sábado, 26 de janeiro de 2019

Ora aqui está a terceira...

...ainda não a terceira obra, mas o terceiro momento em que se falou abertamente das obras de Eng. Leontina Fonseca sobre o património arbóreo e florístico de Viseu. Neste caso particular contou com a presença do vereador da Cultura, Dr. Jorge Sobrado que teve a oportunidade de apreciar e comentar a obra da autora. É notório um certo desconforto do poder político Municipal para com a minha pessoa! Não acredito que seja por uma questão de principio ou intransigente, até porque nunca dei razões para isso, mas espero que isso não prejudique o brilhante trabalho que tem vindo a ser realizado pela Maria Leontina Fonseca. Têm-me no Município de Viseu como "Fiscal" da acção municipal sobre os Jardins, quando na verdade apenas fui "conselheiro" durante largos anos, sendo que a autarquia nem sempre concordava, e legitimamente, com as minhas posições. Se propor que a colocação das canalizações de água e gás na Avenida 25 de Abril se fizessem na zona asfaltada do estacionamento é ser "Fiscal" então quero ser "Fiscal" todos os dias, porque assim posso ajudar o Município a tomar decisões acertadas em que todos aprendem, empreiteiros, técnicos do Município, incluindo-me a mim próprio nesse leque! A decisão de substituir o relvado nos separadores centrais das circulares da cidade, por espécies arbustivas é um excelente exemplo para mostrar que o Município sabe o que faz e não é necessário sequer ter a minha opinião. Se me tivessem pedido, eu apenas sugeria que arriscassem um pouco mais na escolha das espécies a instalar, que fossem mais autóctones e que nos diferenciassem de tudo o resto que por aí se faz. Até que se diferenciassem as entradas da cidade e não se replicasse quase ipsi verbis as mesmas espécies, nas mesmas repetições não aludindo às sequência de Fibonacci muito vulgares nas morfologias botânicas.  Mas o que está feito foi um passo certo no sentido de se limitar os gastos em termos de rega de jardim e isso é que é importante, independentemente de as obras terem de terminar no dia X e de terem ganho empresas de Lisboa que depois entregaram a sub-empreitada a empresas de Viseu. Quase que há uma empresa de jardinagem em Viseu em cada entrada da cidade. E se cada uma se responsabilizasse, sob determinadas condições, pela entrada mais próxima dos seus viveiros e que isso fosse o espelho da qualidade da empresa. Ficava mais caro? julgo que não! criavam identidades e diferenciação? Acho que sim! Lembram-se do concurso Internacional dos Jardins em Ponte de Lima, era um pouco adaptar à nossa realidade. Mas quem sou eu para ser "fiscal" da actividade municipal.  Tenho que passar uma parte do tempo na procura de "Mucrões" para identificar genótipos de cardo com interesse para a produção do Queijo Serra da Estrela de excelência. Voltando ao Livro a Leontina colocou na capa do livro uma imagem do Belo Jardim das Mães que ao que julgo saber foi patrocinado pelo Rotary Club de Viseu à qual pertence a USAVIS que promoveu o lançamento deste livro na Biblioteca Municipal de Viseu. Foi uma Bonita Homenagem às Mulheres e em particular a todas as Mães. Agradou-me imenso ver tanta gente Amiga, e muito em particular a Lena, esposa do meu grande Amigo e Paisagista Miguel Thiersonnier Maia Loureiro, do qual sinto imensas saudades e com que privei e colaborei na criação de alguns jardins, bem como na confecção de pratos requintados de cogumelos silvestres onde ele era um Mestre. Dizer que antes de conhecer os políticos de Viseu, alguns, conheci os jardineiros da cidade  e tive a honra de lhes oferecer a primeira Ginkgo biloba que veio para os viveiros da Câmara de Viseu entregue ao Sr. Carlos. Depois mais tarde alguém com responsabilidade política perguntou-me como se chamava uma árvore que eu falava. A Ginkgo! Agradeceu e mandou plantar uma rua delas, sem nunca perguntar se culturalmente seria adequado! Em vez de enaltecermos, banalizamos! A Leontina contou a história do José da Rocha que inviabilizou em determinada altura a construção da Avenida Emídio Navarro e que fez surgir a expressão muito curiosa do "deu em rocha" e por isso não se concretizou. Isto para dizer que para as árvores e para os jardins temos que ter pessoas com sensibilidade sem prescindir do tecnicamente competentes. O jardim é um espaço onde se cultiva a amizade e onde se ganham muitos amigos e por via disso tenho ganho grandes amigos. A propósito na próxima quinta-feira vamos plantar mais um jardim, com reclusos do Estabelecimento de Viseu na casa de um Amigo, tudo isto a pretexto de um Jardim e de uma grande Amizade. Obrigado Luís Abrantes pela confiança que tens nos Jardins! O João vai ser o Maestro do Repasto e eu do preparo! Está combinado?







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