Os nomes e as ideias quando surgem têm que ser registadas e divulgadas. Esta é a filosofia que perfilhamos e é um sinal que vamos à frente. Neste sentido, afirmo que está a ser pensada uma iniciativa cujo nome é Hotelland e que reúne um conjunto de casas dos guardas florestais, dos cantoneiros e casas de aldeia e que irão constituir a breve prazo uma rede de locais onde ficar em Vila Nova de Paiva com uma qualidade ímpar de ambiências e experiências. Estamos a formar as pessoas que irão integrar os projectos e serão responsáveis por receberem e acompanharem os visitantes, nos momentos que passem por e com as gentes, as paisagens, os territórios, as aldeias e os produtos endógenos do Paiva e do Demo. Tenho a certeza que será um sucesso porque estas gentes sabem receber e o território tem muito que conhecer.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Uma nova MILLENIUM... uma velha MENTALIDADE?
Saiu em formato de papel a nova Millenium numa versão exclusivamente dedicada à ESAV. É um orgulho para todos os que participam nesta Escola, haver assuntos científicos que permitam esta realização. Quiçá também haverá para que ocorram debates com frequências de temas da actualidade científica. Hoje antes de começar na faina científico-pedagógico-burocrática, dei-me ao trabalho de fazer uma estatística da revista. A palavra estatística usa-se quando queremos defender algo e por vezes temos dificuldade em arranjar argumentos. Aliás a melhor definição que conheço de estatística é » a estatística é como uma mulher de biquini. O que mostra é importante mas esconde o fundamental«, (admito que possa ser alterado o género nalgumas situações). Antes de ir à estatística vamos à capa. Penso que o designer não terá sido o responsável pelas fotografias que ilustram a capa. As imagens pela dimensão não deviam focar cães, ou laboratórios, mas texturas, formas etc, relacionadas com os temas. Mas esta a é uma questão de pormenor. Então vamos lá à estatística. Por departamento: o Departamento de Indústrias Agro-alimentares tem 4 publicações; o de Zootecnia, Ciências Veterinárias e Desenvolvimento Rural tem 5 publicações e o (agora falhou-me o nome actual) o antigo Departamento de Produção Vegetal tem seis, com a a inclusão de uma publicação do antigo Departamento de Matemática, informática e Economia. Esta é análise sumária. Podiamos ir pelo rácio doutorados/publicações; número de docentes por departamento/ nº de publicações, nº de artigos de revisão, em Inglês, de um só autor, só com autores de fora... e cada um poderá fazer o exercício que lhes interessa para levar a água ao moinho. A minha conclusão é outra. Quem não está? deve ser porque não tem valor? Estou-me a lembrar de António Jordão, Pedro Rodrigues, João Paulo Gouveia e José Luis Pereira. Ou ainda há preconceitos de que não interessa publicar aqui. Não digo que se tenha de publicar aqui os melhores artigos, mas todos devíamos fazer um esforço de contribuirmos para o bem da ESAV. Eu fiz a muinha parte e esta revista vai para os co-autores na Universidade de Coimbra e para a Universidade do Algarve...um pouco como o autocarro do IPV, vai mostrar-se.
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segunda-feira, 29 de março de 2010
Os responsáveis autárquicos estão ATENTOS
Nestas últimas semanas responsáveis científicos de instituições de ensino superior em conjunto com responsáveis técnicos de Associações para o desenvolvimento do Mundo rural e dos seus actores temos desenvolvido alguns contactos com responsáveis autárquicos de diferentes cores do espectro político mas com vontade, que é o que nos interessa, para em conjunto levarmos a cabo alguns dos projectos que temos em carteira e que os motivaram para uma primeira abordagem. São projectos não coincidentes mas complementares e que teremos que saber argumentar muito bem para que o poder político, possa ele gizar uma estratégia para levarem a água aos seus moinhos. Estamos numa altura de rupturas, de novas oportunidades e de não termos tempo a perder. A ver vamos se estes sounbites políticos são aplicáveis à ciência que se rege por regras muitas vezes muito simples. Vingam os melhores e sem queremos ser presunçosos queremos estar nesse leque.
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domingo, 28 de março de 2010
Vila Nova de Paiva ...um até amanhã... ou um até SEMPRE
Apesar de levar este blogue a sério não tenho obrigação profissional de arranjar assunto todos os dias para a realização de uma crónica. Aliás, era essa a intenção quando hoje almoçava uma caldeirada de garoupa acompanhada por um branco do Douro, após umas ameijoas à bulhão pato de entrada. A propósito este "rancho" tinha de ser comido virado para o mar, neste caso para a Ria, no clube de Vela. Tinha saudades de mar e, como ainda ontem tinha cumprido a tarefa agrícola de deitar herbicida em 3 hectares de vinha que este ano irá dar seguramente muito trabalho a vermos como vai o ano agrícola, resolvi presentear-me com este repasto. Mas antes de começar a fazer a digestão, fiquei incomodado com um telefonema que me disse que Vila Nova de Paiva a partir da próxima semana irá ficar orfã de uma daquelas que mais sente aquela terra contando com os próprios nativos. A razão de escrever estas letras é porque esta próximas duas semanas serão importantes para Vila Nova de Paiva porque vão ser candidatados novos projectos e sinto que a equipa se está a desfalcar. As pessoas de "Barrelas" já sentem dificuldade em adormecer e alguns já fazem promessas à Nossa Senhora de Fátima acreditando que terão de pagar essas promessas. Apenas os políticos e acessores estão tranquilos, seguros que estarão a fazer o melhor pela Terra. Aliás este sentimento é generalizado no País! Queremos que o País produza mais, mas sem contar com as pessoas. Deve ser com a paisagem e com os animais irracionais e alguns Equus asinus. Queria com esta crónica e utilizando estas novas tecnologias fazer uma avaliação se as gentes de "Barrelas", das Terras do Demo e do Paiva querem provar o quão triste ficavam se a Alexandra tiver que ir embora contra a sua vontade. Para isso gentes dessa terra, mais ou menos letradas, teçam comentários nesta crónica a mostrarem que a Alexandra é daquelas que Vila Nova de Paiva e o País precisam. Caso a Alexandra não fique, poderei dizer que foi um prazer trabalhar com e para as gentes do Demo.
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sexta-feira, 26 de março de 2010
Explosão Primaveril
Hoje sinto uma enorme necessidade de escrever…
Talvez seja ansiedade, pela visita que o Arbutus do Demo vai receber hoje o Pré –Escolar do Concelho de Viver Nova Paixão – Vila Nova de Paiva. Onde tudo foi pensado ao mais pequeno pormenor.
Cerca de 130 crianças se preparam para entrar num requintado e rural Parque Botânico e onde vamos colocar mãos-à-obra.
Aqui todos os sentidos são postos à prova, e ninguém melhor que as crianças, onde tudo desperta a sua curiosidade. Fluem odores desconcertantes, que nos orientam para um universo paralelo, sem limites. Esse mundo apresenta-se com sensações à flor da pele e requer algum tempo para saborear este pequeno tesouro que vai fervilhando por entre estas Terras do Demo.
Esta visita terá concerteza um sabor diferente, tal como todas as outras o tiveram, mas esta será reflectida como a primeira da última. Será diferente de todas as outras e só para vos deixar curiosos imaginem 130 crianças equipadas de galochas e impermeáveis dispostos a deitar as sementes à Terra, de forma a iniciar-se o processo de Criar Vida… Quase que vai parecer o “Vamos Plantar Portugal”!!
Talvez seja ansiedade, pela visita que o Arbutus do Demo vai receber hoje o Pré –Escolar do Concelho de Viver Nova Paixão – Vila Nova de Paiva. Onde tudo foi pensado ao mais pequeno pormenor.
Cerca de 130 crianças se preparam para entrar num requintado e rural Parque Botânico e onde vamos colocar mãos-à-obra.
Aqui todos os sentidos são postos à prova, e ninguém melhor que as crianças, onde tudo desperta a sua curiosidade. Fluem odores desconcertantes, que nos orientam para um universo paralelo, sem limites. Esse mundo apresenta-se com sensações à flor da pele e requer algum tempo para saborear este pequeno tesouro que vai fervilhando por entre estas Terras do Demo.
Esta visita terá concerteza um sabor diferente, tal como todas as outras o tiveram, mas esta será reflectida como a primeira da última. Será diferente de todas as outras e só para vos deixar curiosos imaginem 130 crianças equipadas de galochas e impermeáveis dispostos a deitar as sementes à Terra, de forma a iniciar-se o processo de Criar Vida… Quase que vai parecer o “Vamos Plantar Portugal”!!
