pelas características da polpa, do endosperma e do gérmen. O alerta da DGAV é para levar a sério, mas é preciso "separar o trigo do joio". O eventual uso de pesticidas em alfarrobeira foi aplicado com que função? Aplicado na árvore ou no armazenamento dos frutos ou sementes? Em alguma situação terá sido usado em indústrias na processo de produção da gomas? Nas indústrias Portuguesas? Como em todas as áreas de negócio temos empresários sérios e outros sem escrúpulos. As gomas de alfarroba são usadas na indústria alimentar e farmacêutica e por isso é dos produtos mais escrutinados e fiscalizados do mundo. Recordo-me que uma empresa Japonesa reclamou há uns anos indicando que algum funcionário da linha da fábrica teria uma infeção por paranício. Isto dá uma ideia do rigor a que este produto é sujeito. É preciso ir ao fulcro do problema, detetar e esclarecer a origem deste grave problema para salvaguardar todos aqueles que trabalham de forma competente com um produto de uma qualidade excecional. Não serão apenas questões comerciais que estão em cima da mesa, mas este problema poderá ser uma vantagem a médio prazo para as indústrias que confirmarem a sua qualidade de excelência com certificado de origem das sementes. Os certificados de origem dos produtos naturais são um dos assuntos que irão ganhar cada vez mais relevância no curto prazo. 

sexta-feira, 30 de abril de 2021

O Cardo num minuto....verde

INFO Politécnico de Viseu 27 de abril a 03 de maio

 Minuto Verde de 15 Abr 2021 - RTP Play - RTP

CARDOP é um projeto de valorização da flor do cardo desenvolvido pela Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV), que visa contribuir para a valorização do Queijo "Serra da Estrela" DOP, através do cumprimento das normas instituídas no caderno de especificações no que se refere à utilização da flor do cardo (Cynara cardunculus L.), como uma das matérias-primas que contribuem para a sua tipicidade e autenticidade. Neste projeto a ESAV tem procurado, em conjunto com outras escolas superiores do Politécnico de Viseu, explorar e valorizar todas as potencialidades desta planta pelas características dos seus diversos tipos de biomassa, designadamente folha, caule, flores e sementes.

Saiba mais sobre o projeto CARDOP.

CARDOP: PROJETO (cardop-queijoserradaestrela.blogspot.com)



domingo, 25 de abril de 2021

A Laranja e Nós…

…os Portugueses, temos uma relação umbilical porque fomos responsáveis por trazer a laranjeira-doce da China (Citrus sinensis) no século XVI e a difundimos para muitos Países da Europa e Américas. Por essa razão, em algumas línguas, o nome do fruto está etimologicamente ligado ao nome de Portugal, sendo em grego, Portukáli, em Albanês, Portokalli, em Romeno, Portocale, em Azeri Portağal para além de outros Países de língua Persa e Árabe. A flor da laranjeira está ligada à castidade e pureza, sendo característicos, muitas vezes, em bouquets de noivas, para além do perfume que emanam. A biodiversidade das plantas serve muitas vezes de inspiração na criação de moda, design e marketing, razão pela qual algumas empresas Portuguesas, como o BPI, quando se quiseram internacionalizar usaram elementos botânicos da laranja como marketing estratégico. Uma das laranjas mais famosas é a da Baía, ou laranja de umbigo, que surgiu de uma mutação em 1812 num mosteiro de Salvador da Bahia com a particularidade de não ter sementes, com uma sucosidade e doçura muito apreciadas. Em Portugal, a comercialização de laranja ocorre durante todo o ano, devido à utilização de variedades de meia estação e as chamadas variedades tardias. As “Dalmau” e as “Newhall” são colhidas entre novembro e março, as “Baía” e as “Jaffa” de fevereiro a abril e as “Valencia late“ e “Lane late” entre março a agosto.

Quando a Bota não Bate com a Perdigota,.....Faça chuva ou faça sol

Ontem assisti ao programa "Faça chuva ou faça sol" na RTP2 sobre a fileira dos Queijos do Centro ou melhor do Queijo da Beira Baixa e dos outros. Um dos méritos é dar foco aos queijos do Centro e isso é inegável. Depois, há muitas outras coisas que se podem dizer, mas sempre na lógica do melhorar. Vou-me focar no Queijo Serra da Estrela porque é aquele pela qual "visto a camisola". Foi a primeira aparição que vi do novo Presidente da Estrelacoop. A expectativa é grande, mas não é cega. Apenas vou referir três notas que me ressaltaram. Em primeiro lugar a flor de cardo. Uma pequena mostra de uma qualidade a roçar o açafrão. Quem a terá fornecido? É  a qualidade padrão comum nas queijarias? São poucas as queijarias que se preocupam verdadeiramente com a qualidade da flor e muitas menos com a origem da flor. É uma questão cultural e de falta de visão estratégica com a qual a nova direção da Estrelacoop se poderia preocupar...! Já ando há 10 anos a debater-me com esta questão e já disse o que tinha a dizer.


A segunda questão é mais de fundo. Como se caracteriza o queijo Serra da Estrela....um queijo semi-amanteigado com notas ligeiras de amargo e cor amarelo palha. Tudo isto é o resultado de um leite que deve ser de excelência das raças Serra da Estrela e Churra Mondegueira com características muito próprias no qual a flor de cardo faz um trabalho de coagulação que pode promover identidades muito próprias a este ícone. Tenho andando a procurar mostrar em diversas queijarias este facto. Diversos cardos ajudam a criar diferentes queijos sobre uma mesma base. Qual o resultado? É engraçado, mas deixemos estar como está. Nada mais certo, num ano de pandemia, onde devíamos estar a pensar no futuro. Por isso me calo! O conceito de semi-amanteigado, está hoje desvirtuado porque é um compromisso difícil de estabelecer onde os aromas se possam expressar na plenitude. É mais fácil amanteigar por isso fácil de copiar e daí a questão das ditas fraudes. Mas quem se pôs a jeito foi o Queijo Serra da Estrela a pedido das grandes superfícies que reduziram a dimensão do queijo e amoleceram a matriz e a identidade. Qual foi o objetivo? Óbvio meu caro...! Só se copia o que tem valor comercial e é fácil de copiar só pela aparência. Ora nem mais! A textura é fácil de copiar, o consumidor é pouco exigente e tem pouco poder de compra, a questão dos aromas, deixem-se disso...temos os hologramas que são caros mas são uma garantia...de quê? Textura! Estou tentado um dia destes ir a uma queijaria não DOP com os meus cardos e fazer um queijo que vá a uma prova cega no painel Serra da Estrela DOP. Mas atenção continuo a acreditar neste produto, agora mais do que nunca...!


A terceira nota tem a ver com a forma como se deve apresentar o queijo Serra da Estrela à mesa. A Cecília ainda há poucos dias fez uma mesa de QSE na praça da Alegria que me encheu de orgulho. Brilhante! O que vi ontem deixou muito a desejar.



O queijo velho DOP "Serra da Estrela" é outro produto que deve ser explorado para públicos muito específicos. Não pode ser o que "sai mal" que vá para velho. Este deve ser o excelso para públicos de eleição, exigentes e para o Mundo além fronteiras.


Os responsáveis que olhem de uma vez por todas com a atenção devida para a fileira. O importante não é como vamos buscar o leite. O importante ainda é a garantir a qualidade do leite. Não invertamos as prioridades.