quinta-feira, 29 de abril de 2010

Jogar ao pau com as URZES

Geocrusoe
O assunto dos paus de carvão feitos de urzes com elevada aptidão para o desenho já venho a ouvir nas tertúlias ou "missas" das 8 h da manhã desde há muito tempo. Encontramos "enquadramento legal" e até um auditor que nos vai avaliar a veracidade desta ideia, provinda de uma cabeça fértil, como é a do nosso "tertúlio" Grácio Freitas. Vamos preparar este materiais na ESAV, designadamente paus de carvão de diferentes proveniências vegetais, como uma forma de testar aqueles que se revelem mais aptos para aplicação em desenho, e já agora, em ilustração científica. É que vamos colaborar com o Artista/ designer Paulo Medeiros na realização de um workshop em ilustração científica, que será divulgado em breve, promovido pelo ilustrador e colega Fernando Correia, um expoente desta actividade em Portugal. Será este o espaço e o momento adequado para avaliar e validar as ideias do Freitas e nunca será caso para dizer a expressão, "vai jogar ao pau com os ursos!", porque o difícil é ter as boas ideias, testar é fácil. Aguardam-se outras ideias desta cabeça irreverente.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Um passo em frente ou um passo à frente

Blogart
Devo dizer como ponto prévio que as designações militares não fazem parte do meu imaginário, por não ter passado por lá, mas pelas quais tenho imenso respeito. Temos assistido nos últimos tempos a um "sair das tricheiras" e ao enterrar de alguns "machados de guerra" ou até à implementação de um armistício. Se perguntarmos, julgo que ninguém saberá dizer quem é que lá pôs os machados. Se calhar até nunca lá estiveram e fazem parte de um imaginário fértil. Eu já o afirmei de forma pública como é que se devem definir as estratégias e que essas estratégias devem contar com todos, desde as mais baixas às mais altas patentes. Fico sem dúvida esperançoso que esta seja um vontade real de auscultar a biodiversidade de uma Escola plural em valores e opiniões, da minha parte colaborarei em absoluto, a não ser que o interesse seja apenas pontual. Mas aí só resta cada um voltar a remeter-se no seu casulo, porque não nos podemos expor e além do mais está muito calor por estes dias. A nota deve ser um passo à frente no sentido de modernizar, promover cá dentro e para fora, numa estratégia definida pelo orgão de gestão em que todos se revejam e aí está a habilidade dos gestores com sentido maestrino em coordenar impulsos e vozes e compor orgãos e baterias.

domingo, 25 de abril de 2010

Gerir uma Instituição de Ensino Superior à sua imagem e semelhança...

Quais as vantagens de uma Instituição de Ensino Superior ser gerida como uma dependência de um organismo publico. Será uma questão de treino ou tentativa de aplicação de uma cartilha vigente. Uma dependência de um organismo público é gerido à distância por um alguém em Lisboa com uma boa marioneta in loco. A diferença é que numa Instituição de Ensino Superior existe um know-how diverso que deve ser valorizado e traduzido em estratégias validadas pelo orgão de gestão. Mas ao que parece o orgão é dono e senhor das estratégias, que vêm a público quando lhes apetece ou convém. Esta semana veio a Portugal Ian Goldin, Director de uma faculdade dos tempos modernos em que as área científicas não são estanques e interagem de forma dinâmica. Mas quem pode gerir uma estrutura desta, uma verdadeira Escola de sabedoria? Em Portugal contam-se pelos dedos de uma mão. Nós por cá com as nossas limitações mas também com as novas valências podiamos reinventar uma nova estratégia. É arriscado? Então é melhor irmos reagindo em vez de agirmos, todos assim o fazem, ou quase todos. Se pensarmos nas nossas valências podiamos apostar em domínios de investigação de excelência que apostariam nos ecossistemas/ paisagem / turismo, ou então na produção / bem-estar / sanidade animal ou ainda na produção agricola biológica / sustentabilidade / nutrição alimentar. Mas podemos ficar quedos e quietos talvez seja a melhor opção. É que este poderá ser o melhor momento de actuar mas é preciso ser de forma concertada e estratégica e talvez não seja possível porque temos que ter mentalidade de repartição pública em que apenas o coro e a pontualidade são valorizados, que sem dúvida é um bom princípio mas não o fim.