O Arbutus do Demo apresentava um plano de actividades adequado para diferentes níveis de escolaridade do ensino com propósitos pedagógicos, técnico-científicos e lúdicos, com vista à sensibilização dos mais novos para as questões da preservação do ambiente e da biodiversidade, apelo à criatividade e o despertar o sentido da curiosidade.
As respostas a muitas questões serão dadas no espaço.
Um obrigado muito especial à Educadora Natércia Magalhães, que desde sempre entendeu este projecto, este Parque Botânico Arbutus do Demo, como uma mais valia para as crianças deste Concelho.
Ficarão no livro de memórias deste Arbutus do Demo gravados os sorrisos, as gargalhadas, a alegria e a energia contagiante destas crianças.
O verdadeiro tesouro está na natureza, na riqueza e diversidade de paisagens e espécies ocultas nesta calma tão sulista…
As respostas a muitas questões serão dadas no espaço.
Um obrigado muito especial à Educadora Natércia Magalhães, que desde sempre entendeu este projecto, este Parque Botânico Arbutus do Demo, como uma mais valia para as crianças deste Concelho.
Ficarão no livro de memórias deste Arbutus do Demo gravados os sorrisos, as gargalhadas, a alegria e a energia contagiante destas crianças.
O verdadeiro tesouro está na natureza, na riqueza e diversidade de paisagens e espécies ocultas nesta calma tão sulista…
ANCOSE e a BOA BESTA
Há já alguns anos que conheço a Ancose e alguns dos seus valorosos elementos. Mas como não nos cruzamos regularmente às vezes esquecemo-nos dos que por cá andam. Ontem reunímos algumas estruturas de elite ligadas ao Cardo e ao Queijo, entre as quais se contam a Universidade Católica (Beiras), a Ancose e já agora a ESAV. E para quê? Para juntarmos sinergias e dar à BOA BESTA, como é denominada a ovelha pelos Franceses o reconhecimento devido. Aproveitamento desde o leite à lã, pele, enfim tudo se aproveita. Mas a Ancose já cá anda há muito tempo e com um trabalho notável que não chega a Viseu para ser devidamente reconhecido. O seu maior promotor é o João Madanelo, um verdadeiro criador com o ar afável do mais humilde pastor, porque os produtos gourmet que cria fá-lo de uma forma tão natural que até parece fácil. Vamos concerteza levar o nosso leite à queijaria (para não dizer a água ao moinho) e sermos capazes de a partir da ovelha e do queijo criarmos interesses para dar a estes ícones das Beiras o devido valor. Vamos ao trabalho e temos que educar os nossos políticos. Para ilustrar segue o aroma do iogurte, manteiga e pasta de leite de ovelha. Parabéns Ancose!
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quinta-feira, 25 de março de 2010
Capital Ecológica _ Vila Nova de Paiva
Aninhada nos ramos arrepiados, vê a dimensão duma Natureza adormecida que recebe faminta os pobres raios de Sol. E espera. Espera tranquila pelo seu reinado enquanto a distância lhe esconde os pormenores das ainda geladas madrugadas.
Muitos são os seres que a admiram cá de baixo, adivinhando-lhe as formas prenhes que o passar dos dias lhe vai trazer e sob o luar pendendo do ninho de carvalho confundirão as madrugadas com as mais belas alvoradas.
Mas por entre as giestas jazem ainda os fentos quebrados e molhados, o húmus desorganizado, atolado de camadas de vidas mortificadas e de outras que laboram todavia, anonimamente e indiferentes aos humores da superfície. Jazem as folhas caídas, telas desiguais pintadas com cristais, escondidas nas sombras que as tardes de Inverno tornam eternas e nas fendas das pedras informes que outros gelos ajudaram a nascer.
Tudo se aquieta nos abrigos que o vento não descobre e a luz rapidamente se despede sem sequer ter aquecido a terra.
A vida fluí, subtil e quase invisível, resiste ao frio e ao gelo até que daqui a muitas luas chegam os sinais do renascimento.
Aninhada nas folhas novas e macias, virá e verá a dimensão duma Natureza acordada que recebe saciada os auspiciosos raios de Sol. E esperará... Esperará tranquila pelo seu nocturno reinado nesta Capital Ecológica.
Muitos são os seres que a admiram cá de baixo, adivinhando-lhe as formas prenhes que o passar dos dias lhe vai trazer e sob o luar pendendo do ninho de carvalho confundirão as madrugadas com as mais belas alvoradas.
Mas por entre as giestas jazem ainda os fentos quebrados e molhados, o húmus desorganizado, atolado de camadas de vidas mortificadas e de outras que laboram todavia, anonimamente e indiferentes aos humores da superfície. Jazem as folhas caídas, telas desiguais pintadas com cristais, escondidas nas sombras que as tardes de Inverno tornam eternas e nas fendas das pedras informes que outros gelos ajudaram a nascer.
Tudo se aquieta nos abrigos que o vento não descobre e a luz rapidamente se despede sem sequer ter aquecido a terra.
A vida fluí, subtil e quase invisível, resiste ao frio e ao gelo até que daqui a muitas luas chegam os sinais do renascimento.
Aninhada nas folhas novas e macias, virá e verá a dimensão duma Natureza acordada que recebe saciada os auspiciosos raios de Sol. E esperará... Esperará tranquila pelo seu nocturno reinado nesta Capital Ecológica.
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Capital Ecológica; Vila Nova de Paiva
Um MONUMENTO ao DÃO
Não é propósito deste blogue fazer publicidade gratuita ou deixar-se levar ou induzir em engano os alegados seguidores e colaboradores destes blogue. Contudo, este assunto é outro. Hoje quando recebi este monumento com 60 cm de altura fruto ser uma Magnum de 5l, diga-se de passagem vazia para não me dizerem que me deixei vender, não pude deixar de tirar uma fotografia para ilustrar uma homenagem ao vinho do Dão e forçar este produtor a dizer uns "bitaites" sobre as suas ideias do Vinho "Serra". Aqui fica o desafio! Mas a propósito ou a despropósito, pois como disse veio só a garrafa, há quem diga que este é um Don pérignon do Dão. Será pela qualidade do néctar ou pela extravagância do rótulo, que à semelhança do famoso champagne, arranjaram uma forma no mínimo estranha. Qual terá sido a intenção?
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Pedra Cancela
quarta-feira, 24 de março de 2010
Natureza Interpretada…
Chegou, inevitável, à boleia do tempo mas arrancando à mulata paisagem suspiros de êxtase e risinhos de antecipação. Um rosto prazenteiro e um brilho promissor. Parecia que o Inverno preparava a despedida e entregava o reino ao cavaleiro de armadura reluzente. Porém um bafo frio desenganou a ansiosa pretendente. É Março, quase Abril.
Os verdes estão ainda desbotados, as flores ainda tardam, os ramos parecem mortos mas multiplicam-se os castanhos em diferentes nuances e todas lembram uma miríade de sabores: canela, noz, sultana e cacau, castanha, avelã, baunilha, café, chocolate, amêndoa, caju e pinhão, até onde a imaginação nos possa levar.
Sem nuvens e sem fumo à distância é fácil perdermos o olhar neste Arbutus vazio, nos reflexos azulados que mascaram a diferença condenando-a a um só tom. Parece que ninguém mora nas paragens do frio e que nenhum barulhar se manifesta aqui, mas é engano que cedo se desfaz. Ouvem-se as jardineiras que se encontram na horta biológica, preparando sem demora a terra para os alhos e evitando sabiamente os caprichos da lua nova, chilreiam alguns resistentes que não conhecem as branduras de terras mais quentes e correm ligeiros os regatos de encontro ao rio valoroso. Tudo resplandece para memórias futuras, nestes últimos dias. Dias de Sol e novo fôlego se pode tomar para continuar a acompanhar o ritmo do tempo.
E que seja generoso o correr dos nossos dias...
Os verdes estão ainda desbotados, as flores ainda tardam, os ramos parecem mortos mas multiplicam-se os castanhos em diferentes nuances e todas lembram uma miríade de sabores: canela, noz, sultana e cacau, castanha, avelã, baunilha, café, chocolate, amêndoa, caju e pinhão, até onde a imaginação nos possa levar.
Sem nuvens e sem fumo à distância é fácil perdermos o olhar neste Arbutus vazio, nos reflexos azulados que mascaram a diferença condenando-a a um só tom. Parece que ninguém mora nas paragens do frio e que nenhum barulhar se manifesta aqui, mas é engano que cedo se desfaz. Ouvem-se as jardineiras que se encontram na horta biológica, preparando sem demora a terra para os alhos e evitando sabiamente os caprichos da lua nova, chilreiam alguns resistentes que não conhecem as branduras de terras mais quentes e correm ligeiros os regatos de encontro ao rio valoroso. Tudo resplandece para memórias futuras, nestes últimos dias. Dias de Sol e novo fôlego se pode tomar para continuar a acompanhar o ritmo do tempo.
