Tenho com o parque Aquilino Ribeiro, aquilo que se pode apelidar uma relação sentimental. Por várias razões. Era o parque mais notável da junta da qual o meu sogro foi Presidente, durante largos anos e que por isso várias vezes passeamos por lá juntos, em conversas amenas, e muitas vezes estratégicas, para o futuro de uma escola, uma cidade, uma população. Desses passeios saiu um alerta! é preciso fazer-se urgentemente uma avaliação biomecânica e fitossanitária dos exemplares arbóreos destes espaço nobilíssimo da cidade, até pela preocupação especial que ele tinha para com as pessoas. Bons velhos tempos! Assim em 2004, uma aluna minha a Cátia Pereira, desenvolveu um trabalho notável de avaliação de 53 árvores no Parque. Um trabalho entregue na autarquia nesse ano e que era uma ferramenta importante para a idealização do espaço que, o arquitecto Viana Barreto viesse a desenvolver e a criar na nova interpretação do parque passados cinquenta anos. Sei que o trabalho lhe chegou às mãos passados alguns anos, aliás após me ter perguntado se havia algum estudo dessa natureza...ao qual lhe respondi há-de estar numa gaveta, é só uma questão de procurar. Na altura chamei à atenção para um conjunto de debilidades que seria preciso acautelar, mas "santos da casa não fazem milagres". Assisti incrédulo num domingo, dia de eleições europeias algures em 2004, à queda de um ramo de grande porte a 10 m de um policia e de um bombeiro, cujo comentário foi "ainda bem que caiu se não tinhamos que puxar". Nós, ESAV, estamos cá para ajudar a autarquia e todas as instituições que sintam que possamos ser úteis. Temos limitações, como todos sabem, mas temos muita vontade de fazer e também sabemos aquilo que podemos fazer, agora, por favor! Não nos chamem apenas quando há problemas difíceis, de vez em quando chamem-nos, a ESAV, para a fotografia, porque todos gostamos de "carinhos". Em relação às opções tomadas na requalificação do parque, não me fica bem criticar, apenas vou fazer dois reparos e um comentário: 1) Arrancar o alcatrão, Sim! colocar calçada acimentada, Não!...era preferível um bom "tuvenan". As minhas filhas já não caem na calçada, mas as crianças "pequenas" não podem dizer o mesmo; 2) O lago é de dimensões desproporcionadas,...já ninguém, se lembra do sucesso das manhãs desportivas nos relvados do Parque? É pena, agora serão as manhãs não na piscina, mas no lago... e não se esqueçam de levar as bóias os mais pequenos! 3) Então a estátua do Mestre Aquilino Ribeiro, não tem lugar no Parque? é uma questão de justiça, cultura e acima de tudo bom senso. Perguntem ao Exm.º Arquitecto Viana Barreto se se importa? Quase que "ponho as mãos no lume" que não!
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Lago... Aquilino Ribeiro!
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