sábado, 24 de abril de 2010

Já tenho saudades dos alunos

Alguns alunos já não os vejo há uma série de tempo. Será razão para quando regressarem soltar a expressão. Ai como vocês cresceram! Seria normal dizer que é uma sorte não estar com eles há tanto tempo, mas sinceramente sinto falta de alguma adrenalina das aulas especialmente com os alunos mais maduros, provindo do mundo real das empresas ligadas ao sector Agro-florestal, Jardinagem e Paisagismo. E durante este tempo todo tem sido só descansar? Normalmente nestes vazios aproveita-se para reatar contactos com a indústria, outras instituições de ensino superior, politécnico e universitário, edilidades e outros, para procurarmos novos projectos e parcerias. Os resultados estão prestes a começar a sair. O primeiro é o Biomater um projecto interreg onde o IPV, é parceiro das Universidades de Coimbra e Salamanca. Um eixo que sempre defendi e que deve ser exponenciado. O segundo tem a ver com a Indústria do Algarve para vermos que a ESAV tem que ter dimensão nacional. Um terceiro um projecto PRODER, que junta as Instituições de ensino superior da cidade e grandes centros de referência nacionais, designadamente o Biocant e o Centro de Neurociências. Vamos dando conta do evoluir dos projectos e necessitaremos de colaboradores que iremos recrutar entre os melhores.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Pagador de PROMESSAS...uma voga


Este é um tema em voga, por força de Carlos Gil (http://www.peregrino.org/) e pela subtileza nonsense de Bruno Nogueira que o levou ao Lado B (RTP) e ainda por Fernando Alves (TSF), que considero a voz ...da rádio. Ressaltou-me entretanto uma dúvida, se um algum ou alguém se candidata a um cargo sem fazer quaisquer promessas qual o sinal que pretende dar? E então não podemos pedir quaisquer responsabilidade por inoperância ou ausência estratégica? Aliás a navegação à vista foi antes da criação do sextante, o nosso meio privilegiado de agir e... ao que parece, ainda continua a ser... em muitos dos casos. Em relação aos proventos os que forem são. Não foram prometidos mundos e fundos, aliás nada foi prometido. Do que escutei em relação aos dois programas é curioso que se possa julgar alterar a constituição para criar um mecanismo na lei que considere o pagador de promessas como um serviço público e já agora criar esta profissão para que no âmbito do IRS, a tributação seja mais clara. Como terá dito o António Vitorino sempre que for cumprida uma promessa ouvida vou exultar esse facto, ou mesmo que apenas seja cumprido algo. Por hoje, fico por aqui porque o tema se está a esgotar e o povo está farto de promessas. Ah! vem aí o Papa se calhar o Carlos Gil que pense em contratar mais pessoas ou em abrir um Franchising porque não há muitas oportunidades destas ou esta é uma ideia peregrina!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Desassossego


Que palavra estranha esta, com múltiplas interpretações e que é título de uma curta-metragem animada de Lorenzo Degl´Innocenti sobre Ivan, «um empregado de uma charcutaria frustrado por uma tradição familiar da qual almeja fugir em busca de um sonho de abrir uma loja onde possa desenhar e expor os seus próprios móveis.». Vem este texto a propósito de quê? Frustrações? Almejar? Fugir? Nada disto! Tem a ver com o romper com os comodismos, desenhar novos projectos e concretizá-los, quiçá longe daqui, mas com gente daqui, de grande valor e com base nos recursos endógenos das Beiras. Por vezes os desassossegos são benéficos e precisos, se o lado A não é bom, fazemos como no vinil colocámos o lado B. Ainda estamos no ar?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

E se hoje fôssemos às Pútegas!


Vem este texto a propósito dos já famosos mostajos tendo-me baseado na «condição Humana» e nos «trilhos serranos» para a compilação desta crónica.
«Aquilino Ribeiro a quem um dia, em Lisboa, ele perguntou: «ó amigos, sabem o que são mostajos, o que são pútegas?». Aquilino estava seguro de que eles não sabiam. Que eles nunca tinham chupado as suas tetinas, que nunca as tinham espremido e, com o seu conteúdo, feito queijinhos numa caixa de fósforos vazia. Isso era para serranos, para todas as crianças de escola, pastorinhos-escolares que com isso se entretinham quando elas, pela Primavera, vinham ao mundo. Ele estava seguro disso. E eu estou seguro de que bem andariam os intelectuais da nossa praça em perguntar-se se, no respeito pelo espírito que perpassa as obras do escritor que se considerava «inteiriço como um bárbaro», o melhor lugar para o seu repouso eterno é um templo-túmulo cristão a cheirar a incenso no silêncio da santidade, ou um túmulo-templo pagão a cheirar a rosmaninho e a ouvir o coaxar das rãs, o assobio do melro, o grasnar do gaio, o cantar da cotovia, o uivo dos lobos».
As pútegas (Cytinus hypocistis), da família das raflesiáceas, parasitas das estevas (Cistus sp.), plantas que invariavelmente enchem a paisagem mental da infância de muitos de nós, que não da minha, mas que considero um primor das Terras do Demo, sendo uma iguaria gourmet que tanto cultivo para serem provadas in loco, em actividades científico culturais. Vivem a maior parte do tempo enterradas, aflorando, junto às raízes das estevas de que se alimentam, apenas para florescer. As folhas, carnudas , são comestíveis, mas era o néctar doce das flores que punha as crianças à sua procura. Para muitos era frequente ir às pútegas. E imagino os risos da piada fácil. As plantas parasíticas do meu universo são outras (Cistanche phelypaea), não da esteva mas, do sapal da Ria formosa, nunca me tendo passado pela cabeça chupar as tetinas, farei no Verão se ainda lá estiverem e depois relatarei a sensação.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A ESAV está quase a sair da ADOLESCÊNCIA e depois...