E que seja generoso o correr dos nossos dias...
A ALDEIA como CÉLULA (neuronal e muscular)
Para Aquilino Ribeiro as aldeias eram as células do corpo territorial, onde tudo se organizava individual e socialmente, e onde se irmanavam "terra, gente e bichos". «Sendo a aldeia a célula, como poderá o organismo ter boa conformação e um funcionamento regular, mostrar a vitalidade requerida, se aquela está anemizada, combalida, anquilozada? O êxodo aterrador para as cidades, a corrente caudalosa da emigração nos anos anteriores à guerra, estancada com esta, são índices desta enfermidade celular. »
Vem este texto da Aldeia a propósito de um futuro possível para Vila Nova de Paiva, como para muitas outras Vila Novas deste País. Os projectos que preconizamos e que estamos a desenhar para o desenvolvimento sustentável deste Mundo passa pela reanimação das células, para que possam contribuir para o bom funcionamento do orgão e que todos a rumar para o mesmo lado ponham o organismo a andar. Não se pode fazer tudo ao mesmo tempo, mas temos que elencar uma ou duas que sirvam de modelo para que outras possam seguir. Não com as mesmas valências, mas com potencialidades diferenciadas. Agora é altura da política decidir quais e com que valências. Há que juntar Aquilinianos, Antropólogos, Biólogos, Gestores, Designers, Educadores Ambientais, Arquitectos, Agrónomos e tantos tantos mais para que o rascunho saia quase perfeito. Indico para já três Alberto Correia, Ana Isabel Queiroz, Paulo Medeiros...
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terça-feira, 23 de março de 2010
Vou LAVRAR o meu Protesto
Normalmente as crónicas tem início justificando o título atribuído. Neste caso o título é um mero acaso. Os títulos devem criar algum impacto e este só revela que o sector agrário pode ajudar a criar notícias bombásticas. Aliás um segundo exemplo poderia ser "Não tarda muito vou CAVAR daqui". Mas, esta crónica serve para alertar os colegas que pouco escrevem que este blogue é visto com assiduidade por novos e velhos alunos e disso têm feito referência embora não o demonstrem. Tenho apelado que em vez de darem os parabéns, escrevam e comentem as notícias. Nós ainda não aprendemos a lidar com um Blogue, mas para lá caminhamos. É igualmente curioso o facto de um conjunto de alunos, terem discutido comigo ideias para se ensaiarem no Poliempreende. É o resultado que "têm sumo" precisam é de ser espremidos. Não têm que ter medo de não terem sucesso à primeira, mas têm obrigação de fazerem as coisas bem feitas e serem consequentes e estruturarem as ideias de forma consistente. Acabei de registar mais um dos nomes dos projectos dos meus alunos «Originalland». A base é criar ideias novas com origem na TERRA. Um projecto radicado na TERRA tem que incluir o termo LAND. Atentem ao País Europeu que mais importância dá à sua Terra, a Holanda, HOLLAND, cá está incluiu o termo LAND.
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domingo, 21 de março de 2010
SAUDAÇÃO
Para o amigo Paulo Barracosa agradecendo convite ao qual procurarei responder, tanto quanto eu souber. Um abraço. Alberto Correia.
ontem foi o dia Mundial da Agricultura e... na ESAV nada
Ontem comemorou-se o dia Mundial da Agricultura. É um daqueles dias que é imperdoável passar em claro na ESAV, mas vamos continuando impávidos a assistir a este esquecimento propositado. De quem é a culpa? De nós todos, eu incluído. Temos que acreditar que é possível fazer reverter esta situação de "pobrezinhos dos agricultores, que nem sequer se lavam" para "é graças a eles que podemos comer os miminhos da horta e outros produtos gourmet". É para essa mudança de atitude e até de mentalidade que serve este blogue para promover o desenvolvimento do mundo rural e o reforço do acreditar desta gente e da sua auto-estima. E nós temos que conseguir adquirir os melhores produtos aos melhores agricultores que são os nossos nem que os produtos sejam ligeiramente mais caros mas são seguramente melhores. Não produzem às toneladas, criam um a um e por isso despendem mais tempo para fazer chegar a nós os melhores dos melhores. Quando há cerca de um mês sugeri que fossemos todos limpar a ESAV, tinha implícito a realização de actividades agrícolas como, poda, desmatação, etc, por professores, funcionários, alunos e até voluntários, mas foi entendido como uma afronta. Cada um tem que acreditar em si mesmos para não estarem sempre a ver o que os outros dizem ou falam sobre nós e entenderem tudo ao contrário. Marquem a data na agenda e esperemos para o ano poder comemorar este dia de forma condigna.
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sexta-feira, 19 de março de 2010
A Barraca que é uma ESCOLA e a escola que é uma BARRACA
Ontem quando regressava da visita em que acompanhei os alunos da ESAV e da ESEV ao Caramulo, aproveitei para rever bons amigos. A Xana e o Carlos Lima, os artífices da Barraca dos Oleiros. Já comunguei com estes autores projectos fabulosos, mas hoje apenas queria mostrar como são óptimos professores na arte de transmitir o saber às crianças. Sempre que posso levo as minhas filhas e os filhos de amigos meus para meterem literalmente aa mãos na massa. Criarem com as mãos no Barro. E têm surgido peças fabulosas das quais já falei aqui numa crónica antiga sob o nome do projecto Rit.Arte. O segredo está na vontade e na criatividade das crianças e na forma como estes verdadeiros professores sabem transmitir o saber e ao mesmo tempo incutir a curiosidade e vontade nas crianças. E estão sempre atentos ao resultado porque daqui surgem novas ideias que nunca lhes passaram pela cabeça. É um outro pensar é o de criança. Não queria deixar passar a oportunidade de mais uma vez agradecer tudo o que têm feito para eu me sentir totalmente realizado nos projectos que partilhei convosco.
Em relação à segunda parte do título deixemos para outra crónica mais à frente.
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Professores
quinta-feira, 18 de março de 2010
Bolonha é já ali no CARAMULO
Estou a escrever esta crónica e ainda não chegaram os alunos do 1º Ano de Ecologia e Paisagismo da ESAV que acompanharam os alunos do 2º Ano do curso de Educação Ambiental da ESEV num percurso pedestre pelo Caramulo. Tenho a certeza que a visita foi um êxito. Quero antes de mais agradecer aos Profs. Pedro Ribeiro e Isabel Abrantes pela forma gentil com que nos receberam no grupo e o entusiasmo e saber que nos transmitiram no percurso. E aos alunos da ESEV pela amabilidade e paciência que tiveram para connosco. Desta vez, cientificamente não contribuímos mas esperamos em breve numa visita a realizar na nossa própria Quinta da Alagoa da ESAV poder retribuir com algum do saber dos docentes da Agrária e estou-me a lembrar de alguns. O facto da visita ser na ESAV é uma prova da biodiversidade que temos, mas também das limitações, (porque não podemos sair quando queremos). Forcei e muito para que alguns alunos pudessem ir hoje a esta visita e falei com Professores para alterar horários, mas seguramente que todos ganharam. Era importante dar-mos um sinal que esta colaboração é para ser feita já e a partir de agora. Não é uma coisa utópica! A mensagem para os alunos que não puderam ou não quiseram ir é, escutem o que os que foram vos vão transmitir. Eu vou apostar nesta atitude e quem quiser acompanhar que venha, quer docentes quer alunos. Queremos implementar um verdadeiro espírito de Bolonha, partilha de saberes e conhecimentos. A ESEV pode contar com (alguns) docentes da ESAV, nós já sabemos que contamos convosco. A fotografia que ilustra esta crónica é do casal de lontras da "lagoa da Garça" para aguçar a curiosidade científica à Prof. Anabela Novais.Obrigado por tudo!
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quarta-feira, 17 de março de 2010
Conversa com o Mestre - Os feitos do Tempo...
Pela primeira vez vou deixar o meu contributo para este blog. Serei eu também uma herdeira da Blogosfera?
Na semana passada rendi-me a um bouquet de palavras que me foi oferecido, durante aproximadamente uma hora, tempo em que decorreu a conversa com o Mestre que é, não por acaso, bisneto do Malhadilhas, falo-vos do Sr. João Coelho. Mais uma vez se vai falar das gentes com fibra, gentes das Terras do Demo.
Da conversa que tivemos, de toda a simplicidade daquele homem, consegui beber, reter, aprender muito e tento agora transpor um pouco a reflexão que fiz.
