Recebi este comentário que levanta várias questões, em relação às quais o projeto CARDOP está atento. Este projeto envolve um naipe de pessoas "incomuns", pelo que tudo será de esperar embora cada coisa a seu tempo. De nós, o setor pode contar com total dedicação em prol da fileira do Queijo Serra da Estrela e não apenas agradarmos a uma elite de poucos. A capacidade técnico-científica, a estética, o design, a cultura e a inovação são áreas onde pretendemos atuar. Em relação à comercialização estamos a desenhar a forma de atuar, sendo que tudo o que fizermos poderá ser usado na promoção e valorização deste ícone. Em relação ao Paulo Moura agradeço a colaboração e invejo-lhe o pão que ajuda o queijo serra da estrela... a ser ainda melhor.
Ao ler este artigo acerca de mais uma iniciativa para divulgação de um produto de excelência da gastronomia portuguesa que é o " Queijo Serra da Estrela" (que eu tanto aprecio), e ainda por cima num lugar magnifico o Prof. Paulo Barracosa toca num ponto chave para o sucesso dos produtos regionais no mercado, que é a estratégia correta de abordagem ao mercado, que neste caso é mais a falta dela. De que vale dar tiros para todo o lado sem ter um alvo definido? Gastam-se recursos e tempo sem ter a devida recompensa. O projecto CARDOP veio revolucionar a forma de criar queijo. Diria mesmo que foi um salto de gigante na produção de queijo. Este projecto abriu uma enorme caixa de pandora e agora resta aproveitar tudo o que lá está dentro em favor do "Queijo Serra da Estrela" e dos seus criadores.
Depois de tanta ciência aplicada na produção do queijo, não será tempo de revolucionar a forma de apresentação do produto? Não será tempo de executar um estudo de mercado sério e delinear estratégias concretas onde os vários players associados ao produto possam dar o seu contributo em prol de um fim comum que é a valorização de um produto apreciado por milhares de pessoas? Na minha opinião, penso que o projecto CARDOP não será aproveitado ao máximo se não se inovar na comercialização. Apresentar o mesmo formato e estilo de queijo depois de tanto esforço e dedicação no estudo do efeito de cada ecótipo de cardo na textura e consistência do queijo, penso que deixa um sabor a pouco. Outra questão essencial é a seguinte: estarão os actuais produtores preparados para possiveis mudanças na comercialização?
Se já se pode produzir "Queijo Serra da Estrela" quase ao gosto de cada pessoa, por que não segmentar a produção e criar produtos adequados a cada segmento? E por que não, associar outros produtos regionais à comercialização do queijo?
Em relação ao artigo, penso que a empresa Visabeira estará mais interessada em atrair pessoas para a Quinta da Ínsua, visto ser o seu core business, do que potencializar de forma mais sólida e a longo prazo o "Queijo Serra da Estrela".
E agora está na hora de me deliciar com um bom naco de "Queijo Serra da Estrela" trazido de Celorico da Beira e pão de milho e centeio cozido em forno de lenha. Que delicia...
Paulo Moura
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