A ESAV comemorou mais um aniversário, ou como diria alguém ( a quem não lhe conheciamos esses dotes) , comemora um ano mais. Estas são datas de apelo à unidade, (unanimismo?), de inaugurações devidas é certo, mas talvez e mais importante de lançamento de novos projectos e ideias, num ambiente que é normalmente de concórdia e de uma maior informalidade dentro da formalidade que o próprio dia encerra. A escolha de lição de sapiência (sapiens) recaiu sobre uma eminente personalidade de Viseu, diríamos do Centro que bem o conhece, o Drº Almeida Henriques. Em relação às linhas orientadoras proferidas que, ouvi com atenção, ressalto o desenvolvimento de Networks, competências e complementaridades. Na nossa "microregião" consegue-se, criando uma estreita ligação, em complementaridade entre as instituições de Ensino Superior da cidade que tanto preconizo e que tento realizar na prática. Estamos hoje a desenvolver alguns projectos em parceria plena, não só ao nível científico como também de divulgação científico, conto com o Prof. Alexandre Panteleitchouk do Piaget e a Profª Marlene Barros da Universidade Católica nesta vereda. São os primeiros passos a três e sabemos que temos um longo caminho a percorrer e para isso precisamos de outros, muitos! Mas contamos também com empresas (ex: Controlvet), associações (ex: Ancose) e entidades públicas (Câmaras Municipais, Direcção de Agricultura e Floresta) para em parceria plena estabelecermos protocolos, depois de devidamente avaliadas as necessidades e a nossa capacidade para dar resposta às solicitações requeridas e seguramente que, em sinergia aumentamos em muito a nossa capacidade, agora conjunta. O Dr. Almeida Henriques centrou muito do seu discurso na eficiência energética que, passa em muita medida por ampliar as fontes, explorar novas formas de armazenamento e pouparmos cada um per si. Neste item não temos a curto prazo know-how disponível para contribuir de forma decisiva embora, em parceria com a ESTV podermos na área da biomassa desenvolver alguns projectos que, já há muitos anos equacionamos ainda sem concretizar. Então apostemos na poupança e tornemos a ESAV autosuficiente através da implementação de uma pequena central de biomassa acoplada a outras fontes de energia. Outros do temas aflorados foi o da valorização dos nossos territórios e das nossas paisagens acoplado com o sector do turismo. Nesta temática reunimos após o almoço de confratenização do dia da ESAV exactamente para ultimar um projecto nesta área em parceria da região Centro com Castilla y Léon, numa lógica de valorização dos territórios de baixa densidade com elevado capital cultural e natural. Aqui a ESAV está em vários domínios a trabalhar em diversos projectos e pode exponenciar o seu know-how nesta área. Outra das questões abordadas foi a assimetria entre a região Dão-Lafões e o Douro Sul, ambos no distrito de Viseu. Ora aqui está uma área estratégica onde seguramente valerá a pena investir quer na cativação de novos alunos quer no desenvolvimento de projectos nas diversas áreas que a ESAV aborda e neste caso usar o pólo de Lamego como ponto de contacto estratégico. O ninho/incubação de empresas é seguramente outro dos pilares que o IPV há muito tempo devia ter acautelado e promovido, mas nunca é tarde e poderemos evitar erros cometidos por outros que já vão bem mais à frente. Nós temos pontos de contacto com o Biocant e com o Instituto Pedro Nunes que podem ajudar nesse lançamento. Por enunciar todas estas linhas orientadoras quero agradecer ao Drº Almeida Henriques que, numa lógica mais prática que teórica apontou alguns dos caminhos para o futuro. Quanto ao pormenores são de realçar o arranjo floral da mesa, o Dinis que de uma forma tão natural faz soar e vibrar a plateia, o nosso "mestre de cerimónia" e já agora o "porco de honra". Foi pena que não tivesse havido mais adesão por parte da comunidade escolar e dos parceiros sociais com os quais nos envolvemos em diversos projectos. O porquê da situação não gostaria de especular, mas tenho as minha suspeitas. Quando sairmos da adolescência, já não podemos brincar... temos que trabalhar.