Não é à toa que escolho, falar-vos de uma porta, para mim revelam-se plenas de significado e transfiro-lhes até algumas humanidades.
Portas escancaradas, entreabertas ou teimosamente fechadas... Reveladoras, cúmplices ou secretas... Podem castigar, proteger ou libertar e mostrar-se ainda exuberantes, sinceras ou envergonhadas. Do interior manifesta-se a sua matéria: maciça, aglomerada ou oca... original, remodelada ou inventada.
O mesmo objecto com diferentes propósitos e muitas personalidades!
Mas o encanto que encontrei na da imagem reflecte-se sobretudo nas suas vestes, primeiro uma cor, depois outra, tons contrastantes e indecisos, como quem não sabe que exterior ostentar. As cores são fragmentadas mas a tábua é inteira, trabalhada pelo homem e pela Natureza, marcada por mãos rotineiras com o mesmo jeito de abrir, dia após dia, ano após ano... Os hábitos e as tarefas que habitualmente nem merecem reflexão também deixam as marcas da sua existência.
De outras portas poderei escrever no futuro mas hoje registo a rusticidade e a beleza envergonhada que esta me transmite.
São portas de casas, palheiros ou moinhos que se abrem para vidas e promessas idas. Posam para a máquina como resistentes do tempo e das intempéries, presto-lhes homenagem e penso naquelas que se fecham sem ruído, em silêncio dorido... as da alma, do coração ou da memória.
Na semana passada rendi-me a um bouquet de palavras que me foi oferecido, durante aproximadamente uma hora, tempo em que decorreu a conversa com o Mestre que é, não por acaso, bisneto do Malhadilhas, falo-vos do Sr. João Coelho. Mais uma vez se vai falar das gentes com fibra, gentes das Terras do Demo.
Da conversa que tivemos, de toda a simplicidade daquele homem, consegui beber, reter, aprender muito e tento agora transpor um pouco a reflexão que fiz.
Não é à toa que escolho, falar-vos de uma porta, para mim revelam-se plenas de significado e transfiro-lhes até algumas humanidades.
Portas escancaradas, entreabertas ou teimosamente fechadas... Reveladoras, cúmplices ou secretas... Podem castigar, proteger ou libertar e mostrar-se ainda exuberantes, sinceras ou envergonhadas. Do interior manifesta-se a sua matéria: maciça, aglomerada ou oca... original, remodelada ou inventada.
O mesmo objecto com diferentes propósitos e muitas personalidades!
Mas o encanto que encontrei na da imagem reflecte-se sobretudo nas suas vestes, primeiro uma cor, depois outra, tons contrastantes e indecisos, como quem não sabe que exterior ostentar. As cores são fragmentadas mas a tábua é inteira, trabalhada pelo homem e pela Natureza, marcada por mãos rotineiras com o mesmo jeito de abrir, dia após dia, ano após ano... Os hábitos e as tarefas que habitualmente nem merecem reflexão também deixam as marcas da sua existência.
De outras portas poderei escrever no futuro mas hoje registo a rusticidade e a beleza envergonhada que esta me transmite.
São portas de casas, palheiros ou moinhos que se abrem para vidas e promessas idas. Posam para a máquina como resistentes do tempo e das intempéries, presto-lhes homenagem e penso naquelas que se fecham sem ruído, em silêncio dorido... as da alma, do coração ou da memória.
São as vivências de uma vida completa…
terça-feira, 16 de março de 2010
Um CONSELHO...para VILA NOVA de PAIVA
Vila nova de paiva… um enorme capital humano e natural
Vila Nova de Paiva, pode assumir-se como o protótipo de um território de baixa densidade com um elevado capital natural e humano, cujo potencial pode ser desenvolvido criando sinergias em prol do desenvolvimento e bem-estar das suas populações “naturalizadas” e daqueles que os visitam.
O Concelho de Vila Nova de Paiva (17.533,6 ha), situa-se a Norte do Distrito de Viseu, no coração de Portugal e no cerne mais interior de Beira, no território apelidado por “Terras do Demo”. Cerca de 1.800 ha estão sob a protecção das directivas comunitárias da rede Natura 2000, numa extensa faixa que percorre o rio Paiva em ambas as margens e que atravessa o concelho no sentido Este-Oeste. O desenho dos rios numa matriz peninérvea, cria uma nervação que alimenta e potencia uma enorme franja daquele território, permitindo que, nesses vales as linhas de água sejam bordejadas por densas e frondosas galerias ripícolas, onde dominam os salgueiros (Salix alba), freixos (Fraxinus excelsior) e amieiros (Alnus glutinosa) e que tornam esses ecossistemas como habitats prioritários a preservar (91EO). Nestes cursos para além da “seiva” que alimenta o território também circula a Lontra (Lutra lutra) uma espécie que anima o ecossistema, cuja presença constitui um óptimo indicador da qualidade e recatez do elemento. Na fauna o ex-libris deste território é o Lobo (Canis lupus). São frequentes as marcas “fossilizadas” da presença actual do Lobo em especial junto a locais de abeberamento nas Serras de Leomil e Lapa. Em Portugal, esta é uma espécie em Perigo e onde se incluem as espécies que enfrentam um risco muito elevado de extinção na natureza, cujo declínio tem sido agravado pela fragmentação e destruição do habitat a par do extermínio das suas presas naturais. Este ícone está naturalizado numa paisagem referenciada como habitat prioritário que urge preservar (6230).
Num outro registo, este é um território com um subsolo de riqueza extrema, onde as minas do Rebentão, constituem um elemento de extrema importância para a compreensão das características geológicas de todo este território e da história e cultura das gentes associadas à extracção do volfrâmio, sem dúvida um potencial histórico a explorar. Mas este “monumento” é também uma estrutura arquitectónica de uma beleza rara edificada pelo homem que, escavou uma das mais extraordinárias minas europeias. Com gigantescas colunas e enormes abóbadas onde corre no fundo um imenso e límpido “rio”, onde a luz adquire um reflexo autêntico, numa morfologia de espaços que faz lembrar a fantástica e imaginativa arquitectura do catalão Antoni Gaudí.
Neste elencar de momentos únicos de Vila Nova de Paiva, não podia deixar de fazer uma justa referência ao Parque Botânico “Arbutus do Demo”. Um projecto que nesta nova lógica de desenvolvimento de Vila Nova de Paiva tem que figurar como um projecto âncora, onde possam fazer convergir um conjunto de sinergias que, promovam mais que a criação e inovação, o desenho e o desenvolvimento com base no conhecimento científico. É neste espaço que existe o centro de interpretação “Testemunhos da natureza”, um laboratório onde podemos colher “Impressões da natureza" e um ateliê criativo onde “inventamos a natureza”. E como surge uma ideia destas? Pela mão de Aquilino Ribeiro, um autor que lê a paisagem através dos cinco sentidos e que a retrata como um «Malhoa da Prosa». Para dar coerência, coesão e competitividade a este território só faltava um ícone cultural, um verdadeiro mestre que nos relata o espaço, as formas, as texturas, a luz, a expressiva dimensão acústica do espaço natural e a paisagem dos odores, tudo o que deseja «um espectador ávido de ver» e com vontade de experimentar.
Todos estes elementos realizam o cenário das «Terras do Demo». Resta-nos falar dos intérpretes e actores. Daqueles que marcam realmente a diferença entre territórios. As gentes do Alto Paiva! Gentes que têm nos seus genes a capacidade de expressar o estoicismo de lutar contra as adversidades e agruras do tempo. Gente, por isso áspera e rude mas ao mesmo tempo afável com elevada auto-estima e com um enorme potencial de conhecimento per capita. Sabemos bem quem são e o que vale cada um per si, mas queremos uni-los em rede e maximizar sinergias.
Elencadas algumas das potencialidades deste território, surge a pergunta? Com todas estas valências porque é que, este é ainda um território que gera parcos recursos económicos e nem se quer os consegue redistribuir para os actores que ainda estão in loco. São necessárias novas estratégias para os velhos e novos problemas nos territórios de baixa densidade. Requerem-se novas soluções, soluções diferentes, mais arrojadas que rompam com o status quo do passado. O modelo político implementado nestes territórios está esgotado, há que criar um completamente de novo. Assente num projecto de turismo sustentável, de natureza, em que as vivências fiquem gravadas nas retinas daqueles que nos visitam. Não bastam as paisagens, a biodiversidade da flora e da fauna, mas acima de tudo são precisos os actores humanos que ainda resistem no território. Valorizar os artífices e as suas criações que, assentam num extrema riqueza empírica que é preciso creditar cientificamente e atribuir um design que permita que estes produtos endógenos possam transpor as fronteiras do território e quiçá do País. Também sabemos como fazê-lo! Não é uma presunção. É um acreditar nestas gentes, no seu extraordinário conhecimento, na riqueza das suas experiências. Este é um bom augúrio para o futuro! Vamos criar um novo conceito de centro de interpretação. Vila Nova de Paiva tem que desenhar dois grandes restaurantes cravados naquela paisagem. Um vocacionado para a truta no leito de um rio tortuoso onde se escute o brilhar cristalino da água. O outro, «esculpido» nas paisagem agreste das Terras do Demo, onde vagabundeiam o «cabrito da gralheira» e a «Paivota». Resta implementar uma rede de casas florestais e de turismo rural devidamente preservadas e enquadradas em diferentes paisagens, onde os visitantes sejam brindados com a afabilidade de todo um povo. Este plano tem a designação «Demover», uma nova forma de ver as Terras do Demo.
Vila Nova de Paiva, pode assumir-se como o protótipo de um território de baixa densidade com um elevado capital natural e humano, cujo potencial pode ser desenvolvido criando sinergias em prol do desenvolvimento e bem-estar das suas populações “naturalizadas” e daqueles que os visitam.
O Concelho de Vila Nova de Paiva (17.533,6 ha), situa-se a Norte do Distrito de Viseu, no coração de Portugal e no cerne mais interior de Beira, no território apelidado por “Terras do Demo”. Cerca de 1.800 ha estão sob a protecção das directivas comunitárias da rede Natura 2000, numa extensa faixa que percorre o rio Paiva em ambas as margens e que atravessa o concelho no sentido Este-Oeste. O desenho dos rios numa matriz peninérvea, cria uma nervação que alimenta e potencia uma enorme franja daquele território, permitindo que, nesses vales as linhas de água sejam bordejadas por densas e frondosas galerias ripícolas, onde dominam os salgueiros (Salix alba), freixos (Fraxinus excelsior) e amieiros (Alnus glutinosa) e que tornam esses ecossistemas como habitats prioritários a preservar (91EO). Nestes cursos para além da “seiva” que alimenta o território também circula a Lontra (Lutra lutra) uma espécie que anima o ecossistema, cuja presença constitui um óptimo indicador da qualidade e recatez do elemento. Na fauna o ex-libris deste território é o Lobo (Canis lupus). São frequentes as marcas “fossilizadas” da presença actual do Lobo em especial junto a locais de abeberamento nas Serras de Leomil e Lapa. Em Portugal, esta é uma espécie em Perigo e onde se incluem as espécies que enfrentam um risco muito elevado de extinção na natureza, cujo declínio tem sido agravado pela fragmentação e destruição do habitat a par do extermínio das suas presas naturais. Este ícone está naturalizado numa paisagem referenciada como habitat prioritário que urge preservar (6230).
Num outro registo, este é um território com um subsolo de riqueza extrema, onde as minas do Rebentão, constituem um elemento de extrema importância para a compreensão das características geológicas de todo este território e da história e cultura das gentes associadas à extracção do volfrâmio, sem dúvida um potencial histórico a explorar. Mas este “monumento” é também uma estrutura arquitectónica de uma beleza rara edificada pelo homem que, escavou uma das mais extraordinárias minas europeias. Com gigantescas colunas e enormes abóbadas onde corre no fundo um imenso e límpido “rio”, onde a luz adquire um reflexo autêntico, numa morfologia de espaços que faz lembrar a fantástica e imaginativa arquitectura do catalão Antoni Gaudí.
Neste elencar de momentos únicos de Vila Nova de Paiva, não podia deixar de fazer uma justa referência ao Parque Botânico “Arbutus do Demo”. Um projecto que nesta nova lógica de desenvolvimento de Vila Nova de Paiva tem que figurar como um projecto âncora, onde possam fazer convergir um conjunto de sinergias que, promovam mais que a criação e inovação, o desenho e o desenvolvimento com base no conhecimento científico. É neste espaço que existe o centro de interpretação “Testemunhos da natureza”, um laboratório onde podemos colher “Impressões da natureza" e um ateliê criativo onde “inventamos a natureza”. E como surge uma ideia destas? Pela mão de Aquilino Ribeiro, um autor que lê a paisagem através dos cinco sentidos e que a retrata como um «Malhoa da Prosa». Para dar coerência, coesão e competitividade a este território só faltava um ícone cultural, um verdadeiro mestre que nos relata o espaço, as formas, as texturas, a luz, a expressiva dimensão acústica do espaço natural e a paisagem dos odores, tudo o que deseja «um espectador ávido de ver» e com vontade de experimentar.
Todos estes elementos realizam o cenário das «Terras do Demo». Resta-nos falar dos intérpretes e actores. Daqueles que marcam realmente a diferença entre territórios. As gentes do Alto Paiva! Gentes que têm nos seus genes a capacidade de expressar o estoicismo de lutar contra as adversidades e agruras do tempo. Gente, por isso áspera e rude mas ao mesmo tempo afável com elevada auto-estima e com um enorme potencial de conhecimento per capita. Sabemos bem quem são e o que vale cada um per si, mas queremos uni-los em rede e maximizar sinergias.
Elencadas algumas das potencialidades deste território, surge a pergunta? Com todas estas valências porque é que, este é ainda um território que gera parcos recursos económicos e nem se quer os consegue redistribuir para os actores que ainda estão in loco. São necessárias novas estratégias para os velhos e novos problemas nos territórios de baixa densidade. Requerem-se novas soluções, soluções diferentes, mais arrojadas que rompam com o status quo do passado. O modelo político implementado nestes territórios está esgotado, há que criar um completamente de novo. Assente num projecto de turismo sustentável, de natureza, em que as vivências fiquem gravadas nas retinas daqueles que nos visitam. Não bastam as paisagens, a biodiversidade da flora e da fauna, mas acima de tudo são precisos os actores humanos que ainda resistem no território. Valorizar os artífices e as suas criações que, assentam num extrema riqueza empírica que é preciso creditar cientificamente e atribuir um design que permita que estes produtos endógenos possam transpor as fronteiras do território e quiçá do País. Também sabemos como fazê-lo! Não é uma presunção. É um acreditar nestas gentes, no seu extraordinário conhecimento, na riqueza das suas experiências. Este é um bom augúrio para o futuro! Vamos criar um novo conceito de centro de interpretação. Vila Nova de Paiva tem que desenhar dois grandes restaurantes cravados naquela paisagem. Um vocacionado para a truta no leito de um rio tortuoso onde se escute o brilhar cristalino da água. O outro, «esculpido» nas paisagem agreste das Terras do Demo, onde vagabundeiam o «cabrito da gralheira» e a «Paivota». Resta implementar uma rede de casas florestais e de turismo rural devidamente preservadas e enquadradas em diferentes paisagens, onde os visitantes sejam brindados com a afabilidade de todo um povo. Este plano tem a designação «Demover», uma nova forma de ver as Terras do Demo.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Da.Vide um Projecto Idê (I+D)
Quando sinto os alunos da ESAViseu a reagirem a alguns dos reptos que têm sido lançados neste fórum, vejo por bem emprego o tempo dispendido na redacção de algumas crónicas. Hoje mesmo assistimos a mais um episódio deste longo caminho que vamos trilhar e que alguns apelidam de empreendedorismo, quando na verdade é apenas vontade de fazer. O já famoso Da.Vide elaborou mais uma das sua obras-primas. Um objecto que é a síntese entre a inovação e o tradicional. Um enxerto de garfo de uma pen-drive num cavalo de uma vara de uma casta tradicional do Dão, o Aragonês (Tinta Roriz). O pormenor da rafia é já um requinte sublime. Este é um projecto candidato ao poliempreende com a designação "Idês". Mais do que a simples Inovação é o Desenvolvimento de conteúdos e ideias, que pretende incutir uma nova dinâmica que possa criar uma valorização do mundo rural, através da intervenção num sector que mais do primário tem que ser prioritário. Estamos orgulhosos de pertencermos a uma Escola, ainda por cima Agrária e queremos desempenhar o papel de encenadores contando de forma incondicional com os actores e intérpretes da paisagem rural, onde quer que eles estejam, embora com especial incidência na região do Dão e da Serra da Estrela.