domingo, 11 de abril de 2010

ALBARDAR e não ALDRABAR


As viagens de automóvel para o Algarve que faço a miúde aproveito para passar o filme de muitas das situações em que estou a trabalhar, pensar em novas ideias e soluções para fazer face aos problemas com que nos debatemos nas questões do dia a dia. E vamos intercalando esses momentos com imagens que vamos colhendo ao longo dos kms passados. Da que fiz hoje, lembro-me de um grupo desportivo pelo qual passei que se apelidava Ligadura (um bom nome para substituir o nome de liga dos últimos). Do Alentejo com um cenário fabuloso dos matizes de cores onde predomina o amarelo pontilhado pelo violeta. O que é pena são os esqueletos dos sobreiros (a propósito estão em curso o projecto de sequenciação do genoma do sobreiro no BIOCANT sob a coordenação da amiga Conceição Egas e pode abrir portas para a resolução deste caos, por onde já andou o Prof. Alfredo Cravador que foi meu orientador). As cores das plantas do cenário Alentejano entrecruzam-se com a sua evolução (os alunos de genética podiam ter usado este tema para o primeiro trabalho, tal como poderiam ter feito a relação das formas com a evolução). Por exemplo no quarto em que dormi a estrutura de madeira do telhado apresentava uma semelhança extrema com a nervação peninérvea das folhas (ex: castanheiro). É a estrutura que melhor faz percorrer a seiva pelas folhas mas também a que confere mais resistência física à própria estrutura da folha. Esta física também era preciso transmitir aos nossos alunos para que de uma forma intuitiva possam perceber a importância de saber a matemática e a física quando aplicada, seja nos materiais e estruturas, seja nos organismos vivos. Bom, mas também vi um acidente grave na A1 acabado de ocorrer e o desespero das pessoas e nestes momento saimos temporarimente do Transe em que viajamos. Bom, passados uns minutos lá voltamos à busca de soluções para o projecto que trazemos em mente do Algarve e que temos de dar resposta ao facto do Algarve daqui a poucos anos ser um dos maiores produtores mundiais de alfarroba triplicando a sua produção e ultrapassar a Espanha que está em claro declínio e que permitirá o Algarve ser um distrito carbono zero e mais forte do ponto de vista ecológico, paisagístico e económico e quiçá um grande produtor de biodiesel (finalmente o petróleo verde). Vamos dar uma mãozinha, tanto mais que o Algarve beneficiará em contratar um Centro de Investigação fora do seu território, pois deixou de ser uma zona desfavorecida. Temos que conhecer bem as regras com que se gerem estes fundos e adequar as estratégias. Em bom Português diz-se «albardar o burro à vontade do dono!» Eu disse albardar e não aldabrar.

sábado, 10 de abril de 2010

Quando é que se cria o GIGI do Paiva


Por obrigações profissionais tive que me deslocar ao Allgarve e aproveitei, nem tanto para ver os amigos, mas para experimentar ambiências e ver ideias que se podem facilmente adaptar nas Terras do Demo e nas margens do Paiva. Uma delas é sem dúvida o GIGI, o famoso restaurante de peixe da afamada Quinta do Lago. E porquê este exemplo? Em Vila Nova de Paiva anda muita gente entusiasmada porque alguém oriundo da Quinta do Lago tem vontade em investir no Concelho. Eu continuo a dizer. Falta um restaurante de rio com requinte e luxo qb, onde se possa comer as afamadas trutas do paiva a ouvir o correr do rio, assim como se come o robalo a ouvir as ondas. O local está desenhado e ao que parece a sua aquisição está facilitada. Senhor Presidente é preciso atrair o investimento e indicar os locais alvo para aplicar e saber facilitar os processos burocráticos e sermos transparentes para ganharmos a confiança dos investidores e ao mesmo tempo exigirmos empenho e determinação. A arquitectura e a ambiência fazem o resto. Aí é que Vila Nova de Paiva tirará todo o proveito da truta do Paiva, do Cabrito da Gralheira e da Paivota. Um dia destes ainda vou falar com essa ilustre personagem, pode ser que...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Dar uma volta e VOLTAR a ACREDITAR!