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domingo, 14 de março de 2010
Temos paisagens fantásticas... o que é pena são as Pessoas
Este título com laivos de esacândalo, na minha óptica retrata o pensamento dos nosso decisores para com os comuns mortais que se perdem pelas paisagens do nosso teritório. As pessoas por enquanto servem quase exclusivamente para eleger os políticos e pouco mais, sendo designados de forma próxima por povo. Nestes últimos dias tenho "bebido" a experiência de colegas espanhóis, na forma como interpretam o território e os seus actores. Em primeiro lugar, tratam de conhecer muito bem os seus territórios e depois edificam centros de interpretação que servem de portas de entrada para os visitantes conhecerem essas paisagens, lugares, costumes e experiências em cada uma das regiões. Em relação às pessoas que integram esse território e do qual são parte activa, tentam conhecer qual pode ser o seu contributo para enriquecer o cenário. Saber o que sabem fazer e de que modo o seu trabalho pode ser valorizado e fazer com que alguma riqueza gerada pode retornar ao território para o valorizar enquanto região. Se faz doçaria, artesanato, gastronomia... é isso que tem que continuar a fazer e cada vez melhor. A curto prazo só podemos contar com os que estão no território, não vale a pena inventar tentando introduzir acções para as quais as pessoas não estejam ainda preparadas. Nós por cá, fazemos quase sempre ao contrário. Primeiro, construímos os edifícios dos centros de interpretação e depois é que vamos conhecer o território. Neste aspecto Vila Nova de Paiva tem uma grande vantagem porque, além de ter um espaço para um Centro de interpretação também conhece bem as valências do seu território e dos seus actores, embora falte potenciar todas essas valências. Se querem a minha opinião sobre qual deve ser o melhor modelo de um centro de interpretação no espaço rural, diria que é um bar-restaurante. Onde se possa comer um bom peixe de rio a ouvir o trepidar das águas, ter um boa conversa repleta de histórias com um ancião a beber um bom vinho tinto isto num ambiente de inclusão rural onde a gentileza das gentes e as histórias ricas nascem naturalmente. O turismo já hoje valoriza as experiências vividas e o nosso território, apesar de ser um pequeno rectângulo à beira-mar plantado permite uma biodiversidade natural e cultural extraordinariamente rica que deve ser aproveitada e potenciada.
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sexta-feira, 12 de março de 2010
Unir pontas CRIAR sinergias no IPV
Acabei de ter uma reunião com responsáveis científicos da ESEducação que vale a pena pensar. Será que não é vital o IPV saber em primeiro lugar o que vale individualmente cada um dos seus valorosos docentes e estabelecer conexões de modo a que o todo não seja apenas a soma das partes, mas que se criem na verdade sinergias entre docentes, departamentos e Escolas. Esta ligação será assim tão difícil de estabelecer e demorará assim tanto tempo a implementar? Acredito bem que não. Eu pela minha parte tudo farei para que os cursos de Ecologia e Paisagismo da ESAViseu e o de Educação Ambiental da ESEViseu possam colaborar activamente e estreitar relações e competências entre docentes e alunos. Vamos inovar? Não, vamos apenas potenciar. Muitas vezes a nossa mais valia está ao nosso lado e nós não queremos ver e por vezes até inventamos incompatibilidades. Como sou por vezes apelidado de filósofo ( assistissem à última aula de José Gil para saberem qual a grandeza que é preciso ter para ser um filósofo) vou arrancar na prática com acções científicas e quem quiser vir que venha também. Proximamente a ESEViseu vai retribuir a visita à ESAV e nessa altura podemos mostrar todo o nosso potencial, não como mero exercício de vaidosismo, mas para na verdade os outros verem a capacidade e potencial dos nosso docentes, dos nosso alunos e dos nossos espaços.
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Mudar o figurino
Passadas quase três semanas do início do blogue decidi mudar de figurino. Quando este espaço foi criado, a intenção era dar discussão em debate público ao que vai bem e menos bem na gestão de recursos do nosso território das nossas paisagens e das nossas gentes. Que fosse um espaço elevado em que todos pudessem contribuir. E à medida que o projecto fosse crescendo introduzir novas ideias e novos quadrantes da nossa sociedade. Com muita pena minha as contribuições dos colegas têm sido parcas e por vezes até em surdina. Pois bem! Não podem dizer que não vos fosse dada a oportunidade para colaborarem. Andam todos com espírito "formiguinha" a trabalharem muito cada um para si. Assim sem dúvida que vamos longe, porque nas efabulações esse espírito será recompensado. A partir de hoje vão ser convidados colaboradores externos que encarnem o espírito do sítio.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Os nossos MAYORES... de 23 anos
Os blogues têm que ser assim, dinâmicos e actuais. Vem esta conversa a propósito dos candidatos da ESAViseu aos maiores de 23 anos, cujas entrevistas foram ontem realizadas. Mantendo a privacidade das entrevistas e a reserva de imagem, e manifestando a minha inteira isenção na avaliação dos candidatos, gostaria de relatar pormenores de uma entrevista. Chamemos-lhe Maria, um nome vulgar. Uma pessoa a roçar o meio século por cima. Uma vida cheia. Uma vontade intrínseca e genuína de aprender. Está na flor da idade para aprender e por ora com uma aparente agilidade de movimentos. Esta é uma verdadeira mulher das Beiras. Sim, mas com muitas anos na Suiça. Já falei disto em público. No teatro Viriato há um bom par de anos. Tenho reparado que estes emigrantes que voltaram especialmente da Suiça são extraordinariamente competentes e muito organizados. A senhora que trata das minhas filhas e da minha casa que já faz parte da família, veio da Suiça! o construtor da minha casa, o melhor produtor biológico do País, ... e esta mulher têm essa característica em comum! E nesse País também se passam coisas estranhas! fazem referendos para saberem se os animais podem ter advogados? Nós ainda temos que sair da crise essa questão virá para o ano 2025. Mas a crónica era sobre esta Mulher chamada Maria. Já fez todos os cursos possíveis, mexe muito bem no computador, trabalha sózinha no campo, dá apoio aos vizinhos naquilo que sabe, tem uma casa "farta" e dá tudo o que pode. Esta é a líder que uma região precisa. Que sorte que tem Oliveira de Barreiros. A ESAViseu tem que saber dar a esta mulher aquilo que ela quer aprender. Ela já não tem o tempo todo para aprender, mas temos a obrigação moral de sabermos potenciar esta mulher para que aja como retransmissor de saber técnico-científico junto dos seus vizinhos e amigos. E esta terá seguramente muitos pelo entusiasmo transmitido. Vamos estar a tentos ao percurso da Maria na ESAV e nas Beiras.
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quarta-feira, 10 de março de 2010
Valorizar o capital criativo do Mundo rural
Há alguns anos atrás a Sociedade Portuguesa de Pastagens e Forragens solicitou à DRABL e à ESAViseu que organizassem um evento marcante para a SPPF. O seu XXVº aniversário. Sugeri que marcássemos a diferença para que a data fosse recordada por muito e bons anos. Tratar-se de uma Associação especial cujo metiê reside no cerne do mundo rural, as pastagens e os animais, com especial relevo para os ovinos. Decidimos fazer uma medalha comemorativa em barro criada por uma empresa a Barraca dos Oleiros que se situa no meio rural, em Molelos. A entrega da medalha ao sócio nº 1 ainda me está na retina, pela forma como foi recebida, com emoção. O outro elemento onde poderíamos criar a diferença era na pasta do congresso ibérico. Fizemos em papel de algodão com um planta típica dos prados, sobre a qual vinha um investigador Australiano falar. Uma planta da nossa flora melhorada e cuja patente fora registada pelos Australianos. A pasta foi elaborada pelo Moinho da Carvalha Gorda. Um dos expoentes da criatividade com base nos desperdícios do mundo rural. Estes são apenas dois dos trunfos que fomos buscar ao território rural para realizarem os nossos sonhos. A razão de estar a escrever este assunto neste momento tem a ver com a necessidade de recuperarmos este potencial para em conjunto inovarmos em prol do desenvolvimento rura.l Temos que ser ainda mais audazes que no passado, temos que ultrapassar fronteiras para sobreviver.
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terça-feira, 9 de março de 2010
Mais um realidade RURAL
Chamemos a este novo produto gourmet, manteiga de azeite para Barrar by A.Zelia. Falado há um mês numa reunião no Centro de Estudos Ibéricos na Guarda sobre o desenvolvimento rural no espaço Ibérico. Só saiu hoje porque finalmente encontrei a peça onde inseri-lo e o enquadramento, a orquídea que ofereci ontem às mulheres lá de casa. Parabéns Célia continua a estimular ideias. Eu disse que já tinha feito? Era mentira. Fiz hoje à hora de almoço.
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Candidatura a CENTRO CIÊNCIA VIVA
Vila Nova de Paiva, possui uma das estruturas verdes mais bem conseguidas da região Centro. O Parque Botânico «Arbutus do Demo». http://www.arbutusdodemo.eu/. Uma estrutura criada do núcleo para fora. Radicada no ADN das Terras do Demo e das suas Gentes. Sob a égide do Mestre Aquilino Ribeiro. Foi ele que desenhou o conceito um Jardim nas Terras do Demo. Quem, mais poderia pensar isto. Só um visionário. Agora falta dar a conhecer o espaço ao Mundo. Como foi criado "num local onde nem cristo rompeu as sandálias" é preciso algum apoio para sustentabilizar o projecto. É aqui que surge a ideia da candidatura a Centro de Ciência Viva, aliás já falado há cinco anos. É preciso dar a conhecer ao poder político central e aos decisores científicos e acima de tudo fazer crer às gentes de Vila Nova que acreditem no projecto e cada um à sua medida contribua para a sua valorização. Não tenham vergonha de serem das Terras do Demo, tomara muitos terem metade da vossa fibra. Essa só se consegue se passarmos pelas vicissitudes e agruras do tempo. Para falar das virtudes do Parque nada como lá irem, mas certifiquem-se que está aberto. Ou então passem pela Web, mas as coisas realmente únicas nunca conseguimos perceber pela Net, temos que ir aos sítios sentir a atmosfera. Não há miradouros virtuais, apenas devem existir reais. Para este caminho as gentes do Demo e do Paiva podem contar comigo, eu já contei convosco muitas vezes. Um obrigado muito especial ao Sr. João Coelho para mim a alma de toda aquela gente.
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segunda-feira, 8 de março de 2010
"MULHENAGEM"
Quero aproveitar esta crónica para "Mulhenagear" as mulheres com as quais lido. Acordei hoje com a notícia de atribuição do Oscar de melhor realizador a uma mulher pela primeira vez. Nas previsões de ontem não ouvi ninguém perspectivar que isto seria uma homenagem às mulheres. É também um sinal dos tempos. Há poucos dias o Miguel Sousa Tavares, tocou na "ferida" de as mulheres daqui a algum tempo tomarem conta dos lugares de responsabilidade. Não virá nenhum mal ao mundo. Nós seremos postos no lugar como futebolistas os mais virtuosos, os outros serão canalizadores, electricistas e elas terão os lugares de juízes, professoras, médicas, veterinárias, enfim os lugares de responsabilidade. E comecem os políticos a pensar nas cotas dos homens como se pensa já nos países desenvolvidos. Temos que nos resignarmos ao facto de na altura chave de entrada na universidade elas serem mais "crescidas" e levarem as coisas com mais método, trabalho e capacidade. Se calhar o problema surgirá depois quando forem só mulheres nos cargos de chefia, mas eu aí não me gostaria de meter.Parabéns às mulheres que bem merecem e se querem que vos diga a existência de um dia para lembrar esta evidência é uma menos valia.
domingo, 7 de março de 2010
Temos de INOVAR e já não podemos FALHAR
Nos últimos tempos tenho-me questionado sobre qual a razão deste meu último vício. Não é seguramente por uma razão de catarse. Tenho por hábito dar a cara às causas, não falando em surdina. Sinto vontade de escrever para memória futura, recriando ideias passadas com inovação, ideias que surgiram fora do seu tempo. Tenho aliás obrigações acrescidas de poder contribuir com algumas ideias para o desenvolvimento deste nosso mundo rural, centrando-me nas suas reais mais valias. Eu não tenho vergonha do Mundo rural nem dos seus actores. Acredito neles. E, tenho comigo muitos que, têm permitido desenvolver projectos com enorme potencial que, florescem mas que infelizmente muitos acabam por não frutificar. Falta por vezes o apoio dos verdadeiros empreendedores. Ao longo deste próximos tempos vou falar de projectos já idealizados e realizados em parcerias, nas quais apenas mando uma “bocas” mas com os quais me identifico plenamente. É importante também falar dos verdadeiros artífices e artistas que estão por detrás deles. A razão é que nos resta pouco tempo para triunfar e agora que estou metido numa nova proposta de candidatura para a promoção, valorização e desenvolvimento do mundo rural nas mais variadas vertentes, preciso de ganhar inspiração. Vou começar por um dos projectos mais arrojados que conheço.
«Mendel´s Jewellery» by Paulo Medeiros. Este é um artista já conceituado. Não precisa de apresentações mas falta-lhe o projecto para saltar para o Mundo. Mais dia, menos dia esse projecto aparecerá. O conceito deste, baseia-se na valorização dos vegetais das nossas hortas, importantes para uma alimentação saudável e uma vida próspera, recriando esse tema na própria germinação das sementes enquanto jóias. A propósito a denominação Mendel´s vem de uma figura da história de genética que estudou a Pisum sativum (ervilheira), mas cujo trabalho só foi redescoberto trinta e tal anos depois. Aproveito para dar mais uma sugestão para o trabalho de genética «Será que existem coincidências na genética»
«Mendel´s Jewellery» by Paulo Medeiros. Este é um artista já conceituado. Não precisa de apresentações mas falta-lhe o projecto para saltar para o Mundo. Mais dia, menos dia esse projecto aparecerá. O conceito deste, baseia-se na valorização dos vegetais das nossas hortas, importantes para uma alimentação saudável e uma vida próspera, recriando esse tema na própria germinação das sementes enquanto jóias. A propósito a denominação Mendel´s vem de uma figura da história de genética que estudou a Pisum sativum (ervilheira), mas cujo trabalho só foi redescoberto trinta e tal anos depois. Aproveito para dar mais uma sugestão para o trabalho de genética «Será que existem coincidências na genética»
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sábado, 6 de março de 2010
Garantir a PLURALIDADE de opinião
Este fórum de discussão para poder ter sucesso no futuro obriga a que tenha pluralidade de opiniões. Neste sentido, será delineada uma estratégia de publicações patrocinada pelos diversos colaboradores desta coluna de opinião e fomentar a discussão através de uma participação activa de comentários. A riqueza das estratégias apresentadas no seu conjunto é tanto maior quanto maior a diversidade das sensibilidades de cada um dos colaboradores. É nessa diversidade cultural que acreditamos. Em breve definiremos os dias em que cada um dos colaboradores apresentará as suas crónicas, sendo os assuntos da inteira responsabilidade de cada um dos intervenientes.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Uma pequena CONTRIBUIÇÃO
Os acrónimos dos projectos devem constituir-se soundbites capazes de integrar e mobilizar as entidades participantes. A designação no conjunto deve traduzir a sinergia e as letras individualmente as palavras-chave. Nem sempre o momento é de inspiração, embora o carinho como estamos a ser tratados pelos nossos amigos Espanhóis, a atmosfera de Salamanca onde se respira história, cultura e ciência, possam funcionar como catalisadores de uma criação. Uma questão importante que se coloca é a língua do acrónimo. Vou escolher o Inglês, embora pessoalmente prefira o latim. Dado o adiantando da hora e atendendo a que foi um dia cheio de trabalho embora com muito motivação e amanhã espera-nos mais um dia que começa cedo vou deixar a sugestão para ser trabalhada amanhã.
SINBIOGIS - Sustainable Inter-regional network for Biodiversity using Geographic information System
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ECO-inovação
Apesar de estar de partida para um congresso em Salamanca, onde seguramente irei aprender muito sobre Biodiversidade, Gestão de Recursos Endógenos e também sobre Floresta e Gestão de Riscos e que, espero poder ser depois um retransmissor, não poderia deixar de dizer duas linhas. A Eco-inovação é o soundbite que na verdade caracteriza a natureza do projecto sobre o qual lá vou falar. Actuar de uma forma inovadora na ecologia e na paisagem e acima de tudo gerir os recursos naturais e endógenos da região que represento. Temos que conhecer muito bem os territórios e identificar as potencialidades. Saber onde ainda estão os mestres dos artifícios que reproduzem os saberes empíricos de forma magistral. No fundo os centros de interpretação in vivo. Nós, as Instituições de Ensino Superior e os Centros de Investigação, temos o papel de, sem disvirtuar os objectos, juntar mais valias, técnicas, científicas, de design,... nas mais diversas áreas do conhecimento. Sermos actores em conjunto com os demais para valorizarmos um cenário, um território e as suas gentes, quaisquer que eles sejam, não replicando realidades mas criando biodiversidade cultural.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Investir na inovação e diferenciação
Sendo certo que as estratégias competitivas que promovam continuamente a inovação e o investimento na diferenciação têm um impacto no desenvolvimento sustentado dos sectores, actualmente, nas empresas, a inovação reveste-se num dos temas mais “escaldantes”, tentando-se encontrar a chave para a produzir, dado o nível de concorrência crescente e a diminuição do ciclo de vida dos produtos.