De volta à faína bloguística, após um curto interregno faço-o após um dia passado no território de Vila Nova de Paiva, guiado por um daqueles que mais tem obrigação de saber e conhecer o seu território... O seu PRESIDENTE. Falamos de muitos projectos, ideias e pensamentos, desenhamos restaurantes, centros de interpretação, projectos comunitários, científicos, eu sei lá. Falamos de tudo um pouco mas com um objectivo bem concreto. Ultimar uma candidatura para sexta-feira. Antes de me debruçar sobre os formulários não resisti à tentação de ganhar inspiração e voltar a escutar a voz do Mestre João Coelho Trindade, que o fiz logo pela manhã. Falou-me de respeito às hierarquias, do dever de respeito dos subordinados (que prezo) e de elas se fazerem respeitar. Quem manda deve ser suficientemente humilde para poder retirar daí dividendos. Atribuir responsabilidade a cada um dos colaboradores (como se designam agora), mas nunca empurrar os erros para os outros... saber assumí-los. Ter a espada aguçada, mas ter o gume certo e cortar sempre a direito, para ser reconhecido não como justiceiro mas detentor de rectidão. Enfim falou a voz da experiência vivida de chefiar Homens e sem se por em bicos de pés saber fazer ouvir-se e fazer-se respeitar. Começam a ser raros Homens assim. Mas temos que os encontrar, nem que seja debaixo das Pedras. Aliás, foi feita uma analogia entre o Professor e os alunos. Cada um tem o seu papel e em momento algum deve ser invertido. Se esta hierarquia falha é porque não temos um Professor, nem algo sequer parecido. Hoje calcorreamos as Terras do Demo, à procura de miradouros não virtuais mas reais. Observatórios da paisagem, ambiências e experiências. Voltei a acreditar que é possível! Não por esta volta de hoje mas pelas conversas que tive. Com o Presidente, o Mestre, as Jardineiras. Está tudo à espera! Eu da minha parte vou colaborar. Não direi que é a última vez porque até já tenho vergonha do número de vezes que já o disse, mas apenas direi que ou é desta ou...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O ser eterno!?


Debati-me com uma dúvida sobre o blogue mais adequado para colocar esta mensagem. Inicialmente pensei ser mais um caso de BiodiverCidade, mas depois duma procura exaustiva na Lagoa das Garças, não encontrei qualquer exemplar desta espécie, pelo que decidi colocá-la aqui.

Há cerca de uma semana fui surpreendido por uma notícia que me deixou (até hoje) bastante incrédulo pelo bombástico do seu título e bizarro da sua essência: Cientistas norte-americanos (pois então!) tinham acabado de descobrir o primeiro animal IMORTAL!!!

Tratava-se de uma medusa (vulgo alforreca) com pouco mais de cinco milímetros de comprimento, de seu nome Turritopsis nutricula que seria, por enquanto, o único ser que descobriu a fonte da juventude. Segundo a fonte, o segredo deste animal marinho é a capacidade para controlar o seu ciclo de maturidade infinitamente através de um processo de transdiferenciação, permitindo que um tipo de células se transforme noutro. O processo de transdiferenciação e regeneração de órgãos não é, de todo, desconhecido pelos investigadores, uma vez que alguns animais, como as salamandras ou as estrelas-do-mar, conseguem reconstruir algumas partes do seu corpo, mas de forma limitada. No caso do Turritopsi nutricula, o caso é diferente, uma vez que, a ser verdade, consegue utilizar esta capacidade em todo o corpo, ou seja, cada vez que atingir a maturidade sexual, o ciclo de vida desta espécie volta ao início, à sua ‘infância’. Esta capacidade de enganar a morte parece estar a provocar um aumento vertiginoso do número de exemplares que, aos poucos, começam a dominar os mares.

Teoricamente, este mecanismo pode configurar a imortalidade mas, ou muito me engano, ou estamos perante mais um dos monstruosos equívocos que, por vezes, a ciência (com “c” minúsculo) nos brinda. Não será demasiado presunçoso da nossa parte pensar que neste suspiro de tempo geológico em que vivemos, iríamos presenciar o início da imortalidade animal? Quiçá obter desses genes da gelatinosa imortalidade, o Santo Graal da imortalidade humana? Cheira-me a negócio!

Já um dia longínquo alguém disse e escreveu (nem era americano e até era cego de um olho) que há aqueles que se vão da lei da morte libertando. Nessa imortalidade eu acredito. Na imortalidade de alguns grandes Homens e Mulheres, dos seus valores que, embora sofram mutações como os genes, tal como estes, também aqueles se tornam imortais.

Um abraço e uma Feliz Páscoa