Ao falar-se de inovação, convém analisar alguns casos de sucesso, como o da Apple, uma das empresas mais inovadoras no sector das tecnologias de informação, que desde 2005 a 2009 tem sido considerada, pela revista BusinessWeek, a empresa mais inovadora em termos mundiais, à frente de outras conceituadas como a Google, a Toyota, a Sony, a Nokia, a Nintendo e a Genentech. Em anos sucessivos, tratou-se da quinta vez que a Apple conquistou a classificação máxima.
Realmente, a Apple lançou no mercado uma torrente contínua de inovações, designadamente o Apple II, primeiro computador pessoal vendido pronto a usar, a primeira aplicação comercial da interface gráfica do utilizador (no Mac), o iPod, uma máquina de comunicação digitalizada disfarçada num gravador e, mais recentemente, o iPhone, um computador portátil controlado pelos dedos, que também permite efectuar chamadas telefónicas.
Para Steve Jobs, CEO da Apple, “A inovação não tem nada a ver com a quantidade de dólares que temos para I&D. Quando a Apple lançou o Mac, a IBM gastava pelo menos cem vezes mais em I&D. Não se trata de dinheiro. O que vale são as pessoas de que dispomos, como elas são dirigidas e o que se consegue extrair delas”.
Na verdade, a competitividade sustentada baseia-se numa dinâmica constante de inovação. Esta associada à astúcia, são factores de diferenciação, não só na preferência de colaboradores, mas também de chefias.
Ao falar-se de inovação, convém analisar alguns casos de sucesso, como o da Apple, uma das empresas mais inovadoras no sector das tecnologias de informação, que desde 2005 a 2009 tem sido considerada, pela revista BusinessWeek, a empresa mais inovadora em termos mundiais, à frente de outras conceituadas como a Google, a Toyota, a Sony, a Nokia, a Nintendo e a Genentech. Em anos sucessivos, tratou-se da quinta vez que a Apple conquistou a classificação máxima.
Realmente, a Apple lançou no mercado uma torrente contínua de inovações, designadamente o Apple II, primeiro computador pessoal vendido pronto a usar, a primeira aplicação comercial da interface gráfica do utilizador (no Mac), o iPod, uma máquina de comunicação digitalizada disfarçada num gravador e, mais recentemente, o iPhone, um computador portátil controlado pelos dedos, que também permite efectuar chamadas telefónicas.
Para Steve Jobs, CEO da Apple, “A inovação não tem nada a ver com a quantidade de dólares que temos para I&D. Quando a Apple lançou o Mac, a IBM gastava pelo menos cem vezes mais em I&D. Não se trata de dinheiro. O que vale são as pessoas de que dispomos, como elas são dirigidas e o que se consegue extrair delas”.
Na verdade, a competitividade sustentada baseia-se numa dinâmica constante de inovação. Esta associada à astúcia, são factores de diferenciação, não só na preferência de colaboradores, mas também de chefias.
78ª MARAVILHA de Portugal
Como sou nado no Minho e criado em Portugal, quando quero recorrer às preces divinas apelo à Nossa Senhora da Agonia, apesar de não ser devoto assumido, uma das grandes peregrinações desta região extraordinariamente crente, neste caso em concreto em Viana do Castelo. Mas porquê um voto de protesto e a necessidade de recorrer a preces? Como todos sabem está a decorrer o concurso das Sete maravilhas de Portugal. Numa primeira fase foram seleccionadas por júri 77 locais considerados como as maiores maravilhas de Portugal. A região Centro está pejada de verdadeiras maravilhas naturais, que poderão servir como fontes de dinamização turísticas, nas mais variadas formas. Uma dessas está localizada em Vila Nova de Paiva, as minas da Queiriga. Não falando da riqueza geológica que poderemos caracterizar como soberba e das mais valiosas de Portugal, e donde são retirados anualmente largos milhares de euros por roubo e essencialmente por estrangeiros, conhecedores do potencial. Mas centremo-nos apenas no palco daquele anfiteatro. Será que não ouve ousadia para fazer pressões legítimas (ou até ilegítimas) que pudessem ajudar a subir um lugar e colocar este “monumento” na luta final da eleição da maior maravilha natural de Portugal.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Importância da NET no Desenvolvimento RURAL
A importância da NET na verdade só se sente na sua ausência. Este tema tem pessoas privilegiadas neste blogue sobre o qual podiam falar e que depois me poderão corrigir. Há cerca de 20 anos estive num workshop num parque natural em Espanha (Segovia) longe de tudo e todos, e quando a NET era uma rede muito rudimentar. Onde não tinhamos preocupações e estavamos dedicados a 100% a questões científicas. Muitas das aldeias rurais despovoadas poderiam servir de óptimos refúgios para o desenvolvimento de workshops técnico-científicos, desde que devidamente ligadas e apetrechadas para dalí nos ligarmos às "auto-estradas" do conhecimento. Quiçá estaríamos a criar um novo turismo científico associado ao de natureza. Mas a internet é fundamental para muitas áreas no desenvolvimento rural, comércio electrónico, instrumentação do SIG para planeamento e inventariação dos recursos e potencialidades, páginas de internet actualizadas e dinâmicas, ... enfim um mundo à nossa frente. O apelo é aos jovens, aos alunos que muitos mais dinâmicos nestas áreas actuem nestes domínios, procurando apoio dos entendidos e criando inovação.
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terça-feira, 2 de março de 2010
A CULTURA como eixo de desenvolvimento económico e delineamento estratégico
Actualmente não temos dúvidas que a cultura representa um dos eixos fulcrais para o desenvolvimento económico e social. Senão atentemos nos números recentemente publicados sobre os milhões que a cultura movimenta e no número de empregos que cria. No entanto, ressalta-nos uma questão. O que se entende por cultura? Esta é seguramente uma das questões mais difíceis de responder. Para ajudar a esclarecer um pouco esta temática, gostaria de contar uma história verídica que, reflecte a importância da cultura na definição de estratégias de desenvolvimento para o mundo rural e não só. A Quinta da Erva Moira, um dos ícones do Douro esteve em sérios riscos de ser inundada pela criação de uma barragem. O vinho Português mais conhecido no Mundo, o PORTO, um expoente da cultura Nacional não foi suficiente para impedir a contrução de uma barragem que o iria reduzir. Quem poderia salvar este marco da nossa cultura. Só mesmo a cultura! Neste caso, as figuras rupestres de Foz Côa. Este facto demonstra sem dúvida alguma a importância da cultura na preservação da paisagem, da riqueza dos nossos valores sociológicos e económicos. O muito obrigado aos nossos antepassados dos quais nos devemos orgulhar!
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segunda-feira, 1 de março de 2010
Cursos com menu à BOLONHESA
Quando surgiu a questão dos cursos de Bolonha, na minha ingenuidade pensei que seria a oportunidade de os alunos poderem quase que desenhar os seus cursos, pelo menos uma pequena parte das unidades curriculares. Por exemplo que, os alunos de Ecologia e Paisagismo pudessem frequentar unidades de Teatro e educação ambiental na ESEducação, de Design, Marketing na ESTecnologia, uma língua mais "esquisita" (menos comum). E que os alunos das outras Escolas do IPV, designadamente os de Turismo aprendesse a fazer o Queijo da SERRA e o vinho do Dão na ESAViseu, tal como voluntariamente alguns já vieram. Se assim fosse imaginem a dificuldade que um empregador teria em seleccionar o candidato ao emprego. Inclusivamente o candidato poderia condicionar a estratégia da empresa. Como? Se por exemplo o candidato tivesse o curso de língua Eslovaca poderia fazer com que a empresa apostasse nesse mercado. Ou se um aluno de Turismo que fosse para uma Quinta de Turismo Rural e que soubesse fazer muito bem o Queijo poderia fazer com que a aposta fosse dirigida para esse ícone das Beiras. Mas afinal, Bolonha baseia-se em fazer muitos mini testes para facilitar a passagem dos alunos. Convido-vos a irem ver como faz a Universidade de Bolonha que para mal dos pecados levou com o nome. Acreditem que a estratégia é outra!
É curioso que o nome Bolonha esteja implicado em muitas questões mais formais que proficientes. Dou-vos o exemplo dos DOP (denominação de origem protegida) e a famosa história da maçã da variedade Bravo de Esmolfe não existir. A maçã é bravo, a denominação geográfica é Esmolfe, porque pode existir maçã bravo de Portalegre. A causa deste facto é o manjericão de Bolonha, que foi registado por alemães e na verdade quando os Italianos, Bolonheses foram registar o nome já alguém o havia feito, curiosamente Alemães. No fundo quem quer aprender vai à ESCOLA, ...poderia acrescentar Agrária de Viseu...
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